Senador rebate também Flávio Bolsonaro e diz que filho do presidente é quem tem que se explicar no Conselho de Ética
por Juliana Braga em 13/04/21 12:57
O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) afirmou nesta terça-feira (13) que a sua relação com o presidente Jair Bolsonaro acabou. O parlamentar publicou em uma rede social um diálogo com o presidente no qual ele pressiona para inclusão de governadores e prefeitos na CPI da covid. Em entrevista ao Café do MyNews, Kajuru diz que “quebrou o cristal”.
“Não vou ser oposição a ele, não sou rancoroso. Vou continuar defendendo as coisas certas que ele fizer, criticando as coisas erradas, sem nenhum rancor com ele. Agora, relacionamento não. Isso é igual a casamento. Trincou, acabou. Quebrou o cristal”, afirmou. Kajuru diz ter ficado decepcionado com a posição de Bolsonaro, “logo com ele”. “Comigo ele não poderia agir dessa forma.”
O parlamentar rebateu também o senador Flávio Bolsonaro, que protocolou uma representação contra ele pela divulgação da conversa. Ele diz rir porque dos 81 senadores, foi Flávio, investigado por um suposto esquema de rachadinhas, quem fez a representação. “Eu pedi a ele pra ele ir também, no mesmo dia meu, para ele explicar para o Brasil o que ele fez com dinheiro público, porque ele é acusado de crime de corrupção. Eu não. Quem tem que dar explicação é Flávio Bolsonaro”, disparou. Procurada, a assessoria de Flávio Bolsonaro não respondeu se o senador gostaria de se manifestar.
Kajuru explicou também que a motivação para ter gravado a conversa com o presidente foi a insatisfação com a forma como Bolsonaro estava generalizando os senadores, chamando todos de canalha e afirmando que todos queriam fazer um “relatório sacana”. O senador goiano defendeu ainda a realização de duas CPIs, uma voltada apenas para prefeitos e governadores, para não correr o risco de as investigações nos estados tirarem o governo federal do foco.
Por fim, o senador respondeu às críticas de ministros do Supremo Tribunal Federal que teriam afirmado, sem se identificar, acreditar se tratar de um jogo de cena. E defendeu o seu pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, relatado pelo ministro Kassio Nunes, mas ressalvou a possibilidade de Moraes ser salvo pelo corporativismo.
“[Kassio Nunes] tem ligações com o presidente Jair Bolsonaro? Tem. O presidente quer ver ministros do ‘impeachmenados’? Quer. Eu apresentei o pedido de impeachment há dois meses junto com um abaixo assinado com quase 3 milhões de assinaturas. Vamos aguardar, para mim, não tem discussão. Mas é um colega dele que vai julgar. E corporativismo a gente vê em todo lugar.”
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