Processo eleitoral venezuelano é confiável, mas as manipulações e pressões políticas do atual governo tornam os pleitos ilegítimos
por Camilla Lucena* em 26/07/24 18:49
Sylvia Colombo participa do Segunda Chamada de quinta-feira (25) | Foto: Reprodução/MyNews
O sistema eleitoral da Venezuela é tecnicamente parecido com o Brasil. Segundo a historiadora e jornalista Sylvia Colombo, que participou do Segunda Chamada de quinta-feira (25), ele se vale das urnas eletrônicas para eleger os representantes, seguindo todos os padrões internacionais.
Para votar, primeiro o eleitor deve fazer o reconhecimento biométrico — utilizando um documento de identificação e a impressão digital — e, em seguida, escolher e confirmar o candidato, da mesma forma como ocorre no Brasil. No entanto, diferente do sistema brasileiro, na Venezuela, o voto é impresso pela urna, para que seja conferido pelo próprio eleitor, e deve ser depositado em outra urna.
Segundo Sylvia, o processo eleitoral venezuelano é bom e confiável, mas as manipulações e pressões políticas do atual governo tornam as eleições ilegítimas. Desde o início do ano, o regime de Nicolás Maduro se movimentou para barrar candidaturas de oposicionistas e foi acusado de dificultar que possíveis eleitores no exterior se registrassem. Durante um comício no dia 17 de julho, o atual presidente falou em “banho de sangue” e “guerra civil” caso não seja reeleito.
O principal adversário de Maduro neste ano é o diplomata aposentado Edmundo González Urrutia (Unidade Democrática), que assumiu a campanha após María Corina Machado ser impedida de concorrer ao cargo. Em reportagem exclusiva, o MyNews retratou o otimismo da população com a possibilidade de eleger Urrutia. “As pessoas querem mudança e vão sair para votar”, afirmou o venezuelano Jaime Salmerón em entrevista à jornalista Sylvia Colombo.
No próximo domingo (28), os eleitores venezuelanos irão às urnas para exercer o direito ao voto. Desde 2013, quando sucedeu a Hugo Chávez, Nicolás Maduro está à frente da presidência da Venezuela. Caso vença neste final de semana, ele dará início ao terceiro mandato e seguirá como chefe do Executivo até 2030.
*Sob supervisão de Sofia Pilagallo
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