Arquivos Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/post_autor/mariana-tokarnia-reporter-da-agencia-brasil/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Sat, 09 Jul 2022 10:01:08 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Mãe e filha criam editora para lançar autoras brasileiras https://canalmynews.com.br/mais/mae-e-filha-criam-editora-para-lancar-autoras-brasileiras/ Sat, 09 Jul 2022 10:01:08 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=31312 Editora especializada em autoras brasileiras tem sete títulos publicados, escritos por mulheres entre 1801 e 2000.

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Divórcio, educação de mulheres, feminismo. Esses são alguns dos temas já abordados por autoras brasileiras que publicaram livros nos séculos 19 e 20. Muitos desses livros não chegaram a ter espaço no mercado editorial e acabaram no esquecimento. Para resgatar essas obras, a jornalista Ana Maria Leite Barbosa e a filha, Carol Engel, formada em marketing e com experiência no mercado editorial, criam a Janela Amarela Editora.

Criada em plena pandemia, em 2020, a editora, além de publicar autores independentes, conta hoje com sete títulos, todos escritos por mulheres, entre os anos de 1801 e 2000, nos formatos físico e digital. “Muitas delas já estavam discutindo nessa época assuntos que discutimos atualmente”, diz Carol.

Carol trabalhava em uma editora quando veio a pandemia de covid-19. Ela teve o salário e a carga horária reduzidos. Ao mesmo tempo, a mãe, Ana Maria, desligou-se da empresa onde trabalhava. Com tempo livre disponível e em busca de uma atividade para recompor o orçamento, juntas, fundaram a Janela Amarela Editora. O nome surgiu, inicialmente, por conta da sonoridade. A partir daí, Carol e Ana Maria foram entendendo que combinava tanto a ideia de que pelas janelas entram e saem notícias, ideias e conversas, quanto o amarelo da luz e da energia, que geram criatividade.

autoras brasileiras

A proprietária da Janela Amarela Editora, Carol Engel durante entrevista à Agência Brasil no Real Gabinete Português de Leitura. Foto: Tomaz Silva – Agência Brasil

Há 200 anos, o Brasil, recém independente de Portugal, vivia um regime imperial. A escravidão era legal e institucionalizada e assim foi até 1888. No século 19, a gestão do lar e a educação dos filhos cabia às mulheres. Os homens brancos dominavam o mercado de trabalho nas cidades e ocupavam as posições de poder. Segundo a publicação do Senado Federal Escritoras do Brasil, o Censo realizado em 1872, apurou que 23,4% dos homens eram alfabetizados, enquanto 13,4% das mulheres sabiam ler e escrever, sendo que elas eram, praticamente, a metade da população, 48%.

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Escolha das autoras

Feito o recorte temporal, Carol e Ana Maria precisavam, então, escolher uma primeira autora, para dar início aos trabalhos da Janela Amarela. Como se trata de uma editora pequena, a ideia foi começar com obras de domínio público, ou seja, obras que podem ser reproduzidas e distribuídas sem necessidade de autorização. “A gente queria que fosse domínio público, mas não queria que fosse o domínio público que todo mundo tem, como Memórias Póstumas de Brás Cubas [de Machado de Assis] ou O Cortiço [de Aluísio Azevedo]. A gente queria uma coisa nova”, conta Carol.

Julia Lopes de Almeida veio em um sonho. O livro A Árvore, escrito por ela, era o livro de cabeceira da mãe de Ana Maria, avó de Carol. Quando ela faleceu, Ana Maria ficou com a obra, mas nem sequer a folheou. Até que um dia, sonhou com o livro. “Quando ela olhou o livro, viu que era de uma mulher, e uma mulher que estava em domínio público. Na época, eu estava justamente lendo A Falência [da mesma autora]. Ela chegou na sala e falou: ‘Já sei quem vamos publicar’”.

A carioca Julia Lopes de Almeida viveu entre 1862 e 1934. É autora de contos, peças teatrais, novelas e romances. Ocupou as primeiras páginas de jornais da época, espaço então reservado para os escritores homens. Republicana, defensora da abolição do regime escravocrata, do divórcio e da educação feminina, escreveu por 30 anos no jornal O Paiz e teve textos publicados na Gazeta de Campinas, Jornal do Commercio, Tribuna Liberal, A Mensageira, A Família, Kosmos, entre outros veículos.

Julia Lopes de Almeida foi também a única mulher a participar das reuniões que deram início a Academia Brasileira de Letras (ABL), mas, como conta Ana Maria, apesar de trabalhar tanto pela instituição, não pode fazer parte simplesmente por ser uma mulher. A autora tem títulos já publicados, mas tem também outros desconhecidos. E eles viraram o foco da editora.

Divórcio e educação

As autoras escolhidas têm características comuns, todas são consideradas de alguma forma revolucionárias e abordam temas que eram tabus na época em que viveram, como o divórcio, que só foi instituído oficialmente no Brasil em 1977. Outro tema era a educação feminina. A publicação feita pelo Senado Federal mostra que, em 1853, o país contava com uma população de aproximadamente 9 milhões de habitantes, entre os quais somente 55,5 mil estavam matriculados nas escolas, sendo que apenas 8.443 eram mulheres. Foi no século 19 que as mulheres passaram a poder trabalhar como professoras, mas ainda sem poder ocupar cargos superiores, como o de diretora de escola.

“Já se falava muito na educação feminina, a maioria das autoras foca nisso. Não sei se por acaso, mas a gente pegou autoras que estão preocupadas com isso, que falam que as mulheres tinham que estudar. Dizendo, dentro do contexto da época que as mulheres tinham que cuidar do lar, mas nada impedia que tivessem suas publicações. Quantos homens não escreviam seus livros e eram advogados e jornalistas?”, diz Carol.

Em Cruel Amor, segundo a editora, Júlia Lopes de Almeida trabalha com personagens femininas e questiona por que não pode casar com o homem que quer e, se for do seu desejo, por que não casar inclusive por dinheiro?

Pesquisa

As obras da Janela Amarela são impressas sob demanda e enviadas para todo o país. Por meio de parcerias, a editora consegue também imprimir obras no exterior, também sob demanda. A divulgação é toda feita na internet e é também pela internet, por meio das redes sociais, que mãe e filha recebem indicações de autoras. Um dos livros da editora, A Divorciada, de Francisca Clotilde, veio de uma indicação no Instagram.

“Uma das leitoras, pelo Instagram, nos falou dela. Foi difícil de achar, porque a edição que encontramos estava incompleta. Ana Amelia Mota, que estuda Francisca Clotilde, que tinha a obra, nos mandou fotos da edição dela e a gente conseguiu completar”, diz. Francisca fazia parte da Academia Cearense de Letras, instituição que segundo Carol, as cumprimentou pela publicação.

Para publicar, a proposta é buscar as primeiras edições das obras selecionadas. E isso, segundo Carol, exige muita pesquisa, muitas visitas a bibliotecas e sebos. Um dos próximos livros a ser publicado é Fantasia, de Cândida Fortes Brandão. Para achar a obra, elas entraram em contato com a prefeitura de Cachoeira do Sul (RS), cidade onde a professora e escritora nasceu e onde encontraram um exemplar no Museu Municipal da cidade.

“Conseguimos descobrir um único exemplar do livro, em péssimo estado, sem capa. Digitalizaram e vão mandar para nós. Têm páginas que estão falhadas. Estamos em contato com eles para mandarem fotos de alguns trechinhos. É assim, trabalho de formiguinha, ir procurando e descobrindo”, diz a editora. Outro livro, que Carol não revelou qual é, mas garantiu que será publicado em breve, foi encontrado apenas nos Estados Unidos.

Embora os livros escritos por mulheres, no Brasil, tenham ganhado cada vez mais espaço nas estantes das livrarias, levantamentos mostram que elas ainda são minoria no mercado editorial. Levantamento feito sob coordenação da professora Regina Dalcastagnè, da Universidade de Brasília, mostra que entre 1965 e 1979, 17,4% dos autores de romances eram mulheres. Entre 2005 e 2014, essa porcentagem sobe para 29,4%.

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Floresta Amazônica tem 30 a 40 mil espécies só de plantas, mostra estudo https://canalmynews.com.br/meio-ambiente/floresta-amazonica-tem-30-a-40-mil-especies-so-de-plantas-mostra-estudo/ Fri, 08 Jul 2022 12:41:36 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=31280 Trabalho divulgado nesta sexta-feira mapeia pesquisas científicas na região.

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Açaí, tucumã e buriti são os insumos da Floresta Amazônica que mais apareceram em estudos científicos publicados de 2017 a 2021 por instituições de pesquisa brasileiras sobre matérias-primas da região. Os estudos foram mapeados na publicação Bioeconomia amazônica: uma navegação pelas fronteiras científicas e potenciais de inovação, divulgada nesta sexta-feira (8).

O levantamento foi coordenado pela World-Transforming Technologies (WTT), com a participação da Agência Bori, e mapeou 1.070 artigos científicos publicados nos últimos cinco anos na base internacional de periódicos Web of Science. As áreas mais pesquisadas são ciência das plantas, ciências ambientais, ciência e tecnologia de alimentos, ecologia, bioquímica e biologia molecular.

“A gente precisa dar visibilidade à ciência feita na Amazônia e sobre a Amazônia. Há muita pesquisa sobre os ativos da biodiversidade que têm o potencial de resolver problemas importantes da sociedade, como tratamento de câncer, tratamento para prevenção de infecção com mercúrio, biomateriais, bioplástico. Há muita coisa interessante sendo pesquisada que pode, de fato, virar tecnologia, solução para problemas da sociedade”, diz o idealizador do estudo e gerente de operações da WTT, Andre Wongtschowski.

O bioma amazônico é continental, ocupa quase metade do território do país, é compartilhado por países vizinhos como Colômbia e Peru e se destaca como território de megabiodiversidade. Conforme ressalta a publicação, o número total de espécies de animais e plantas ainda não é conhecido, mas estima-se que existam pelo menos de 30 a 40 mil espécies apenas de plantas.

Insumos mais citados

A partir do mapeamento dos 1.070 artigos científicos, foram analisados 621 estudos, que seguem critérios de geração de novos conhecimentos e possíveis inovações a partir da sociobiodiversidade amazônica. Entre eles, 11 insumos aparecem em praticamente uma a cada três pesquisas: açaí, tucumã, buriti, piper, aniba, castanha do Brasil, andiroba, cupuaçu, lippia, guaraná e bacaba.

As pesquisas são variadas. Nelas, os insumos são usados, por exemplo, para supressão tumoral de células de câncer de ovário, agente sensibilizador para terapia fotodinâmica de câncer e como agente em combate a doenças infecciosas. As pesquisas trabalham também com a validação científica da utilização de insumos tradicionalmente empregados na medicina popular no tratamento de anemia, diarreia, malária, dores, inflamações, hepatite e doenças renais, dadas as atividades anti-inflamatória e antidiarreica, entre outras.

A aplicação pode ser feita também em diversas atividades industriais, como produtos artesanais, fabricação de tecidos, fios e redes de pesca, materiais cimentícios para construções sustentáveis, filmes biodegradáveis.

“Temos que dar visibilidade a essas pesquisas promissoras, para que elas saiam das prateleiras, saiam do papel e, de fato, se transformem em soluções para problemas importantes”, defende Wongtschowski.

Política nacional de inovação

Segundo o pesquisador, é necessária uma política nacional de inovação que estabeleça grandes objetivos a partir dos desafios do Brasil, que precisam ser resolvidos com a ciência. Nas soluções, é preciso engajar a comunidade científica, empresas, governos, organizações não governamentais e a sociedade em geral.

“É importante que esses desafios conversem com os desafios da sociedade, essas soluções precisam justamente olhar para os desafios que a gente tem como sociedade, sejam eles sociais ou ambientais”, diz Wongtschowski. “É preciso ter realmente a colaboração entre esses vários setores para que as soluções desenvolvidas fiquem de pé, para que configurem uma cadeia de valor de ponta a ponta, que entregue benefícios à população, que fomente a manutenção da floresta em pé, ou seja, que dê valor para os produtos da biodiversidade”, complementa.

A publicação traz ainda, em destaque, o resumo de sete estudos, selecionados a partir de critérios como potencial inovativo e relevância científica, social e econômica, além de cinco artigos analíticos inéditos escritos por pesquisadores, gestores e empreendedores de renome na área.

Ciência na Amazônia

A publicação destaca também que as especificidades e a complexidade da Amazônia devem ser levadas em consideração quando se trata de inovação. Uma vez que bases da bioeconomia no Amazonas encontram-se diretamente ligadas aos recursos nativos da fauna, flora e microrganismos do bioma amazônico, é preciso, acima de tudo, conservar a floresta e levar em consideração as populações locais.

Os autores propõem quatro princípios: conservação da biodiversidade; ciência e tecnologia voltadas ao uso sustentável da sociobiodiversidade; diminuição das desigualdades sociais e territoriais e expansão das áreas florestadas biodiversas e sustentáveis.

“Cada processo inovador necessita considerar as questões culturais, as salvaguardas socioambientais, os diversos territórios e o impacto a ser gerado para que essas tecnologias possam ser transformadoras do mundo, em um processo que fortaleça as populações locais e mantenha a floresta em pé”, diz a professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Tatiana Schor, em um dos artigos da publicação.

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Desemprego chega a 9,4% em abril, diz Ipea https://canalmynews.com.br/economia/taxa-de-desemprego-chega-a-94-em-abril-diz-ipea/ Sat, 25 Jun 2022 11:14:11 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=30614 Taxa é a menor registrada no país desde outubro de 2015

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A taxa de desemprego no Brasil chegou a 9,4% em abril deste ano, o menor patamar desde outubro de 2015, de acordo com estudo divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na comparação com o mesmo mês de 2021, a taxa registrou queda de 4,9 pontos percentuais. Ao todo, o país tinha 11 milhões de desempregados em abril.

Segundo o Ipea, na outra ponta, a população ocupada em abril chegou a 97,8 milhões de trabalhadores, o maior patamar desde 2012. Em relação ao mesmo período do ano passado, a população ocupada aumentou 10,8% e, na comparação com março último, houve alta de 2,1%. De acordo com o Ipea, a análise dos dados mostra que a expansão da ocupação tem ocorrido de forma generalizada, envolvendo todas as regiões, todos os segmentos etários e educacionais e atingindo todos os setores da economia.

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O Ipea ressalta a recuperação nos setores que tiveram quedas mais intensas no auge da pandemia, devido às medidas de afastamento social. No primeiro trimestre deste ano, 6 dos 13 setores pesquisados apresentaram crescimento da ocupação superior a 10%, com destaque para os segmentos de alojamento e alimentação, com aumento de 32,5% na taxa de ocupação; serviços pessoais, com alta de 19,5%; e serviços domésticos, com crescimento de 19,4%.

Os dados mostram, no entanto, que ainda há uma série de desafios a serem superados no mercado de trabalho brasileiro. Mesmo diante de uma melhora na taxa de desemprego, de uma recuperação mais forte do emprego formal, a maior parte das novas vagas está sendo gerada nos segmentos informais da economia. No último trimestre móvel, encerrado em abril de 2022, enquanto o montante de trabalhadores com carteira assinada avançou 11,6%, na comparação com 2021, o contingente de ocupados sem carteira cresceu 20,8%.

Desalento em queda

O país ainda tem aproximadamente 4,2 milhões de pessoas desalentadas. O desalento refere-se àquelas pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuram emprego por achar que não vão encontrar. O contingente registrado em abril é, no entanto, o menor já apontado desde setembro de 2017. A proporção de desalentados em relação à população fora da força de trabalho recuou de 5,1% para 3,7%, entre abril de 2021 e abril de 2022.

Já os trabalhadores que se declararam subocupados em abril eram 6,4 milhões, ou seja, 6,5% do total da ocupação. Os trabalhadores subocupados são aqueles que trabalham menos do que 40 horas semanais tendo disponibilidade e desejando trabalhar mais. Esses dados representam queda de 1,7 ponto percentual em relação ao mesmo mês de 2021.

O Ipea calculou as taxas com base na série trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para serem comparados, os dados foram dessazonalizados.

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