Arquivos Edilson Luiz - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/post_autor/edilson-luiz/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Thu, 29 Sep 2022 15:41:12 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Os 7 Erros do Ciro https://canalmynews.com.br/voce-colunista/os-7-erros-do-ciro/ Thu, 29 Sep 2022 15:40:36 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=33991 Aqui tenho de esperançar que não haja outro erro, como ir a Paris num possível segundo turno.

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Antes que o leitor mais criterioso venha cobrar-me verossimilhança matemática desse texto, vou logo avisando que a título veio antes, foi a inspiração para escrever, e continuará aí apesar de tudo. Não sou dado à cabala, tampouco me deixo levar pela numerologia, mas considero a frase impactante e vai ficar no frontispício, mesmo que os erros que vou apontar adiante sejam cinco, três ou apenas dois. Pensando bem, são mais que dois. Explicado minhas intenções estéticas e propagandistas, sigo adiante com a mensagem que desejo transmitir.

O primeiro erro é óbvio, e talvez aquele que fez a candidatura jamais dar sinal de subir de patamar. Trocar o apoio de Marina Silva pelos péssimos serviços de João Santana foi crucial. Marina tem o magnetismo de atrair o centro ponderado, a esquerda menos submissa ao PT e principalmente ganhar a simpatia de uma juventude mais atenta ao meio ambiente. Sem Marina a interlocução com outros atores tornou-se mais difícil, afinal se uma amiga e aliada não o acompanhou, por que outros com interesses políticos diferentes se deixariam seduzir pelo pedetista.

Falando em amizades, faltou uma conversa mais direta com os tucanos. Tasso Jereissati poderia ser a porta aberta para as discussões dentro do partido, estabelecer a chamada agenda mínima, abrir mão de alguns pontos, deixando de ser intransigente, pois as alianças, principalmente com a centro-direita seriam vitais nessas eleições. Desde 2021 considerava a chapa Ciro-Eduardo Leite a mais adequada para evitar polarização, e diminuir a possibilidade do centrão se agigantar.

Será que houve pisada de bola maior do que o “debate” com Gregório Duvivier? O Ciro em nenhum momento mostra ser um político bem humorado, que saiba fazer graça. No react ele deveria mostrar-se contrariado, explicar qual a verdade por trás das piadas sem querer impor sua vontade ao humorista. Uma live dos dois poderia ser útil, desde que permitisse ao Greg despejar suas teorias. Ouvir críticas é um dom extremamente necessário para um político. Numa única semana, mais que ser ridicularizado num programa de humor, acabou perdendo o prestígio diante de outros políticos.

Tudo bem o cenário foi dado. Talvez pelas forças de Mercado não desejarem que seu projeto fosse posto em prática, Ciro acabou isolado, lutando entre dois gigantes, sendo necessário estabelecer uma estratégia que funcionasse para tirar votos dos dois. Falta-me informação de acusar João Santana por essa campanha ou se o próprio candidato indicou o caminho. Independente disso a estratégia foi errada. Qualquer cientista político, e até eu que só acompanho política com algum interesse, diria a Ciro que o PT só por si conseguiria algo em torno dos 30% para qualquer candidato da sua legenda, o que o colocaria próximo ou já no segundo turno. Numa conta só minha, creio que a fatia do Lula plausível para ser conquistada seriam de uns 15% baseado nos números da pesquisa BTG/FSB de 26 de setembro. Por outro lado, duvido que no Brasil existam mais de 20% de radicais a ponto de comprar a cartilha completa do bolsonarismo. Também de acordo com a pesquisa BTG/FSB, outros 15% do eleitorado estavam abertos a ser conquistados. Foi justamente aí que Ciro errou.

É idiota comparar Lula e Bolsonaro quando a democracia está em risco. Tenho certeza que o Ciro sabe disso. Falar dos erros do Lula, lembrar que a corrupção do PT criou um sentimento de revolta que levou Bolsonaro ao poder, é legítimo e deveria ser bem explorado, mas compará-los não. Marqueteiros, políticos, podem dar conselho diferente, porém a cada pergunta a respeito de quem apoiaria num segundo turno com a sua ausência, deveria assumir claramente: voto contra Bolsonaro e pela democracia. Essa clareza de ideias, orientaria quem é contra o autoritarismo que ele também é uma alternativa.

Para mudar a fama de ser político de temperamento forte comportou-se muito bem nos debates, evitando ataques e tentando de vez em quando expor seu programa. Os especialistas lhe deram destaque, mas seu bom mocismo não lhe deu um voto. Debate onde Bolsonaro está, ele é o alvo a ser atacado. Afinal nenhum outro candidato ameaça a nossa querida democracia. Quando o presidente ataca Vera Magalhães no debate da Band, ele tem a oportunidade de defender a jornalista e as mulheres, atacar o adversário que era contra a vacina e exaltar seu currículo de ter sido destaque no combate à mortalidade infantil. Mas Ciro, poupou Bolsonaro e o momento se perdeu.

Dizem que o trem da oportunidade só passa uma vez, mas para Ciro ele surgiu novamente no debate transmitido em TV aberta pelo SBT. A jornalista Clarissa Oliveira levantou a questão da violência política, o presidente fugiu pela tangente, comparando os assassinatos praticados por seus apoiadores com um crime de feminicidio praticado por um petista. A réplica de Ciro foi ridícula. Preparado para comparar seus dois adversários, pouco falou da violência quando todos nós ouvimos Bolsonaro incentivá-la em vários momentos, e o Ciro esqueceu de tudo isso para se manter em sua estratégia equivocada.

Nunca cursei um dia de marketing, mas ainda assim me atrevo a dizer que foi um erro utilizar a palavra rebeldia na campanha do Ciro. Talvez motivado por estar cercado por jovens da turma boa, quis assumir o papel de rebelde. Terá sido sugestão do João Santana? Talvez saibamos disso no futuro. Mas chamar um cara de mais de sessenta anos de rebelde lhe tira bastante da credibilidade e não engaja ninguém à causa. Um dia vai haver sinceridade na política, e o candidato fará seu discurso sem tentar agradar público, apenas preocupado em defender suas causas. Votava no Ciro por compartilhar com ele um sentimento principal: indignação. Creio que as pessoas comprariam com mais facilidade um candidato indignado com tudo de errado que vivemos nos últimos anos do que um rebelde. Pode ser apenas uma questão de semântica, mas tem peso na campanha política.

O erro que fez ele perder meu voto aconteceu no programa de quinta-feira 22 de setembro. Eu como muitos considero Lula e Bolsonaro corruptos, mas colocar os dois no mesmo banco com as mesmas intenções tem a cara da estupidez de João Santana. Claro que aprovado por Ciro. Um autoritário não merece ombrear de maneira nenhuma com um democrata. Sei que meu voto vale pouco, minha posição é irrelevante, mas jamais vou estar ao lado de alguém que cogita votar num sujeito que favoreceu a morte de quase setecentas mil pessoas. Claro que à minha volta encontro pessoas que ainda se deixam enganar pelo presidente sem empatia e malvado, mas evito tratar de política com eles para não chegar às vias de fato. Minha paciência está acabando depois de quase quatro anos suportando esse sistema nojento de se utilizar do poder.

Bem, nem sei quantos erros enumerei do meu ex-candidato Ciro Gomes. O título vai continuar o mesmo. Mas aqui tenho de esperançar que não haja outro erro, como ir a Paris num possível segundo turno. Precisa passar uma semana remoendo o fracasso, assumindo os erros, e depois se colocar pela democracia, mesmo com dor no coração. Não precisa subir em palanque, mas tem a obrigação de levar a turma boa para o campo democrático, caso contrário perde a credibilidade do eleitorado, pois Jair Bolsonaro representa tudo de ruim na política nacional. A simples omissão colocará o Ciro no mesmo balaio. E acho que essa companhia é nociva para qualquer um.

 

*Edilson Luiz é autor do Romance Pedro Feroz pela Kazuá

*As opiniões das colunas são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a visão do Canal MyNews

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O saber como ferramenta de progresso político https://canalmynews.com.br/voce-colunista/o-saber-como-ferramenta-de-progresso-politico/ Tue, 16 Aug 2022 12:12:17 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=33005 A educação, algo de que tanto necessitamos, foi jogada para um segundo plano. Os ministros se sucederam, nenhum contribuiu com nada de positivo para a pasta.

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Recorrer ao antigo adágio “conhece a ti mesmo” não é puro clichê para atrair leitores, posar filosoficamente como alguém que tem algo a dizer. O intuito é aconselhar o eleitor que terá de fazer escolhas importantes em outubro próximo. Quem vota precisa entender quem é, o que quer e como conseguir o que quer.

Somos contraditórios. Na vida, inúmeras vezes fugimos da lógica para nos agarrarmos a alguma paixão prejudicial ao nosso futuro. Na política, isso não é diferente. Peguemos o exemplo do atual presidente da república. Seus cinquenta e sete milhões de votos são de pessoas que sabiam o que queriam. Em 2018 a maioria de nós desejava se ver livre da corrupção, mudar os rumos da economia e ter alguém que conservasse a sociedade patriarcal livre de qualquer novidade que maculasse a sensação de paz da família tradicional brasileira. Desejavam isso. Resta a pergunta: seus desejos foram realmente atendidos? Na minha opinião, não. Então vamos aos fatos.

Uma das promessas que mais agradava a quem desejava se ver livre da corrupção, sonhando em ter um Estado mais competente, consistia em que as escolhas para os ministérios seria puramente técnica. Gente qualificada, com entendimento da pasta, independente de partidos políticos, o que tornaria suas decisões totalmente voltadas para o bem estar do povo e pelo progresso do país. Temos exemplos de que isso esteve longe de acontecer.

A educação, algo de que tanto necessitamos, foi jogada para um segundo plano. Os ministros se sucederam, nenhum contribuiu com nada de positivo para a pasta e um deles esteve envolvido em esquema de corrupção, abafado pelo aparelhamento da Polícia Federal. Caso em que os personagens centrais do escândalo mudaram, saíram os políticos entraram em cartaz pastores evangélicos com claras ligações com o presidente. Vide o número de visitas feitas ao Palácio do Planalto. Saber disso é importante.

Na pasta de economia, apesar do titular ser considerado um expert da área, nenhuma das promessas foi cumprida. Os tais trilhões que viriam com privatizações nunca chegaram. Regras liberalizantes que destravariam à economia, fomento às empresas nacionais, foram sonhos curtos, que minguaram conforme membros vindos do setor privado abandonaram o Ministério da Economia, pedindo demissão por verem seus esforços baldados pelo próprio governo. Creio que quem é liberal e acompanha economia, sabe disso.

Mas nada foi tão contrário à promessa inicial do que o acontecido no Ministério da Saúde. Ao invés de recorrermos a um técnico, ou pelo menos a alguém que se sujeitasse às normas técnicas vigentes, fomos nos socorrer a um general incompetente, obediente ao grão-mestre, bem no meio de uma pandemia. Qual motivo de tamanho descompasso? O presidente encasquetou que a tal cloroquina combateria a Covid-19. Algo expressamente negado pela Ciência, dona da técnica para comprovar a efetividade de qualquer medicação. Quem falou tanto em técnica jogou a promessa no lixo. E isso todos nós deveríamos saber.

A quebra da promessa do combate à corrupção aconteceu ainda nos primeiros meses com o amordaçamento do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). O motivo dessa interrupção na fiscalização das movimentações financeiras foi de que o órgão descobriu os ganhos ilícitos através de rachadinha do filho do presidente. Com o COAF impedido de agir quantos esquemas de lavagem de dinheiro e desvio de verbas devem ter ocorrido simplesmente pelo fato de ser necessário proteger um dos príncipes da república? Saber dessa realidade também é importante para o pleito de outubro.

Algo que o hipotético leitor desse texto precisa saber é que voto em Ciro Gomes, e em nenhum momento desejo mudar seu voto… se você for democrata.

Voto no Ciro por saber que sou pobre, preto, de uma cidade pouco desenvolvida, que se apoiou na escola para poder garantir o sustento. E acho que nessa área ele pode contribuir para jovens como eu fui. Hoje quero que o dinheiro do governo seja investido no povo sem preocupar-se com as idiossincrasias do dito “Mercado”. Ouvindo todas as propostas até agora a do Ciro me parece a mais interessada em quebrar o atual modelo.

Por fim o modo como espero conseguir isso é com o combate diário contra a corrupção. O Brasil é país que vive em crise mesmo tendo dinheiro saindo pelo ladrão, que infelizmente cai no bolso dos ladrões.

Além dessas certezas particulares, também sei que o Ciro foi um péssimo político. Trocou uma aliança com Marina Silva, por péssimas ideias do senhor João Santana, que até agora não fez diferença nenhuma na campanha. A derrota é quase certa, mas a esperança é a última que morre.

Quanto a você meu amigo, tem dois meses para entender quem você é, pois não dá para exigir Estado mínimo quando você e seus parentes e amigos amargam longas filas no SUS. Tem de saber o que quer, afinal se deseja gasolina barata a Petrobrás não deve se submeter às regras de Mercado para pagar dividendos aos acionistas. Precisa saber como conseguir o que quer, elegendo um político com interesses semelhante aos seus.

Fará cinco escolhas importantes em 2 de outubro. Até lá saiba quais são elas, e se quem escolher quer as mesma coisas que você. E principalmente, continue sabendo o que o seu eleito está fazendo para representar a sua vontade, pois daqui a quatro anos terá de saber tudo isso novamente.

 

*Edilson Luiz é autor do Romance Pedro Feroz pela Kazuá

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A dura tarefa de oferecer a outra face https://canalmynews.com.br/voce-colunista/a-dura-tarefa-de-oferecer-a-outra-face/ Thu, 14 Jul 2022 13:49:15 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=31518 Estamos nos aproximando mais do abismo. A morte do guarda municipal Marcelo Arruda é o prenúncio dos tempos violentos que virão por aí.

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A cada dia estamos nos aproximando mais do abismo. A morte do guarda municipal Marcelo Arruda do sábado para o domingo último (10/07) é o prenúncio dos tempos violentos que virão por aí. Entramos numa quadra que o diálogo com o diferente é algo impossível, então a saída para a resolução do dilema é a violência.

Hoje a extrema direita que almeja o poder tenta nos sufocar de todas as maneiras. Com argumentos contraditórios, fazem aquilo que acusam os adversários de fazer. Nesse crime ocorrido em Foz de Iguaçu fica óbvio como os defensores da liberdade de expressão lidam com a liberdade de expressão de outrem. Dependendo desses ditos “liberais” teremos a liberdade de seguirmos de acordo com a vontade deles. Mas isso já era esperado, pois afinal elegemos alguém com total compromisso com a violência.

A culpa é do Bolsonaro? Em parte podemos dizer que sim, mas colocar nos ombros dele toda responsabilidade é tapar o sol com a peneira. Hoje a maior ameaça à paz nacional é a dúvida criada sobre o processo eleitoral. Dúvida que principiou ainda logo após o presidente assumir o poder. Garantiu ter provas de fraude, que se elegera no primeiro turno, e outras pataquadas do mesmo quilate. E nesse ponto nos questionamos: onde estava o TSE que não tomou as providências pertinentes naquele momento? O brasileiro tem fama de deixar tudo para o último dia, e algo semelhante aconteceu às nossas instituições democráticas, que se limitaram a notas de repúdio e discursos vazios.

Sou um admirador de Cristo sem ser cristão. Abro mão de qualquer religião para evitar ser contaminado por seus preconceitos. Limito-me a tentar seguir seus preceitos, e um dos maiores de todos os mandamentos deixados pelo Homem de Nazaré, e na minha opinião o mais complicado, é o de ofertar a outra face. E no momento em que vivemos esta é a principal orientação a que deveríamos seguir.

Desde 2018, quando vi a candidatura de Jair Bolsonaro decolando, estou um tanto paranoico. Devem compreender que quem admira ditaduras sonha em ser ditador. Preocupação esta que foi desdenhada não só por pessoas próximas, mas também por grande parte dos operadores da mídia. O argumento era que “as instituições controlariam” o impulso autoritário do então candidato. Tola ilusão! Quem é guiado pela estupidez jamais aceitará os termos acordados por uma sociedade racional.

Quem surfou na onda Bolsonaro, conhecendo-o de perto, talvez imaginasse que alguém sem brilho e capacidade pudesse ser controlado. Ele se elegeria falando a bobagem que quisesse, e no poder condicionariam suas decisões ao bom senso da direita liberal que ganhava um representante no Palácio do Planalto.

A segunda força a conduzir um arremedo de ditador ao maior cargo do país foram os lavajatistas. Estes acreditavam num sujeito, comprometido com esquemas de rachadinha, de ser um paladino no combate da corrupção. Sergio Moro, personagem principal da operação, aceitou ser ministro, mas logo nos primeiros meses perdeu o COAF, que em sua opinião era a principal ferramenta para prender corrupto. Assim como um dos filhos do presidente estava na alça de mira da justiça, as investigações foram suspensas e os corruptos a cada dia foram ganhando mais liberdade de agir a seu bel-prazer.

Em terceiro lugar, mas não menos importante, na ajuda da eleição de Bolsonaro foram os anti-petistas. Gente que votou em Dilma Roussef, mas escandalizados pelos seguidos escândalos de corrupção, optaram por alguém com trinta anos sem frutos na política que se dizia novidade.

Agora vem a pergunta: toda essa gente aprova a violência perpetrada por um bolsonarista em Foz de Iguaçu? Estas pessoas adotariam comportamento semelhante caso contrariados em suas preferências políticas? Arrisco a dizer que não, pois apesar dos altos índices de criminalidade, nosso povo é pacífico.

Ao atual governo interessa esse clima belicoso, pois pode ser uma das alternativas para se manter no poder. Havendo conflito entre tendências políticas opostas, há o álibi de colocar o Exército na jogada para garantir a “segurança” das eleições, e quem sabe declarar o adiamento do pleito por motivo de força maior. Essa possibilidade é factível e já pode estar sendo conjecturada nos lugares esconsos de Brasília.

Tendo isso em vista, não podemos nos deixar emaranhar nessa ânsia de violência. Seja no embate presencial, ou nas trocas de farpas em redes sociais, temos de colocar a gentileza à frente dos nossos impulsos mais primitivos. Não há necessidade de respondermos no mesmo tom de quem só tem como argumento a agressividade. Dar a outra face é exigir mais de qualquer eleitor, eu próprio não suporto ficar calado diante da estupidez, mas diante do primeiro sinal de que o debate vai descambar, viro as costas e vou pra casa. Conselho que espero que seja seguido por todos os democratas, independente do candidato que vai escolher em 2 de outubro.

TSE, Congresso Nacional, Ministério Público e parte da Policia Federal que se deixou dominar pelo presidente, não cumpriram seu papel na defesa da democracia. Então cabe ao povo pacífico nos defender de um possível Estado autoritário. Essa defesa não deve ser feita a partir do embate com quem defende uma criatura sem empatia e amor ao próximo, mas buscando a paz. Evitando confrontos que sempre são desnecessários, sem dar oportunidade dos violentos exercerem seu poder de fato. É uma disputa de vida ou de morte. E creio que as pessoas verdadeiramente de bem querem viver.

*Edilson Luiz é escritor, autor do Romance Pedro Feroz, publicado pela Editora Kazuá

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