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]]>Em termos ideais, esse dilema teria como resultado a construção de um sistema de convivência tendencialmente harmônico, que possibilitaria a construção de soluções coletivas para problemas vistos como coletivos. Porém, olhando em perspectiva, parece que em algum momento as coisas pararam de fluir e se perderam dos marcadores originalmente desenhados. E isto nos leva a pergunta: onde nos equivocamos?
Pensando no passado recente brasileiro, e no processo de degradação da regra do jogo, é possível estabelecer um ponto de partida no ciclo eleitoral de 2014. Naquele momento, a assunção do candidato derrotado de questionar os resultados e a validade da regra adubou uma semente dormente de contestação e inconformidade.
Compreenda, este texto e este autor não condenam o direito legítimo à indignação e ao inconformismo, porém, quando se contesta sem provas consistentes um determinado evento, isto abre espaço para a criação de uma tempestade cujos resultados são imprevisíveis. O fato é que por mais que seja dolorida uma derrota, ou que haja questionamentos à forma pela qual as políticas públicas devam ser construídas, a lógica democrática prescinde que isto seja feito dentro de determinados marcadores.
Imagine, por exemplo, o que aconteceria se os jogadores de um time de futebol diante de uma derrota em uma final, passassem a usar as mãos para tentar alterar o placar. Sem a interferência de um árbitro firme e comprometido com a regra, o que pareceria insanidade, tornar-se-ia usual e mudaria profundamente o resultado do jogo. O ponto, portanto, é que uma vez que a Caixa de Pandora foi aberta se perderam os pudores e constrangimentos para contestar os elementos de base do jogo, passamos a caminhar sem direção.
Como resultado direto deste processo, se verificou uma erosão consistente do debate público, da capacidade dos governos de produzirem políticas públicas e da sociedade em separar o principal do acessório. Os exemplos desta entropia cognitiva podem ser identificados com facilidade a partir de uma verificação rápida em sites de busca. E, neste aspecto, o ano de 2021 foi pródigo em transferir do imaginário popular para as páginas dos jornais as situações que não ocupariam espaço nem mesmo nas crônicas diárias de Macondo.
Da ação deliberada de um grupo em desligar o disjuntor de energia de um posto de saúde em Santa Catarina – destruindo todo o estoque de vacinas lá armazenado – à realização de uma disputa de “Vale-Tudo” entre dois políticos no Amazonas, trocam-se as ideias pelas agressões e as palavras pelos pontapés. E diante da entropia que afeta o debate político e a nossa capacidade de realizar e inovar na solução de problemas comuns, não deixa de ser preocupante pensar naquilo que o futuro nos reserva.
O ponto é que para além do contexto eleitoral, que será marcado por muito embate, imprevisibilidade e tensão, é possível compreender que quem quer que seja o ocupante do Palácio do Planalto em 2023, terá vida muito difícil. Este contexto, portanto, exige a responsabilidade daqueles que de fato se importam com a democracia de construir soluções e consensos para além de suas próprias agendas de preferência. A falha na construção deste processo, certamente resultará em um cenário trágico onde, sobretudo, os mais pobres serão vítimas preferenciais dos equívocos e da mesquinhez dos donos do poder.
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]]>O post Aos poucos, José Roberto Arruda volta ao cenário nacional apareceu primeiro em Canal MyNews – Jornalismo Independente.
]]>Casado com a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, ele vem participando de jantares e conversas com político, nas quais expõe suas análises e prognósticos. Em um desses eventos, revelou acreditar que a terceira via ainda tem chance, desde que surja um fato novo.
Arruda renunciou ao cargo de governador do Distrito Federal em 2011, quando foi alvejado pela Operação Caixa Pandora, que investigava o pagamento de propina a agentes públicos. Não foi a primeira vez. Em 2001, já havia renunciado ao mandato de senador no escândalo da adulteração do painel eletrônico.
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