Arquivos Aids - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/tag/aids/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Fri, 01 Dec 2023 12:22:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Casos de sífilis e de HIV/aids aumentam entre homens jovens https://canalmynews.com.br/brasil/casos-de-sifilis-e-de-hiv-aids-aumentam-entre-homens-jovens/ Fri, 01 Dec 2023 14:00:54 +0000 https://localhost:8000/?p=41565 Números da pasta também registram crescimento dos casos de sífilis em homens, mulheres e gestantes

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Dados do Ministério da Saúde indicam que o país vem registrando queda nos casos de HIV/aids, mas não entre homens de 15 a 29 anos. Nesta faixa, o índice tem aumentado, chegando, em 2021, a 53,3% dos infectados de 25 a 29 anos. Os números da pasta também registram crescimento dos casos de sífilis em homens, mulheres e gestantes.

No mês em que se realiza a campanha Dezembro Vermelho, iniciativa de conscientização para a importância da prevenção contra o vírus HIV/aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) alerta que, se não tratadas, essas infecções podem causar lesões nos órgãos genitais, infertilidade, doenças neurológicas e cardiovasculares e até câncer como o de útero e de pênis.

Ao longo do mês de dezembro, a sociedade médica esclarece as principais dúvidas envolvendo as ISTs por meio de live, posts e vídeos em seu perfil nas redes sociais (@portaldaurologia).

Vacinação
Apesar de o SUS oferecer a vacinação contra o HPV para meninos e meninas de 9 a 14 anos, segundo o Ministério da Saúde, a cobertura da segunda dose está em 27,7% entre os meninos. Já entre as meninas, a cobertura é maior, atingindo 54,3%, mas ainda longe dos 95% recomendados.

Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunicação da SBU e uma das responsáveis pela campanha, disse que os urologistas têm percebido que o uso dos preservativos nas relações sexuais tem decaído muito nos últimos anos, enquanto a transmissão das ISTs segue em alta.

“Outra grande preocupação é que muitas dessas infecções estão se tornando resistentes aos tratamentos existentes, em várias partes do mundo. Por essas razões, decidimos que temos que voltar a falar mais sobre o assunto, alertar e instruir a população e os agentes de saúde, e este é o terceiro ano consecutivo que adotamos o Dezembro Vermelho, mês já tradicional de conscientização sobre a aids, como o mês dedicado à temática de todas as ISTs”, disse a médica, em nota.

Sintomas
As ISTs podem ser causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Entre as mais comuns estão herpes genital, sífilis, HPV, HIV/aids, cancro mole, hepatites B e C, gonorreia, clamídia, doença inflamatória pélvica, linfogranuloma venéreo e tricomoníase.

Algumas ISTs, em seu estágio inicial, são silenciosas, não apresentando sinais ou sintomas, ou os sintomas iniciais podem desaparecer espontaneamente, dando a falsa impressão de que a doença foi curada, o que pode atrasar o tratamento e agravar as complicações e as consequências, que podem ser infertilidade, câncer e até mesmo a morte.

Entre os sintomas mais comuns estão: feridas, corrimento, verrugas, dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas.

O uso do preservativo (masculino ou feminino) continua sendo a melhor forma de prevenção, além da vacinação contra ISTs como HPV e hepatite.

Estatísticas de HIV/aids
Dados do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2022 do Ministério da Saúde apontam que o número de infectados vem caindo, exceto entre os homens de 15 a 29 anos. De acordo ainda com o boletim, a quantidade de infectados pelo HIV em 2021 era maior entre os homens de 25 a 29 anos (53,3%). Nas mulheres, o maior índice foi registrado entre 40 e 44 anos (18,4%).

Somente em 2021, foram contabilizadas 28.967 infecções pelo vírus em pessoas com idade entre 15 e 39 anos, sendo 22.699 entre os homens e 6.268 entre as mulheres.

Na análise do número de casos em geral, a maior quantidade nos últimos anos vem sendo registrada entre o sexo masculino.

Segundo Karin Anzolch, na época que eclodiu a aids, e por vários anos depois, muitas pessoas se assustaram e de fato passaram a adotar e a exigir o uso do preservativo, bem como começaram a ter mais cuidado na escolha de parceiros. Entretanto, com o tempo, muitas pessoas se descuidaram e passaram a banalizar os riscos de contágio, o que não só as deixaram novamente expostas ao HIV, mas a todas as outras ISTs que são altamente prevalentes.

Outro ponto importante de salientar, de acordo com a médica, é que, embora as pessoas que vivem com HIV hoje em dia disponham de tratamentos eficazes que não somente prolongam, mas também oferecem uma boa qualidade de vida, não se pode esquecer que, para isso, elas precisam tomar regular e constantemente medicações e ter uma rotina bem rígida de cuidados, exames e controles médicos, já que ainda se trata de uma doença incurável.

“Agora imagine um jovem, iniciando a sua vida, contraindo uma doença dessas e já tendo que conviver com esse ônus, influenciando todo o seu presente e futuro. E é o que está ocorrendo, infelizmente, sobretudo entre o público jovem masculino, em que se verificou um aumento na incidência da doença. Isso é resultado de uma série de razões, mas sem dúvida a exposição durante a prática de sexo desprotegido, bem como o consumo de drogas injetáveis, estão entre os principais fatores”, afirmou a médica.

Desde o início da epidemia de aids (1980) até 2021, foram notificados no Brasil 371.744 óbitos devido à doença. A maior proporção desses óbitos ocorreu no Sudeste (56,6%), seguido das regiões Sul (17,9%), Nordeste (14,5%), Norte (5,6%) e Centro-Oeste (5,4%).

Estatísticas de sífilis
Segundo o Boletim Epidemiológico Sífilis 2023, do Ministério da Saúde, de 2012 a 2022, foram notificados no país 1.237.027 casos de sífilis adquirida, 537.401 casos de sífilis em gestantes, 238.387 casos de sífilis congênita e 2.153 óbitos por sífilis congênita. Houve aumento na taxa de detecção de sífilis adquirida de 2012 a 2022, exceto em 2020, provavelmente em decorrência da pandemia de covid-19.

O boletim também indica aumento em casos e taxa de detecção de gestantes com sífilis, de 2012 a 2022. A Região Sudeste é a campeã, com 248.741 casos registrados, seguida do Nordeste, com 112.073.

“A sífilis se manifesta inicialmente como uma lesão na pele, no local onde foi feita a inoculação por contato direto com a lesão de uma pessoa infectada (sífilis primária). Mesmo sem tratamento, essa lesão inicial cicatriza espontaneamente, dando a falsa impressão de que a lesão não era ‘nada de grave’, mas a pessoa continua infectada e a doença continua evoluindo, podendo provocar a morte do paciente”, destacou Alfredo Canalini, presidente da SBU.

Na opinião do vice-presidente da SBU, Roni de Carvalho Fernandes, para combater a sífilis no Brasil, algumas medidas poderiam ser adotadas, como educação e conscientização, acesso facilitado a testes e tratamentos, melhorias no sistema de saúde, ampliação do pré-natal e fortalecimento da vigilância epidemiológica.

“É importante ressaltar que a adoção dessas medidas deve ser feita de forma integrada e contínua, visando à prevenção, detecção e tratamento adequado da sífilis para reduzir sua incidência e impacto no Brasil”, recomenda Fernandes.

Vacinação contra o HPV
O papilomavírus humano (HPV) é responsável por cerca de 50% dos cânceres, entre os quais colo de útero, ânus, vulva, vagina, orofaringe e pênis. E a vacinação contra o HPV é a forma mais eficaz de prevenir o contágio.

A SBU realiza anualmente, em setembro, a campanha #Vemprouro, de conscientização da saúde do adolescente masculino, e aproveita para chamar a atenção sobre a importância da imunização.

Segundo a médica Karin, o índice de vacinação ainda está muito aquém do ideal, especialmente entre os meninos. Além dos cânceres, o HPV também pode ocasionar verrugas genitais de demorado e difícil tratamento, que estigmatizam a pessoa e levam a consequências nos relacionamentos e risco de transmissão.

“Pessoas com imunossupressão, nas quais se incluem os transplantados e pessoas que vivem com HIV, têm riscos ainda maiores, e a faixa etária para vacinação gratuita nesse grupo e para as pessoas vítimas de violência sexual foi estendida para até 45 anos. Temos trabalhado muito a vacinação do HPV, justamente por todas essas questões, mas especialmente entre os adolescentes masculinos, um público que ainda não está sendo suficientemente motivado ou direcionado para receber esse benefício”, sinaliza Karin.

Como o HPV é uma doença na maioria das vezes assintomática e com remissão espontânea em até dois anos, muitas pessoas não descobrem ter o vírus e o transmitem a seus parceiros. Por isso a importância do incentivo à vacinação. A vacina está disponível no SUS para meninos e meninas de 9 a 14 anos (além de pessoas imunossuprimidas), mas a cobertura ainda não chega nem próxima da meta recomendada de 95%.

Entre as consequências do HPV estão os cânceres de colo de útero e de pênis. Em 2021, foram registradas mais de 6 mil mortes de mulheres devido ao câncer de colo de útero, segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. E a estimativa é que surjam mais de 17 mil novos casos em 2023.

Com relação ao câncer de pênis, de 2007 a 2022, foram realizadas no SUS 7.790 amputações de pênis decorrentes de tumores malignos, o equivalente a uma média de 486 procedimentos por ano. Em relação ao número de mortalidade em decorrência da doença, é registrada uma média de 400 por ano.

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Unifesp ampliará estudo que objetiva eliminar HIV do organismo com medicamentos e terapia celular https://canalmynews.com.br/mais/unifesp-ampliara-estudo-eliminar-hiv-do-organismo-medicamentos-terapia-celular/ Sun, 05 Sep 2021 14:00:40 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/unifesp-ampliara-estudo-eliminar-hiv-do-organismo-medicamentos-terapia-celular/ Através da combinação de medicamentos, consegue matar as células que armazenam o HIV e com uma terapia semelhante a uma vacina, faz com que o vírus seja eliminado

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Um estudo com pesquisadores de diversos países, incluindo pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), está conseguindo tratar o vírus HIV do organismo utilizando um coquetel de medicamentos e uma terapia celular. A pesquisa “desperta” os vírus latentes no corpo humano para que o organismo possa eliminá-los. Através da combinação de medicamentos, consegue matar as células que armazenam o HIV e, através de uma terapia celular semelhante a uma vacina, faz com que as pessoas consigam banir o vírus.

A pesquisa está sendo feita com voluntários que fazem tratamento para HIV/Aids e estão com carga viral indetectável e agora será ampliada. “Está funcionando e a gente vai ampliar esse estudo”, disse o infectologista Ricardo Sobhie Diaz, infectologista e diretor do Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina da Escola Paulista de Medicina (EPM/ Unifesp) – Campus São Paulo, em entrevista ao Quinta Chamada Ciência.

A epidemia de Aids existe há 40 anos e a estimativa do Programa das Nações Unidas para Aids (Unaids) é de que 37,6 milhões de pessoas viviam com HIV/Aids no mundo em 2020. De acordo com o Ministério da Saúde, 920 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil. A infecção pelo HIV não tem cura, mas tem tratamento – que é feito com medicações antirretrovirais que diminuem a carga viral e controlam a infecção. A estimativa do Unaids é que 27,6 milhões de pessoas no mundo tenham acesso à medicação, também chamada de “coquetel anti-HIV”.

“Pra gente entender os medicamentos que a gente usou, a gente tem que entender o tamanho desse desafio. O HIV entra no corpo da pessoa e fica de uma forma dormente, latente, não vai mais embora. Não existe nenhum caso no mundo em que a pessoa tenha adquirido o HIV e tenha eliminado ele”, pontua Diaz, lembrando que um dos grandes desafios é diminuir os danos ao organismo de um vírus que fica pra sempre.

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O programa Quinta Chamada Ciência conversou sobre o tratamento e uma possível cura para o HIV/Foto: Reprodução da Internet/Canal MyNews

“Um deles, é que [o HIV] fica inflamando o nosso corpo e faz com que a gente envelheça mais rápido. O outro grande desafio é curar as pessoas. A gente descobriu que o caminho para diminuir essa inflamação e até curar as pessoas é o mesmo. Tentar fazer com que esse vírus acorde e fazer com que as pessoas consigam reagir contra o vírus e eliminar”, continua o epidemiologista, acrescentando que com a combinação de algumas estratégias, os pesquisadores chegaram à conclusão de que é possível eliminar o vírus HIV, mas com as tecnologias disponíveis atualmente esse processo demoraria décadas. O desafio dos cientistas é encontrar uma forma de acelerar esse processo e, de fato, poder curar as pessoas.

“A gente imaginava que conseguiria curar o HIV porque ele fica só em lugares que a gente consegue eliminar, que não são células definitivas (como o cérebro, o osso). O conceito foi provado com a estratégia de transplante de medula, pra quem precisa de transplante de medula. Duas pessoas foram curadas e provavelmente tem uma terceira. Mas não dá pra fazer transplante de medula [em todas as pessoas]”, explica o pesquisador, detalhando o processo que está sendo estudado pela Unifesp.

Vacinas são “a arte imitando a vida”. No caso do HIV, o desafio é fazer “a arte melhor que a vida”

Ricardo Diaz considera que a vacina é a “arte imitando a vida” e este é o desafio da pesquisa de uma vacina para o HIV. “Na vida, se você pega uma catapora, você não vai ter de novo. O que a vacina faz? Ela engana seu corpo e faz ele achar que você teve uma catapora para fazer com que você fique imunizado. Normalmente a arte não é melhor que a vida. A questão é que ninguém até hoje que se infectou com o HIV, eliminou o vírus. Então o desafio dos cientistas é fazer a arte melhor que a vida”, considera.

O epidemiologista Ricardo Diaz considera que, no caso da pandemia do novo coronavírus, o avanço rápido na descoberta de vacinas contra o Covid-19 se deveu a um movimento de solidariedade que alcançou o mundo inteiro e fez instituições de diversas regiões do planeta compartilharem suas pesquisas, resultados satisfatórios e também os caminhos que não deram resultados.

“A vacina [do Covid-19) andou rápido por solidariedade. Pesquisadores abriram todos os bancos de dados e essa solidariedade está possibilitando à ciência andar rápido porque a gente está com medo”, diz. Outra questão que influenciou a agilidade para encontrar os imunizantes contra o novo coronavírus foi o reaproveitamento de tecnologias para vacinas que já tinham sido testadas, mas não avançaram da forma esperada e agora foram resgatadas e “repaginadas”, utilizando o mesmo modelo que já existia para combater outro vírus.

Combate ao Covid-19 deve utilizar estratégias já experimentadas no enfrentamento da Aids

Outro aspecto interessante é que iniciativas de tratamento já adotadas para enfrentar o HIV também deverão ser utilizadas para combater o Covid-19, a exemplo da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e da Profilaxia Pré-exposição (PreP).

No caso do HIV, o conjunto de medicamentos chamado de PEP é receitado para a pessoa que passou por um risco de se infectar com o HIV – seja por uma relação sexual sem uso de preservativos, ou por ser vítima de violência sexual, entre outras situações. Já a PreP é indicada para pessoas que não vivem com o vírus HIV, mas que possam ter uma exposição ao vírus. Essas pessoas tomam um conjunto de remédios que previnem a infecção pelo vírus que provoca a Aids.

Para o Covid-19, os cientistas pesquisam, além das vacinas (que poderiam ser comparadas à PreP), medicações que possam ser receitadas às pessoas que se expuseram ao novo coronavírus (PEP), evitando também a infecção e possíveis complicações. Seriam medicamentos aliados das vacinas no combate à pandemia.

O infectologista Ricardo Sobhie Diaz destacou que, apesar de não existir cura para a Aids, a terapia antirretroviral feita da forma recomendada pela equipe de saúde realiza o controle da infecção e também oferece a possibilidade que as pessoas infectadas com o vírus HIV se tornem indetectáveis. Quando a pessoa está com a carga viral indetectável ela não transmite o vírus HIV. “Indetectável é igual a intransmissível (I=I). Os maiores sintomas do HIV ainda são o estigma, o preconceito e a discriminação. Existe o que a gente chama de ‘sorofobia’, que é quando a pessoa é discriminada por viver com o HIV e isso é muito pesado para as pessoas”.

Assista ao Quinta Chamada Ciência, sempre com temas atuais e convidados especiais. Com apresentação da jornalista Cecília Oliveira, no Canal MyNews

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