Arquivos Bukele - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/tag/bukele/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Fri, 24 May 2024 14:55:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Equador dá salto para virar El Salvador https://canalmynews.com.br/coluna-da-sylvia/equador-da-salto-para-virar-el-salvador/ Mon, 22 Apr 2024 20:27:23 +0000 https://localhost:8000/?p=42947 No último domingo, o presidente Daniel Noboa saiu vitorioso em um plebiscito que lhe permitirá avançar com agenda agressiva em segurança pública

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O projeto do salvadorenho Nayib Bukele para a segurança em seu país _usando arbitrariamente o estado de exceção e prendendo 2% da população, sem julgamentos apropriados_ está já fazendo escola na América do Sul.

Se, até hoje, Bukele “apenas” havia transformado-se num símbolo de política pública de segurança que influenciou a campanha de vários candidatos de direita na região, agora já há um país que caminha em direção a ser o primeiro a aplicar políticas muito parecidas, e com amplo respaldo popular, aqui no Sul.

Trata-se de Daniel Noboa, o mais jovem presidente das Américas (tem 36 anos), e que hoje governa, num mandato-tampão, o Equador. Ele foi eleito numa votação emergencial, para terminar os 15 meses que faltavam do mandato de Guillermo Lasso, que vinha se desgastando, justamente, por conta de sua falência em combater rebeliões nas prisões e a intensa atividade de cartéis de narcotráfico, locais e estrangeiros, no país.

No último domingo, os equatorianos saíram a votar num plebiscito, proposto por Noboa, no qual estava em questão apertar ainda mais a pressão no combate à violência. Os equatorianos aprovaram 9 das 11 mudanças constitucionais que constavam da cédula.

As medidas aprovadas incluem: autorização para que militares atuem nas ruas, extradição de equatorianos que cometem delitos relacionados ao narcotráfico, sentenças maiores para crimes de terrorismo e assassinatos, fim das prisões domiciliares e permissão para que militares confisquem armas de civis, ainda que obtidas legalmente.

As duas medidas que foram reprovadas não tinham a ver com a questão da segurança, uma delas definia que seria possível para empregadores fazer contratos por hora, e outra reconheceria a arbitragem internacional em temas do país. 

Feliz, e com 67% de popularidade _uma das mais altas da região_ Noboa celebrou a vitória em declarações e em postagens nas redes sociais. Do mesmo modo como havia condecorado um ato que o mundo todo reprovou: a invasão da embaixada mexicana em Quito para resgatar o ex-vice de Rafael Correa, Jorge Glas, condenado por corrupção. Mesmo com a rejeição da comunidade internacional, Noboa declarou: “Se eu deixasse que ele pedisse asilo ao México, me veriam como um líder fraco, pois se trata de um criminoso sentenciado pela Justiça equatoriana. Como eu não deixei acontecer e o devolvi para a cadeia, estou mais forte”, disse o iludido e temerário Noboa.

Na verdade, tudo o que ele tem feito tem um só objetivo: que possa disputar e vencer com folga a reeleição, na nova votação presidencial, que terá lugar em fevereiro próximo, aí sim para um mandato completo. Jogando apenas para o eleitorado interno, está pouco se importando com o que dizem as organizações de direitos humanos, que veem como abusivas algumas dessas medidas.

A onda de violência no Equador é real. Antes um país considerado pacífico e sem se envolver no narcotráfico, sendo no máximo um território de passagem da droga dos países ao Sul para a Colômbia e, a partir daí, para os EUA ou, por barco, para a Europa, agora o Equador é centro de atuação de várias facções criminosas. A saber: os cartéis mexicanos de Sinaloa e de Jalisco, do Trem de Arágua (da Venezuela), do Clã do Golfo (Colômbia) e vários grupos menores, inclusive um da Albânia, e vários locais.

O aumento da violência no Equador é algo urgente e notório. No ano passado, o número de mortos de modo violento atingiu um recorde de 43 em cada 100 mil habitantes, mais do que países da América Central considerados muito violentos.

O salto nessas cifras se fez ver no mundo inteiro por meio de dois episódios: a invasão de uma TV equatoriana que estava transmitindo notícias ao vivo, e o assassinato do candidato eleitoral Fernando Villavicencio. Além disso, na mesma campanha eleitoral, pelo menos 12 políticos foram mortos, enquanto a violência nas prisões causou 460 vítimas fatais em três anos.

Obviamente, não é fácil lidar com um problema desse tamanho. Mas a solução mais fácil e mais eleitoreira, que são justamente as medidas tomadas por Noboa, não podem ser a única saída, até porque fechar o cerco e aprisionar ou matar mais criminosos são soluções paliativas de efeitos a curto prazo.

O mais indicado seria colocar o foco nas falências sociais do país, que saiu muito golpeado da pandemia, com desemprego e informalidades recorde, fazendo engrossar as filas dos cartéis e facções criminosas.

Tampouco é aceitável que, com a desculpa de lutar contra a violência, se avance tanto sobre o Estado de Direito e se cometam abusos notórios dos direitos humanos.

 

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Bukele declara vitória em El Salvador antes dos resultados oficiais https://canalmynews.com.br/internacional/bukele-declara-vitoria-em-el-salvador-antes-dos-resultados-oficiais/ Mon, 05 Feb 2024 15:58:28 +0000 https://localhost:8000/?p=42259 Presidente e candidato à reeleição, Bukele lidera com folga e se proclama vencedor das eleições presidenciais deste domingo (4) em El Salvador antes da divulgação dos resultados oficiais da Justiça Eleitoral

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O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, declarou-se vencedor das eleições em El Salvador realizadas no domingo (4/2), antes da divulgação dos resultados oficiais da Justiça Eleitoral do país, com aproximadamente 31% dos votos apurados. 

Como indicavam as pesquisas, Bukele vence com um apoio de mais de 1 milhão de votos e uma vantagem esmagadora em relação ao adversário que ficou em segundo lugar com 110 mil votos, Manuel Flores (FLMN).

Em sua conta no X, antigo Twitter, Bukele declarou ter ganho a eleição com mais de 85% dos votos e convocou apoiadores para irem ao Palácio Nacional:

Já conhecido como o polêmico “ditador mais legal do mundo”, além de ter sido o presidente mais jovem da América Latina e de El Salvador quando chegou ao poder, aos 37 anos, é popular na região por sua estratégia de segurança opressiva, práticas violentas e demonstrações de poder. Um estilo de governar que defende com o argumento de que os níveis de violência no país diminuíram e renova o discurso como bandeira para sua reeleição.

Suas práticas têm gerado debates internacionais mais do que complexos. Enquanto possui uma alta popularidade e já se fala no “Modelo Bukele” de repressão a gangues criminosas e segurança da população, analistas e especialistas consideram que existe uma violação sistemática dos direitos humanos, principalmente no caso das grandes prisões com previsão de confinar ao menos 40 mil reclusos. Não são raros depoimentos e denúncias de mortes e humilhações em presídios, tortura, detenções arbitrárias de inocentes, repressão violenta a jornalistas e controle das instituições de Estado. 

Desde o início do decreto do regime de emergência, imposto pelo presidente em março de 2022, autoridades sob uso do decreto detiveram mais de 70 mil pessoas desde janeiro por alegadas ligações às gangues criminosas, o que faz de El Salvador o país com a maior taxa de encarceramento do mundo e com mais de 200 mortes em presídios e prisões desde o início do decreto. 

Em entrevista à jornalista Sylvia Colombo, correspondente do Canal MyNews, o editor e fundador do maior jornal de El Salvador e um dos mais importantes da América Central, o El Faro, Carlos Dada explica o contexto eleitoral de Bukele e afirma:

“Vamos ter uma reeleição inconstitucional. A Constituição proíbe literalmente, em cinco artigos constitucionais, a reeleição. Para Bukele chegar tão longe, teve que substituir ilegalmente os juízes da câmara constitucional. Os novos juízes tiveram que reinterpretar a Constituição para abrir caminho para esta votação. Ele teve que ameaçar os magistrados do Tribunal Superior Eleitoral para admitirem a sua reeleição. A Assembleia que ele controla aprovou uma lei que prevê 15 anos de prisão para aqueles que obstruírem uma reeleição presidencial. É uma lei ditada para evitar que o TSE o impeça de concorrer”

O novo mandato de Bukele terá início em junho de 2024 e não revelou ainda aos eleitores o que planeja para seu segundo mandato, afirmando apenas que seguirá fazendo “o impossível” e mostrará ao mundo o “exemplo de El Salvador”. 

O Canal MyNews fez a cobertura especial das eleições de El Salvador neste domingo (4) e, sob comando de Afonso Marangoni, contou com a participação de Mara Luquet, Sylvia Colombo, Filipe Figueiredo do podcast Xadrez Verbal, Allan de Abreu da Revista Piauí e, direto de San Salvador, o jornalista e escritor Juan Elman. Confira:

 

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