Arquivos hipertensão - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/tag/hipertensao/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Mon, 27 Jun 2022 11:09:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Menos de um quinto dos pacientes recebe cuidado adequado para a hipertensão, mostra pesquisa https://canalmynews.com.br/tecnologia/menos-de-um-quinto-dos-pacientes-recebe-cuidado-adequado-para-a-hipertensao-mostra-pesquisa/ Mon, 27 Jun 2022 11:09:37 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=30803 Estudo da UFPel aponta que apenas 18,8% das pessoas foram orientadas com excelência sobre a doença. Redução de investimentos públicos na saúde e a sobrecarga dos profissionais da área podem explicar redução.

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Enquanto a desigualdade social cresce no Brasil, o cuidado adequado da hipertensão decai: em 2019, apenas 18,8% das pessoas obtiveram orientações de excelência para lidar com a doença, enquanto seis anos antes a taxa, embora também ruim, era de 25,3%. Estes dados são de estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), publicado na segunda (27), na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS).

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Foram utilizadas informações das edições de 2013 e 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Os autores incluíram as respostas ao questionário de pessoas com 18 anos ou mais com o diagnóstico de hipertensão. Assim, foi considerado como cuidado adequado da doença, se os pacientes ouviram algumas recomendações dos médicos e outros profissionais de saúde durante as consultas sobre: manter uma alimentação saudável; manter o peso adequado; ingerir menos sal; praticar atividade física; não fumar; não ingerir bebida alcoólica em excesso e fazer acompanhamento regular. A solicitação de exames – como de urina, sangue, eletrocardiograma e teste de esforço – também foi considerada como um indicador da adequação do cuidado.

Desigualdade social e hipertensão

Ao fazer os recortes sociais, os autores evidenciaram ainda mais a desigualdade. Concluíram que quanto melhor a classificação econômica, melhor cuidado foi dispensado para quem tem hipertensão. Apenas 9% dos pacientes mais pobres da PNS de 2019 receberam cuidados adequados; enquanto entre os de classe social mais alta esse número sobe para 33%. A distribuição geográfica do recebimento de cuidados adequados, nos dois períodos, também foi analisada: Nordeste (20% em 2013 e 13,7% em 2019); Norte (22,5% e 17,4%); Sudeste (27,9% e 20,5%); Sul (22,5% e 19,7%) e Centro-Oeste (27,4% e 24,6%).

Elaine Tomasi, epidemiologista e uma das autoras do artigo, afirma que não há uma única causa que explique esses números. “Estamos falando do tempo pré-pandemia. Então, no macro, identificamos diversas possíveis causas, tais como: a Emenda Constitucional 95 que cortou importantes recursos para o Sistema Único de Saúde e a promulgação da nova versão da Política Nacional de Atenção Básica – responsável por mais de 70% dos atendimentos principalmente para a população mais vulnerável”, informa.

Além disso, ela acredita que o investimento na educação continuada e melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde podem aumentar a quantidade de pacientes com hipertensão que recebem cuidados adequados. “Se você fortalece o provimento dos profissionais de saúde, o benefício não é apenas para os hipertensos. Estende a todos os pacientes com doenças crônicas e não crônicas”, recomenda Tomasi.

A pesquisa também analisou aspectos como raça, sexo, idade e se o atendimento foi realizado em serviços públicos ou privados de saúde.  Indivíduos do quintil de melhor nível socioeconômico apresentaram prevalência de cuidado adequado 2,54 vezes maior em 2013, e 3,53 vezes maior em 2019, em relação aos de menor nível socioeconômico.

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Como funciona o maior estudo do mundo sobre hipertensão e as maiores descobertas sobre o assunto? https://canalmynews.com.br/ciencia-einstein/como-funciona-o-maior-estudo-do-mundo-sobre-hipertensao-e-as-maiores-descobertas-sobre-o-assunto/ Tue, 01 Feb 2022 17:22:09 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=23342 Resultados de dois estudos brasileiros poderão embasar mudanças nos tratamentos de pacientes hipertensos

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A hipertensão é um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, sendo o principal fator de risco para a ocorrência de doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, doença renal crônica, incapacidade e mortalidade precoce. Dados de uma pesquisa nacional conduzida pelo Ministério da Saúde estimam que cerca de 25% da população brasileira adulta tem um diagnóstico de hipertensão – quando os níveis da pressão arterial permanecem acima de 140 x 90 mmHg de forma recorrente. Níveis menores que 120 x 80 mmHg são considerados ótimos.

Atualmente, as diretrizes médicas recomendam manter a pressão arterial abaixo de 140 x 90 mmHg para ser considerada “controlada”. Porém, sabe-se que o risco de doenças cardiovasculares dobra a cada 20 mmHg de elevação da pressão arterial sistólica e a cada 10 mmHg de elevação da pressão arterial diastólica.

Assim, faz sentido tentarmos trazer os níveis de pressão arterial dos indivíduos hipertensos para níveis ótimos, ao invés de ficarmos satisfeitos com níveis controlados. Tanto estratégias de mudanças do estilo de vida (por exemplo, uma alimentação saudável com pouca ingesta de sal e a prática de exercícios físicos regularmente) quanto o uso de medicamentos anti-hipertensivos devem ser indicados, após o diagnóstico da hipertensão, com o objetivo de controlar os níveis de pressão arterial.

Em 2015, um estudo americano chamado SPRINT trial (Systolic Blood Pressure Intervention Trial) comprovou que manter indivíduos hipertensos com níveis de pressão arterial ótimos (abaixo de 120 x 80 mmHg) reduzia a ocorrência de eventos cardiovasculares em 25%, e o risco de morte em 27%, quando comparados com os indivíduos que tiveram seus níveis de pressão arterial apenas controlados. Os participantes deste estudo eram hipertensos e tinham algum outro fator que contribuía para um alto risco de desenvolver alguma doença cardiovascular. Pessoas com história de diabetes e AVC, no entanto, não foram incluídas, apesar de muitos indivíduos terem hipertensão e diabetes ao mesmo tempo — e também da hipertensão ser o principal fator de risco para o AVC.

Controlar a hipertensão e evitar possíveis casos precoces de AVC é o foco do estudo. Foto: Pixabay

Estudos brasileiros preenchem lacunas do conhecimento médico

Neste contexto, os estudos OPTIMAL-DIABETES e OPTIMAL-STROKE foram idealizados para preenchermos esta lacuna no conhecimento médico em relação ao qual o nível de pressão arterial ideal em indivíduos hipertensos e diabéticos, assim como em pessoas hipertensas e com história de um AVC, respectivamente.

O objetivo dos dois estudos é determinar se há benefícios ao implementarmos uma estratégia com um controle mais intensivo da pressão arterial, mantendo os níveis ótimos (menor que 120 x 80 mmHg), comparado com a abordagem atualmente recomendada de manter a pressão arterial apenas controlada (menor que 140 x 90 mmHg) nestas duas populações de indivíduos hipertensos.

Os estudos OPTIMAL estão sendo liderados pela Academic Research Organization (ARO) do Hospital Israelita Albert Einstein em parceria com o Ministério da Saúde, através do Programa PROADI-SUS. Ambos os estudos já são os dois maiores sobre o tema no mundo:

  • O estudo OPTIMAL-DIABETES finalizou a inclusão de participantes em outubro de 2021, totalizando 9479 pessoas;
  • Já o estudo OPTIMAL-STROKE atingiu mais de 3100 indivíduos incluídos em dezembro de 2021 e segue recrutando voluntários no ano de 2022.

Os participantes dos dois estudos serão acompanhados entre três a quatro anos.

Resultados podem embasar mudanças nos tratamentos

Se os resultados demonstrarem benefícios em manter a pressão arterial em níveis ótimos, haverá um enorme impacto na forma como indivíduos hipertensos serão tratados no futuro. Os médicos e os pacientes terão que ter um maior comprometimento em cooperar para atingir este controle mais intensivo da pressão arterial.

Porém, esta estratégia simples, por si só, será responsável por evitar uma quantidade enorme de mortes prematuras e internações por eventos cardiovasculares, como infarto e AVC. Um melhor controle de pressão em pacientes hipertensos pode salvar vidas, reduzir internações e diminuir os custos relacionados a doenças cardiovasculares.


Quem são Karla Espírito Santo e Gisele Sampaio Silva?

Karla Espírito Santo é Clinical Trialist da Academic Research Organization (ARO) do Hospital Israelita Albert Einstein

Gisele Sampaio Silva é Clinical Trialist da Academic Research Organization (ARO) do Hospital Israelita Albert Einstein

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