Arquivos comportamento - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/tag/comportamento/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Fri, 24 May 2024 14:42:12 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Violência, Estado e linchamentos https://canalmynews.com.br/politica/rodrigo-augusto-prando/violencia-estado-e-linchamentos/ Thu, 07 Dec 2023 13:37:33 +0000 https://localhost:8000/?p=41687 Intrinsicamente humana, a violência é mais ou menos aceita a depender da configuração histórica dos países

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A sociedade brasileira é assaz violenta e isso pode ser comprovado nos relatos cotidianos dos cidadãos ou nas pesquisas científicas. Intrinsicamente humana, a violência é mais ou menos aceita a depender da configuração histórica dos países, de sua cultura, instituições, no limite, da relação entre o Estado e a sociedade.

Max Weber, clássico da teoria sociológica, afirma que o Estado se caracteriza pelo monopólio legítimo da violência, ou seja, somente por meio das polícias e das forças armadas o Estado pode usar, legalmente, o poder de coação e atingir seus objetivos. Outro aspecto interessante é a diferença entre poder e autoridade. Assim, por exemplo, um traficante e uma milícia têm, efetivamente, poder, já que reúne recursos capazes de violentamente coagir indivíduos e grupos. Já no âmbito legal, policiais são dotados de autoridade, já que podem exercer um poder autorizado por lei.

Criminosos são poderosos, contudo, não se configuram em autoridades.

Nos tempos que correm, cenas de violência dominam a mídia. Em grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, pululam notícias de furtos e roubos, estupros, agressões e assassinatos. No centro de São Paulo, na região da Cracolândia (que, atualmente, se espalhou), grupos atacam pedestres, carros têm seus vidros arrebentados visando os celulares e, não raro, lojas e outros comércios são invadidos e roubados.

No Rio de Janeiro, na nobre região de Copacabana, transeuntes são cercados e agredidos, com intensidade que gera indignação e revolta. Invariavelmente, a população reclama por mais segurança, por ações mais enérgicas por parte das forças policiais.

No entanto, para muitos o Estado e suas instituições estão ausentes, omissos ou mesmo incapazes de responder à situação em voga. Tal cenário, portanto, pode gerar aquilo que, na Sociologia, chama-se de anomia: um contexto social no qual as regras são incapazes de produzir normalidade no bojo da sociedade.

Em períodos anômicos, formam-se grupos que se autointitulam vigilantes, protetores, e atuam, ilegalmente, como policiais, tribunais e executores daqueles que são considerados infratores, criminosos.

José de Souza Martins, sociólogo e especialista no estudo dos linchamentos, afirma que:

A justiça formal e oficial deixou de aplicar a pena de morte, ainda no Império, abolida por lei, mas o povo continuou a adotá-la em sua mesma forma antiga através dos linchamentos. Trágica expressão do divórcio entre o legal e o real que historicamente preside os impasses da sociedade brasileira, divórcio entre o poder e o povo, entre o Estado e a sociedade. Os linchamentos, de certo modo, são manifestações de agravamento dessa tensão constitutiva do que somos. Crescem numericamente quando aumenta a insegurança em relação à proteção que a sociedade deve receber do Estado, quando as instituições não se mostram eficazes no cumprimento de suas funções, quando há medo em relação ao que a sociedade é e ao lugar que cada um nela ocupa”.

Motoristas têm usado seus carros como armas para impedir roubos; jovens estão formando grupos de vigilantes para proteger seus bairros e moradores. São, em grande parte das vezes, apoiados e aplaudidos. Vivemos numa sociedade fraturada e violenta.

Não há, obviamente, respostas simples à violência. O problema não é, apenas, jurídico e sim sociológico e político. Reclama, enfim, um equacionamento distante do sedutor simplismo.

A resolução exige inteligência, coragem e ações no âmbito governamental e na própria sociedade que, em algum momento, deverá escolher entre a barbárie ou a vida civilizada.

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Inflação muda comportamento dos brasileiros, mostra pesquisa https://canalmynews.com.br/economia/inflacao-muda-comportamento-dos-brasileiros-mostra-pesquisa/ Mon, 08 Aug 2022 14:01:21 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=32630 Uma em cada quatro pessoas não paga todas as contas no mês

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Com o orçamento apertado, um em cada quatro habitantes no país não consegue pagar todas as contas no fim do mês. A constatação é de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Instituto FSB Pesquisa, que aponta redução nos gastos com lazer, roupas e viagens. A pesquisa mostra que a inflação muda o comportamento das pessoas.

De acordo com a pesquisa, sair do vermelho está cada vez mais difícil. Isso porque apenas 29% dos brasileiros poupam, enquanto 68% não conseguem guardar dinheiro. Apesar disso, 56% dos entrevistados acreditam que a situação econômica pessoal estará um pouco ou muito melhor até dezembro.

O levantamento também mostrou que 64% dos brasileiros cortaram gastos desde o início do ano e 20% pegaram algum empréstimo ou contraíram dívidas nos últimos 12 meses. Em relação a situações específicas, 34% dos entrevistados atrasaram contas de luz ou água, 19% deixaram de pagar o plano de saúde e 16% tiveram de vender algum bem para quitar dívidas.

Outros hábitos foram afetados pela inflação. Segundo a pesquisa, 45% dos brasileiros pararam de comer fora de casa, 43% diminuíram gastos com transporte público e 40% deixaram de comprar alguns alimentos.

Entre os que reduziram o consumo, 61% acreditam na melhora das finanças pessoais nos próximos meses. O otimismo, no entanto, não se refletirá em consumo maior. Apenas 14% da população pretendem aumentar os gastos até o fim do ano.

Pechincha

Entre os itens que mais pesaram no bolso dos entrevistados nos últimos seis meses, o gás de cozinha lidera, com 68% de citações. Em seguida, vêm arroz e feijão (64%), conta de luz (62%), carne vermelha (61%) e frutas, verduras e legumes (59%). Os combustíveis aparecem em sexto lugar, com 57%. No caso dos alimentos, a percepção de alta nos preços de itens como arroz, feijão e carne vermelha aumentou mais de 10 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, em abril.

Com a alta dos preços, a população está recorrendo a um hábito antigo: pechinchar. Segundo a pesquisa, 68% dos entrevistados admitiram ter tentado negociar um preço menor antes de fazer alguma compra neste ano. Um total de 51% parcelou a compra no cartão de crédito, e 31% admitiram “comprar fiado”. Os juros altos estão tornando o crédito menos atrativo. Menos de 15% dos brasileiros recorreram ao cheque especial, crédito consignado ou empréstimos com outras pessoas.

De acordo com o presidente da CNI, Robson Andrade, os rescaldos da pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia comprometeram a recuperação econômica do país. A aceleração da inflação levou à alta dos juros, o que tem desestimulado o consumo e os investimentos. Em contrapartida, afirma Andrade, o desemprego está caindo, e o rendimento médio da população está se recuperando gradualmente, o que dá um alento para os próximos meses.

O levantamento, encomendado pela CNI ao Instituto FSB Pesquisa, é o segundo realizado no ano com foco na situação econômica e nos hábitos de consumo. Foram entrevistados presencialmente 2.008 cidadãos, em todas as unidades da Federação, de 23 a 26 de julho.

Edição: Graça Adjuto

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