Deputado do Republicanos foi eleito com 444 votos, 20 a menos do que Arthur Lira
Em 01/02/25 19:21
por Coluna Evandro Éboli
Evandro Éboli, jornalista que completa 30 anos de cobertura em Brasília neste 2025. Formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), passou pelas redações do O Globo, Folha de S.Paulo, Veja, Metrópoles, Correio Braziliense, Gazeta do Povo, Hoje em Dia e Tribuna da Tarde. Uma predileção inexorável por jornalismo de rua, presencial. Entre as áreas de cobertura preferenciais estão os direitos humanos, o varejo e bastidores do Congresso Nacional e apego ao registro em vídeo e foto das cenas geradoras de notícias.
Deputado Vitor Lippi (PSDB/SP) tira selfie com Hugo Motta (Republicanos/PB) durante processo de votação | Foto: Evandro Eboli/MyNews
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) confirmou seu favoritismo, garantido por um apoio amplo da esquerda à direita, e foi eleito neste sábado o novo presidente da Câmara. O parlamentar obteve 444 votos, 20 a menos que a performance de Arthur Lira (PP-AL) na sua reeleição, há dois anos, quando o alagoano obteve 464. Marcel Van Hattem (Novo-RS) foi o segundo colocado, com 31 votos e o Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) terminou em terceiro, com 22 votos.
A vitória de Motta, associada ao êxito de Davi Alcolumbre (União-AP) no Senado, representa a força do Centrão no Congresso Nacional, que segue comandando as duas casas por mais dois anos. Ambos tiveram o apoio do Palácio do Planalto, que tem a expectativa de um ambiente menos ruidoso para aprovar suas matérias. Na gestão de Arthur Lira, o clima foi tenso várias vezes, a ponto de se tornar pública a insatisfação do agora ex-presidente com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
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Abordado pela coluna do MyNews sobre suposto compromisso de colocar a anistia aos golpistas do 8 de janeiro, reivindicação dos bolsonaristas, Motta respondeu: “Isso ainda será discutido”. Depois, no primeiro discurso após a vitória, ele repetiu uma frase história de Ulysses Guimarães: “Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo.”
No seu discurso, Hugo Motta defendeu a autonomia do parlamento e, mesmo sem citar a divergência com o Supremo Tribunal Federal (STF) referente a emenda parlamentar, disse que a Câmara tem suas prerrogativas. O novo presidente recorreu a expressões de lugar-comum e fez construções como “H de Hugo, H de harmonia, mas também h de humildade”.
Motta lembrou da desistência dos três deputados que abriram mão de disputar a eleição, o que garantiu e facilitou sua eleição. Ele citou nominalmente Antônio Britto (PSD-BA), Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e Elmar Nascimento (União-BA).
“Somos capazes de constuir ponte que nos une. Os três que desistiram e que têm extrema competência e experiência política e que com altivez e humildade abriram mão de suas pretensões e nos respaldaram”, disse Hugo Motta.
O novo presidente da Câmara assegurou que dará espaço para deputados menos experientes e que tem pouca visibiidade, um aceno ao chamado baixo clero.
Antes de Motta, Marcel Van Hattem discursou e desafiou o concorrente do Republicanos a responder se, eleito fosse, se iria pautar o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a anistia para os bolsonaristas condenados e presos no 8 de janeiro. Motta não tocou nesses assuntos na sua fala.
O candidato do Psol, Pastor Henrique Vieira, direcionou seu discurso na defesa da democracia, das minorias e repudiou a defesa da ditadura e o avanço da extrema-direita no país.
“A extrema-direita adota uma política de ódio, da violência, da glorificação deliberada da tortura e da ditadura. Banaliza o mal, faz uma espetacularização do medo e despreza a dignidade humana. A extrema-direita é a negação da ciência e da pesquisa, manipula a religião para transformá-la em lucro morte. Sem anistia e ditadura nunca mais”.
*Colaborou Afonso Marangoni
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