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Política

ANÁLISE

Como foi o primeiro debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo?

Em um hipotético ranking de desempenho, Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) estariam empatados em primeiro lugar

por Rodrigo Augusto Prando em 09/08/24 13:32

Candidatos à Prefeitura de São Paulo participam de primeiro debate televisionado | Foto: Reprodução/Youtube/@RadioBandNewsFM

O primeiro debate televisivo com os candidatos à Prefeitura de São Paulo ocorreu na noite de quinta-feira (9). Participaram o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB); Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Tabata Amaral (PSB) e Pablo Marçal (PRTB).

Numa avaliação de um debate eleitoral pode-se usar inúmeros ferramentais analíticos. Lança-se mão da análise da relação entre conteúdo e forma, ou seja, há um conteúdo – valores, ideias, propostas e domínio dos dados acerca da realidade, por exemplo; e há a forma – como o candidato expressa suas ideias, sua forma de falar, clareza, dicção, postura corporal, empatia, respeito ou agressividade, só para se fixar em alguns dos aspectos mais relevantes. Por isso, indicar quem venceu um debate traz à tona um conjunto de dimensões e estas, obviamente, não agradaram nem cidadãos, cientistas políticos e, tampouco, a militância.

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Política não é ciência exata. Ainda assim, vamos às questões que merecem maior atenção. Em um hipotético palanque, em primeiro lugar, estariam Nunes e Tabata, empatados; na segunda posição, Guilherme Boulos. Em terceiro, levemente acima, estaria José Luiz Datena. E, na última posição, Pablo Marçal. Tal classificação indica que Nunes é o melhor e Marçal o pior? Jamais. Aqui, como dito, são avaliados forma e conteúdo e o desempenho no debate.

Como era esperado, Nunes foi o alvo dos ataques, já que busca a reeleição. Foi afrontado por todos, indistintamente, e, ponto positivo para ele, não perdeu a calma, não foi agressivo. Não interessa se suas respostas eram corretas naquele momento, pois no calor, na emoção, números e dados dão sensação de segurança e domínio, e não podem ser verificados com tanta rapidez.

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Tabata, por sua vez, teve o papel principal de desconstruir Marçal que, após a pergunta da candidata, foi desrespeitoso e atacou não apenas ela, mas os demais adversários. A candidata do PSB foi segura, apresentou propostas e mandou um petardo na direção do prefeito, que respondeu acerca de uma suposta agressão à sua esposa e um boletim de ocorrência sobre o episódio.

Boulos é o polarizador com Nunes, este apoiado por Bolsonaro e aquele por Lula. Boulos também apresentou propostas, como o “Poupa Tempo da Saúde”, mas não respondeu sobre Venezuela e outras provocações ideológicas.

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Datena, em suas falas, demonstrou que apresentar um programa televisivo é diferente de debater na televisão, já que teve breves lapsos na fala e perdeu-se na gestão do seu tempo. Além disso, o tucano não conseguiu apresentar propostas concretas, mas quis posicionar-se como “terceira via” – entre Nunes e Boulos – e como candidato independente.

Retomando Marçal e suas intervenções, o que ficou evidente é seu estilo agressivo, buscando a posição de outsider, num discurso de ataque à política e ao sistema. Suas propostas, segundo muitos, são fantasiosas e irrealizáveis. Também pareceu conjugar uma retórica de coach com a teologia da prosperidade, querendo mudar o mindset dos cidadãos para que possam enriquecer.

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Em síntese, Nunes é a continuidade. Quer mostrar que contribuiu a São Paulo com grandes feitos e que conhece a capital paulista; Tabata apresenta-se como oriunda da periferia da cidade, deputada federal atuante e defensora inexorável da educação; Boulos pautou-se na sua trajetória no bojo dos movimentos sociais, propostas para saúde e parceria com Lula; Datena quer a imagem de independente e capaz de romper as bolhas da polarização e conhecedor dos temas atinentes à segurança pública; por fim, Marçal é extremamente hábil nas redes sociais, em que tem milhões de seguidores engajados. Ele mostra querer ser o único candidato da direita, já que, para ele, Nunes não é a verdadeira direita, e os demais seriam de outro espectro ideológico.

Vamos, doravante, acompanhar a construção e a comunicação da imagem política dos candidatos!

Veja a análise do debate entre Nunes, Boulos, Datena, Tabata e Marçal:

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