Fazendo jus ao nome, vocês vão ver alguns contos eróticos narrados de maneira até bem explícita. O bacana é que estão num contexto e levantam pontos importantes para a discussão da sexualidade da mulher, conservadorismo, misoginia, feminicídio, casamento, tabus… Ah, e importante, há passagens engraçadas e divertidas na história.

No mês de janeiro, Mara Luquet vai conduzir o encontro entre leitores e essa obra certamente vai render muitas conversas.

Outro ponto interessante é conhecer um pouco mais da cultura punjabi. Uma cultura bastante patriarcal, em que as mulheres têm pouca liberdade, mas formam uma comunidade bastante unida. Curioso ver como, através de um grupo de escrita, as mulheres se empoderam e vão atrás dos seus desejos.

Punjab é um estado do noroeste da Índia, localizado próximo ao Paquistão e da região da Caxemira. É  também lar de uma das mais antigas civilizações do mundo, a civilização do Vale do Indo.  A palavra “Punjab”‘ é uma combinação das palavras persas panj (cinco) e ab (água). Uma tradução ao pé da letra seria “terra dos cinco rios”. Politicamente, o estado do Punjab é o resultado de uma divisão entre Índia e Paquistão, após a partilha britânica em 1947. O Paquistão recebeu 62% do Punjab, que se tornou uma província do Paquistão. Em 1966, a parcela da Índia foi dividida em três estados: Punjab, Haryana e Himchal Pradesh. O noroeste tornou-se o estado de Punjab, onde 60% da população é formada pelos sikhs, cuja religião é contrária aos preceitos hinduístas.

Mesmo depois da criação do estado de Punjab, uma reivindicação dos sikhs, sempre houve tensão e pressão por autonomia e a criação de um país independente da Índia. Os sikhs agregaram em sua religião características do islamismo, como o monoteísmo e a proibição da idolatria. Nem a figura de Deus deve ser representada. Há uma grande confusão com a aparência dos sikhs. Eles utilizam vestimentas e barbas compridas, semelhantes às usadas pelos islâmicos. Nos EUA, desde os ataques de 11 de setembro, os sikhs sofrem com xenofobia e perseguições.

Sinopse: 

A história do livro se passa em Londres. Conta a vida de Nikki, filha de imigrantes indianos, que na maior parte de seus vinte e tantos anos se distanciou da tradicional comunidade sikh em que nasceu por preferir uma vida mais independente e ocidentalizada. Depois da morte repentina de seu pai, a família passa por problemas financeiros. Nikki sente-se na obrigação de ajudar a mãe e a irmã, e encontra um uma oportunidade: dar aulas de escrita criativa em um centro comunitário no coração da comunidade punjabi de Londres.

Logo de cara ela percebe que as viúvas sikh, suas alunas, precisam primeiro aprender inglês para escrever pequenas cartas e ler placas… e não contos literários. Frustrada, Nikki se questiona a respeito da empreitada. Porém, ao notar uma das mulheres compartilhando um livro de contos eróticos com a turma, percebe que, por baixo de suas vestimentas brancas, as alunas escondem uma enorme riqueza de fantasias e memórias. Vocês vão adorar a jornada desse grupo contando e escrevendo histórias que estavam guardadas dentro delas.

Quem é Balli Kaur Jaswal, autora escolhida para o clube do livro do My News em janeiro

Balli Kaur Jaswal é nascida e criada em Cingapura. Já participou de diversos festivais literários internacionais, além de realizar workshops e palestras. Ex-aluna da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, Jaswal ensinou Escrita Criativa no Yale-NUS College e na Nanyang Technological University, onde cursou doutorado. Escola de contos eróticos para viúvas é seu terceiro romance e foi escolhido para o clube do livro da atriz Reese Witherspoon em 2018. Os direitos de tradução foram vendidos para mais de dez países e no cinema foram adquiridos pela produtora de Ridley Scott.

Avaliações da obra: 

“Alternando entre erótico, romântico e misterioso, este livro sobre mulheres desafiando a cultura patriarcal encanta os leitores”  Kirkus Reviews

“Esta é uma história sobre a libertação de mulheres de todas as idades, e sobre o empoderamento necessário para que possam expressar seus desejos, seus sonhos e o que faz com que elas se sintam bem. Acima de tudo, é um livro sobre como mulheres de diferentes gerações podem se unir para mudar duas comunidades” Reese Witherspoon, atriz de Big Little Lies, Legalmente Loira e Walk the Line, filme que lhe rendeu um Oscar de melhor atriz.

Anote aí na agenda: 

Dia 25/01 às 19h

Live com a tradutora da obra, Flávia Souto Maior

Dia 25/01 às 20h

Encontro entre os leitores com mediação de Mara Luquet

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Cíntia Moscovich é escritora brasileira premiada com um Jabuti. Em “Essa coisa brilhante que é a chuva”, a autora reúne contos inéditos escritos ao longo de seis anos. Com muita originalidade e sensibilidade, Cíntia aborda temas corriqueiros: o ciúme do filho pela mãe, a adoção de um cachorro abandonado, um jovem casal às voltas com uma reforma na casa. O humor perpassa todo o livro e a reunião de contos ficou coesa, divertida, delicada. Fica a impressão de que é tudo uma narrativa só. A autora já confirmou que participará de uma live no canal no final do mês de dezembro. (veja infos abaixo)

Segundo Fabrício Carpinejar, autor da orelha do livro, esta obra “é um retrato antológico de Cíntia Moscovich. É quando a gente sabe com quem a gente está falando: estou conversando com o tempo. Estou conversando com o futuro. Estou conversando com o  Manual de Literatura de meu neto. Estou conversando com um clássico.”

O cuidado com o conteúdo e com a linguagem transbordam em cada página deste livro. O texto é econômico e Cíntia mostra como é possível falar do amor familiar, da alegria, da gratidão e de outros temas sem ser meloso ou piegas. Se você está em busca de um grande livro, certamente vai gostar.

Conheça mais sobre Cíntia Moscovich

Em 2006 Cíntia lançou “Por que sou gorda, mamãe?”, onde trata das crises de auto-imagem das pessoas. O livro traz o ódio do próprio corpo, de uma herança genética que tira a narradora da escolha e a faz “gorda feito uma baleia”. Ela odeia a comida que a engorda, mas ama o alimento que lhe dá prazer. Ambiguidades ultrapassadas aos poucos, grama a grama, garfada a garfada, capítulo a capítulo.

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Trechos do livro:

“No final ela morre e ele fica sozinho, ainda que na verdade ele já tivesse ficado sozinho antes da morte dela, de Emilia. Digamos que ela se chama ou se chamava Emilia e que ele se chama, se chamava e continua se chamando Julio. Julio e Emilia. No final, ela morre e Julio não morre. O resto é literatura.”

Oi gente, tudo bem? Aqui é a Myrian Clark. Esse é o começo de Bonsai e A vida privada das árvores. De cara senti como se tivesse levado uma picada de curiosidade. Não, fui na verdade mordida pela sequência direta das palavras. O livro é econômico, a história joga familiaridade na cara da gente, você se reconhece e, ao mesmo tempo, se estranha. Me pegou logo nas primeiras linhas.

As mulheres amadurecem mesmo mais cedo do que os homens? Dá uma olhada nesse trecho de Bonsai e A vida privada das árvores.

“Ambos tinham quinze anos quando começaram a sair, mas quando Emilia completou dezesseis, e dezessete, o lerdo continuou tendo quinze. E assim por diante: Emilia completou dezoito, e dezenove, e vinte e quatro, ele e quinze; vinte e sete, vinte e oito, e ele quinze, até os trinta anos dela, pois Emilia não continuou fazendo anos depois dos trinta, e não porque a partir de então tivesse decidido ir diminuindo a idade, mas porque poucos dias depois de completar trinta anos Emilia morreu, e então não fez mais aniversário porque começou a estar morta”.

Esse é só um dos inúmeros temas sobre os quais podemos conversar no nosso encontro de leitores. Te espero lá, na próxima terça (31/08), às 20h.

Para participar do Encontro entre Leitores e do bate-papo com o autor Alejandro Zambra é preciso ser membro do MyNews.

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O livro do Clube do Livro do MyNews nesse mês de agosto é um combo de duas histórias. Tanto em “Bonsai” como em “A vida privada das árvores” o amor é o ponto principal da narrativa. As duas novelas são independentes, porém, no segundo livro, o autor faz uma referência sutil ao primeiro. O personagem Julián, de “A vida privada das árvores”, usa um bonsai como metáfora para sua própria obra: escrever é como cuidar de um bonsai, é preciso observar, contemplar, podar as partes excessivas. Da mesma maneira, Alejandro Zambra escreveu os textos que estão no nosso clube neste mês de agosto. O livro é da Tusquets Editores, um selo da editora Planeta, e está com 30% de desconto para os membros do MyNews. As compras com o cupom dos membros podem ser feitas pelo site das Livrarias Curitiba.

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• Leia também – O que diz quem já leu “Bonsai e A vida privada das árvores”, o livro de agosto do Clube do Livro

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