Durante evento em São Paulo, prefeito se referiu ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) como 'invasor', 'vagabundo' e 'sem-vergonha'
por Sofia Pilagallo em 24/07/24 13:13
Cientista político Cláudio Couto participa do Segunda Chamada de terça-feira (23) | Foto: Reprodução/MyNews
O cientista político Cláudio Couto definiu como “covarde” e “lamentável” a conduta do prefeito Ricardo Nunes (MDB) de se referir ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) como “invasor”, “vagabundo” e “sem-vergonha”, durante convenção do Partido Liberal (PL), realizada na segunda-feira (22), em São Paulo. O evento, que não contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, nem do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, teve como objetivo oficializar a indicação do coronel Ricardo Mello Araújo como vice na chapa do emebedista.
“O discurso foi colocado de forma um pouco covarde, porque Nunes sequer nomeou com clareza a quem ele se referiu. Se bem que, para bom entendedor, meia palavra basta. Estava evidente que ele se referia ali ao Boulos”, afirmou.
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“Chamar o adversário de vagabundo é algo que não cabe em uma campanha eleitoral. É lamentável. Mas revela um pouco do que foi o passado político de Nunes”, acrescentou.
Antes de assumir a Prefeitura de São Paulo, entre 2013 e 2021, Nunes foi vereador da capital paulista. No período, defendeu pautas ultraconservadoras. Segundo Couto, o prefeito começou a suavizar o discurso quando foi escolhido por Bruno Covas (PSDB) como vice de chapa, e depois, em maio de 2021, quando assumiu a Prefeitura.
Católico, Nunes fez parte da bancada religiosa na Câmara Municipal e atuou contra a chamada “ideologia de gênero”. O termo, não reconhecido pelo meio acadêmico, é frequentemente utilizado por segmentos da direita que criticam a abordagem de questões sobre a diversidade de gênero e sexualidade nas escolas. Em uma sessão da Câmara, em 2015, bradou: “Eu sou pela sua família, gênero não.”
O prefeito também foi coautor do texto que pretendia implementar o “Escola sem Partido”, projeto de lei criado em 2014 para avançar uma agenda conservadora na educação brasileira. O PL, que acabou sendo vetado pela comissão especial da Câmara que discutia a proposta, trazia uma série de proibições para os professores de escolas públicas e privadas da educação básica, como falar abertamente sobre preferências ideológicas, morais, políticas e partidárias. O texto propunha também incluir nas diretrizes da educação a prioridade dos valores de ordem familiar em temas relacionados à Educação moral, sexual e religiosa.
Assista ao Segunda Chamada de terça-feira (23) e veja indiretas de Ricardo Nunes a Guilherme Boulos:
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