Internacional

INCERTEZA POLÍTICA

Entenda quais perguntas devem ser respondidas após a eleição na Venezuela

Apesar de pesquisas de intenção de voto mostrarem o candidato da oposição, Edmundo Urrutia, à frente do presidente Nicolás Maduro, teme-se que o resultado possa ser manipulado

por Sofia Pilagallo em 25/07/24 18:41

Venezuelanos protestam contra o governo Maduro, em Caracas, em fevereiro de 2014 | Foto: Wikipédia

A eleição presidencial que acontece na Venezuela, no próximo domingo (28), pode derrubar o presidente Nicolás Maduro depois de 12 anos na chefia do Executivo. Com apenas 20% das intenções de voto — contra 50% de Edmundo Urrutia, seu principal adversário —, o atual presidente tem reais chances de ser derrotado nas urnas. Mas a situação é complexa. Apesar dos números favorecerem a oposição, teme-se que o resultado possa ser manipulado.

“Há uma série de perguntas que precisam ser respondidas”, afirma o professor Lucas Mondin Scherer, mestre em direito de relações internacionais e integração da América Latina. “Maduro terá êxito na distorção da apuração? No caso de uma derrota, ele vai aceitar ou questionar o veredito? Nesse cenário, qual será o papel dos militares? Como seria a transição de poder? Essas e outras perguntas devem ser respondidas nos próximos dias.”

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Organizações internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA), além dos Estados Unidos e da União Europeia, já denunciaram fraude em eleições anteriores na Venezuela. Partidos de oposição foram proibidos de participar, sendo rotulados pelo governo como marionetes “fascistas” alinhadas a potências estrangeiras. Desta vez, o presidente permitiu a participação da coalizão de partidos opositores, em acordo que resultou em um breve alívio nas sanções econômicas dos EUA.

“A desconfiança em relação ao processo eleitoral na Venezuela é justificada. Até porque, Maduro tem todo o aparato estatal a favor dele, incluindo o Exército e os meios de comunicação”, diz Scherer.

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“Muitas agências de fora da Venezuela, inclusive, criticam o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que é o órgão mais importante da justiça eleitoral venezuelana. Dizem que é uma extensão do partido de Maduro”, acrescenta ele, ressaltando que o CNE impediu a candidatura da liberal Marina Corina Machado, principal líder da oposição, de participar da eleição deste ano.

A poucos dias da eleição, venezuelanos conversaram com a jornalista Sylvia Colombo, diretamente da Ponte Simón Bolívar, que liga a Colômbia ao estado de Tachira, na Venezuela, e afirmaram estar confiantes na derrota de Maduro. Jaime Salmerón disse não temer as declarações em tom de ameaça do atual presidente. Na quinta-feira passada (18), ele declarou que, no caso de uma derrota do atual governo nas urnas, a Venezuela poderia cair em um “banho de sangue”. A fala vista com preocupação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Assista à reportagem completa da jornalista Sylvia Colombo:

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