Arquivos Jamil Chade - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/post_autor/jamil-chade/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Fri, 24 Jun 2022 20:30:19 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Pela primeira vez, Brasil perde a liderança no mercado mundial da bola https://canalmynews.com.br/economia/pela-primeira-vez-brasil-perde-a-lideranca-no-mercado-mundial-da-bola/ Fri, 14 Jan 2022 17:11:24 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=22978 Mesmo mantendo o maior número global de transferências, brasileiros veem franceses mais valorizados no futebol

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Ano após ano, por mais que as incertezas econômicas pesassem sobre o destino do país, havia uma certeza: o país lideraria em pelo menos um mercado, o mercado mundial da bola. Sócrates, Zico, Falcão, Careca, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Neymar fizeram parte de um êxodo que, ao longo das últimas décadas marcadas pela globalização do futebol, colocou milhares de brasileiros em clubes pelo mundo.

Mas, segundo um levantamento publicado nesta semana pela Fifa, 2021 presenciou algo inédito e uma reviravolta na geografía do futebol. Pela primeira vez, não são mais os jogadores de nacionalidade brasileira que lideram o total gasto por clubes no mercado de transferências. A nova posição de número 1 é da França, a atual campeã do mundo.

No total, times investiram em 2021 mais de US$ 643 milhões em jogadores franceses. No caso brasileiro, o valor foi de apenas US$ 468 milhões, seguido pelos espanhóis (US$ 307 milhões). De acordo com a Fifa, a perda da posição de liderança é resultado de três anos de queda no valor pago no mercado internacional por jogadores nacionais. Em 2018, por exemplo, clubes destinaram mais de 1,2 bilhão de dólares com atletas brasileiros.

Apesar de ter sido desbancado pela França, os dados revelam que os brasileiros continuam a ser os jogadores mais comercializados do mundo. No ano, foram 1,7 mil transferências envolvendo brasileiros, tanto na exportação de craques do país para o exterior como na transação entre clubes estrangeiros.
Os números superam de forma clara o restante do mundo. Na segunda posição estão os argentinos, com 896 transferências no ano, seguidos pelos ingleses, com 837. A França, líder na questão financeira, aparece apenas na quarta posição, com 772 jogadores. Na prática, isso significa que os jogadores franceses estão mais valorizados e acabam pesando de forma importante no mercado global.

Com a lista divulgada da FIFA, brasileiros ocupam segundo lugar nas transferências mundiais. Foto: Pixabay

 

Em 2021, 820 jogadores que atuavam por clubes nacionais foram vendidos ao exterior. No mesmo ano, 784 atletas chegaram ao país. Isso inclui tanto os brasileiros que retornaram do exterior como estrangeiros que foram atuar por clubes nacionais.

Analistas próximos às entidades internacionais do esporte indicam que, por diferentes motivos, o Brasil não se aproveitou de dois mega-eventos no país – Copa em 2014 e Olimpíada em 2016 – para ampliar o valor agregado de seus atletas. Diante dos 20 anos sem um título mundial e com clubes europeus atropelando os times brasileiros, o país vive uma desvalorização de um de seus maiores ativos.

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No Cazaquistão e na Ucrânia, as fronteiras do século 21 estão sendo desenhadas https://canalmynews.com.br/internacional/no-cazaquistao-e-na-ucrania-as-fronteiras-do-seculo-21-estao-sendo-desenhadas/ Wed, 12 Jan 2022 17:59:45 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=22916 Tropas russas entram no Cazaquistão e ocupam fronteira com a Ucrânia. Na ONU, relatores pedem investigação independente sobre a prisão de centenas de pessoas.

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Nos últimos dias, as tensões no Cazaquistão levaram o governo de Vladimir Putin a precipitar o envio de tropas para ajudar o governo local. Os atos de repressão foram denunciados por relatores da ONU, que pediram a abertura de uma investigação independente sobre a prisão de centenas de pessoas, além das ordens das autoridades de disparar contra os manifestantes.

Enquanto a crise iniciada por um protesto sobre o preço do gás se transformava em uma demonstração da influência russa na região, movimentações de tropas de Moscou na fronteira com a Ucrânia também elevavam a tensão entre o Kremlin e o Ocidente.
Em ambos os casos, o que estava em jogo não era apenas o destino das duas ex-repúblicas soviéticas. Mas a definição de onde está a fronteira de influência russa e até onde o Ocidente e a OTAN podem agir.
A tensão levou a aliança militar e os russos a proliferar reuniões de emergência. Na segunda-feira, após uma reunião de oito horas com a delegação russa em Genebra, foi perguntado à negociadora americana Wendy Sherman se ela confiava no governo de Vladimir Putin. Sua resposta foi categórica: “Eu geralmente não me aproximo deste tipo de situações com base na confiança”.
A declaração escancarou um mundo marcado pela profunda desconfiança mútua entre as grandes potências, além da diminuição dos espaços físicos e políticos para o diálogo.
Sherman ainda deixou claro que as oito horas de diálogo não significaram sequer o início de um processo formal. “Isto não foi uma negociação. Hoje estávamos colocando ideias em cima da mesa. E temos um longo caminho a percorrer”, explicou.
A cautela tem uma razão: não está claro nem para os americanos nem para os europeus a real intenção dos russos de negociar. Moscou afirma estar pronta para a diplomacia, está disposta a agendar novas rodadas de negociações e apresentou um pacote de medidas a fim de tranquilizar o Ocidente que está engajado no processo.
Mas, sobre a mesa, o que o Kremlin apresenta como um projeto de acordo é considerado “inaceitável”. A proposta inclui uma espécie de veto de Moscou sobre a adesão de certos países à OTAN. Para o governo de Vladimir Putin, esta expansão e uma eventual inclusão da Ucrânia abrem o risco de confrontação.
Mas o governo americano de Joe Biden mandou um recado claro à delegação russa: o presidente Vladimir Putin precisa retirar da fronteira ucraniana os 100 mil soldados que ele destacou para a região, gesto que abriria espaço para negociações diplomáticas e um eventual acordo para a região. Mas caso haja qualquer gesto de Moscou de ameaça contra o território da Ucrânia, sanções financeiras, comerciais e militares serão impostas.
Após o encontro em Genebra, Moscou insistiu que não existe motivo para uma preocupação por conta dos militares, que não haverá uma invasão da Ucrânia e que o deslocamento era apenas um exercício militar. Mas, para a vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman, a explicação russa não convenceu.

Segundo ela, Moscou precisa ainda explicar o motivo pelo qual enviou 100 mil homens para a fronteira e esclarecer por qual motivo o suposto exercício militar não foi notificado aos demais parceiros internacionais. Segundo ela, tem sido tradicional que um governo informe aos demais sobre exercícios. “Nada disso foi notificado”, afirmou a negociadora americana, que não escondeu suas dúvidas sobre as intenções russas. “Ou essas tropas retornam para a caserna ou os russos precisam explicar que exercícios são esses”, cobrou.

Para ela, a opção pela desescalada é o único caminho a ser tomado se Moscou quer, de fato, apostar na diplomacia. A outra opção é o risco de um confronto militar de proporções imprevisíveis.

Jamil Chade é jornalista e vive em Genebra. Todas sextas, às 10h, ele fala sobre os bastidores da diplomacia do programa Cruzando Fronteiras, do canal MyNews.

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