Presença de Marcel Van Hattem (Novo-RS) na corrida para presidência da Casa pode evitar que Hugo Motta (Republicanos-PB) supere os 464 votos do atual presidente
Em 31/01/25 17:35
por Coluna Evandro Éboli
Evandro Éboli, jornalista que completa 30 anos de cobertura em Brasília neste 2025. Formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), passou pelas redações do O Globo, Folha de S.Paulo, Veja, Metrópoles, Correio Braziliense, Gazeta do Povo, Hoje em Dia e Tribuna da Tarde. Uma predileção inexorável por jornalismo de rua, presencial. Entre as áreas de cobertura preferenciais estão os direitos humanos, o varejo e bastidores do Congresso Nacional e apego ao registro em vídeo e foto das cenas geradoras de notícias.
Banner com os compromissos de Van Hattem, começando pelo impeachment de Lula | Foto: Evandro Éboli / MyNews
A candidatura do bolsonarista Marcel Van Hattem (Novo-RS) à presidência da Câmara dificilmente sairá vitoriosa, mas pode cumprir uma missão, de impedir que o favorito Hugo Motta (Republicanos-PB) ultrapasse os 464 votos obtidos por Arthur Lira (PP-AL) há dois anos. Esse número foi recorde na história para a corrida da presidência da Câmara.
Naquele pleito, Hattem até concorreu e obteve 19 votos. E terminou em terceiro lugar, perdendo ainda para Chico Alencar (Psol-RJ), que alcançou o apoio de 21 deputados.
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O cenário para o bolsonarista agora, porém, é diferente. Pouco mais favorável que na tentativa anterior. Van Hattem se aproximou bastante dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro nos últimos dois anos e os banners de sua campanha espalhados pelos corredores do Congresso Nacional elenca suas bandeiras. O primeiro de seus “compromissos” é a defesa do “impeachment de Lula”, ou seja, se chegar ao comanda da Casa, não hesitará em pautar uma proposta dessa natureza.
Sua segunda prioridade no seu material de campanha é “anistia a todos os os perseguidos políticos”, se referindo aos bolsonaristas que participaram dos atos de vandalismo no 8 de janeiro de 2023 e que estão presos e condenados até hoje. Até o início deste mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) havia responsabilizado 898 pessoas. Desses golpistas, a Corte condenou 371 pessoas e outras 527 admitiram a prática de crime menos graves e fizeram acordo com o Ministério Público Federal.
Do total dos condenados, a maioria, 225 deles, foi condenada a 17 anos e seis meses de prisão. Os crimes pelos quais foram condenados são cinco: tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público.
O terceiro compromisso de Van Hattem também soa como música aos ouvidos de parte dos parlamentares e é uma ameaça ao STF. O parlamentar prega a “defesa do Parlamento e o combate ao abuso de autoridades. Uma referência clara a acusação de que o tribunal interfere nas ações do Congresso.
Van Hattem apoia a anistia também de Jair Bolsonaro. Com essas propostas, o bolsonarista espera obter votos de alguns dissidentes, em especial do PL, que não conseguiram de Motta a garantia pública de que irá tocar adiante a anistia aos golpistas do 8 de janeiro, por exemplo.
Assim como há dois anos, o Psol também tem um candidato neste pleito, se trata do Pastor Henrique Vieira, do Rio de Janeiro. Os candidatos dessa legenda sempre alcançam uma votação superior ao número de representantes de sua bancada. Hoje, o Psol conta com 13 deputados.
Arthur Lira, em 2023, venceu no primeiro turno. Depois de Lira, os mais votados nessa disputa foram Ibsen Pinheiro (MDB-RS), com 434 votos, no início da década de 1990; João Paulo Cunha (PT-SP), que também alcançou os mesmos 434 votos, em 2003; em quarto nesse ‘ranking’ aparece Michel Temer (MDB-SP), que foi eleito com 422 votos em 1999.
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