Arquivos envelhecimento - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/tag/envelhecimento/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Wed, 28 Aug 2024 00:08:38 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Envelhecer com qualidade de vida é privilégio da elite, diz Alexandre Kalache https://canalmynews.com.br/mynews-previdencia/envelhecer-com-qualidade-de-vida-e-privilegio-da-elite-diz-alexandre-kalache/ Mon, 26 Aug 2024 17:32:00 +0000 https://localhost:8000/?p=46103 Segundo especialista em longevidade, viver muito, e bem, depende 75% de escolhas individuais, e apenas 25% do fator genético; discussão passa por recorte de classe

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Envelhecer com qualidade de vida é privilégio de poucos da elite, afirmou o médico epidemiologista Alexandre Kalache, especializado no estudo do envelhecimento e fundador do Centro Internacional da Longevidade Brasil. A declaração foi dada durante o evento A Revolução da Longevidade: o desafio de viver muito. E bem, realizado na Congregação Israelita Paulista (CIP), que também contou com a participação da jornalista e empresária  Mara Luquet, CEO do MyNews.

Nascido em outubro de 1945, Kalache, que completa 79 anos em breve, se diz um “produto da revolução da longevidade”. Ele terminou a faculdade de medicina em 1970, quando a expectativa de vida era de 57 anos. Hoje, a expectativa de vida é de mais de 77 anos. A geração atual ganhou a oportunidade de viver mais e melhor, mas é preciso saber aproveitá-la.

O médico explica que um estilo de vida pouco saudável — conjunto de hábitos ruins relativos à alimentação, exercício físico e consumo de álcool e tabaco — é o que “condena” uma pessoa a morrer cedo. Viver muito, e bem, depende 75% das escolhas individuais de cada um, e apenas 25% do fator genético. Mas ter um conjunto de hábitos saudáveis não é só questão de escolha. É um privilégio de classe.

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“Não adianta, em um país desigual como o Brasil, chegar para aquele indivíduo e dizer assim: ‘Coma brócolis’. Ele vai responder: ‘Eu não posso comer brócolis na primeira semana, porque não vai sobrar dinheiro para comer açúcar e farinha na última. Eu tenho que medir'”, afirmou Kalache, ressaltando que a prática regular de exercícios físicos também é um privilégio de classe.

“[Se um médico disser a um morador da periferia para fazer exercício, ele vai responder]: ‘Mas como é que eu vou fazer exercício, doutor? Eu moro num lugar esburacado, não tem calçada, não tem iluminação. As mulheres, se saírem, são estupradas.’ O Brasil é campeão de estupro, com 170 mil crianças estupradas nos últimos três anos”, acrescentou.

Para Kalache, cujo avô era sapateiro, se antes as diferenças entre avô e neto eram meramente geracionais, agora elas são principalmente de classe. Em outras palavras, enquanto o gap geracional diminuiu, o abismo social aumentou. Hoje, a maioria da população consegue atingir uma idade avançada, mas sem nenhuma qualidade de vida. Não fosse o suficiente, ainda tem de lidar com o etarismo, com o machismo (no caso das mulheres) e com várias outras formas de preconceito.

Assista abaixo à transmissão do evento sobre longevidade na CIP:

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Pesquisa identifica moléculas associadas à depressão em idosos https://canalmynews.com.br/tecnologia/pesquisa-identifica-moleculas-associadas-a-depressao-em-idosos/ Sun, 18 Sep 2022 00:38:07 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=33794 A pesquisa é liderada pela Universidade Estadual de Campinas

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Pesquisa liderada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificou um conjunto de proteínas ligadas à depressão tardia, doença que acomete idosos. Foram determinadas moléculas que podem contribuir para diagnósticos e tratamentos mais eficazes. O estudo, que foi publicado no periódico europeu Journal of Proteomics, envolve também cientistas das universidades de Connecticut (EUA) e de Toronto (Canadá), além da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Daniel Martins-de-Souza, professor da Unicamp e coordenador do trabalho, destaca que um dos objetivos é entender a similaridade com a depressão. “Ainda não temos ideia de quão similar, do ponto de vista molecular, essa depressão tem com a depressão maior, que afeta quase 10% da população. E, da mesma forma como [ocorre] para depressão maior, não temos biomarcadores que possam identificar ou predizer que alguém vai desenvolver isso no futuro”, aponta.

Uma das diferenças entre as duas manifestações da doença pode estar ligada ao aspecto ambiental. “Ou seja, as pessoas passam por experiências na vida que acabam dirigindo mudanças biológicas que levam à depressão. Isso também é verdade para a depressão maior, mas essas características podem ser mais proeminentes nas pessoas com depressão tardia”, relaciona. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo menos seis a cada 100 pessoas, entre 65 e 74 anos, serão diagnosticadas com depressão.

Análises

Foram estudadas amostras sanguíneas de 50 pessoas, das quais 19 tinham diagnóstico de depressão tardia. A análise mostrou diferenças significativas na concentração de 96 proteínas. Entre elas, 75 são candidatas para a determinação de uma identidade molecular para a doença geriátrica.

“A gente conseguiu achar o que nós chamamos de uma assinatura molecular. Ou seja, nós identificamos algumas moléculas no sangue que teriam esse poder de distinguir quem tem a depressão e quem não tem”, pontuou Martins-de-Souza.

As próximas etapas do estudo envolvem  a coleta de novas amostras dessa população. A ideia é “quantificar especificamente estas 75 proteínas para ver se a gente consegue replicar esses dados”, explica o coordenador.

Além disso, a doutoranda Lícia Silva-Costa, do Laboratório de Neuroproteômica da Unicamp e uma das autoras do estudo, identificou seis proteínas que tem uma correlação a severidade dos sintomas. “Também pode ser uma marcação para predizer que uma pessoa vai ter uma piora muito grande de sintomas, o que poderia ser previamente tratado”, acrescenta o professor. A proposta agora é também validar essas informações com novas amostras.

Edição: Kelly Oliveira

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