Arquivos DANIEL NOBOa - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/tag/daniel-noboa/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Fri, 24 May 2024 19:24:03 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 ONG relata torturas, execuções e prisões arbitrárias no Equador https://canalmynews.com.br/noticias/ong-relata-torturas-execucoes-e-prisoes-arbitrarias-no-equador/ Fri, 24 May 2024 19:24:03 +0000 https://localhost:8000/?p=43452 Human Rights Watch enviou carta ao presidente Daniel Noboa

O post ONG relata torturas, execuções e prisões arbitrárias no Equador apareceu primeiro em Canal MyNews – Jornalismo Independente.

]]>

Desde que o governo do Equador decretou que o país vive um “conflito armado interno”, em 9 de janeiro deste ano, há denúncias de execuções extrajudiciais, prisões arbitrárias e torturas supostamente promovidas pelas forças de segurança e militares do país, segundo investigação da Human Rights Watch (HRW).

A organização não governamental (ONG) internacional de direitos humanos enviou, nesta semana, uma carta ao presidente equatoriano Daniel Noboa relatando os supostos casos de abusos e pedindo medidas para evitar violações de direitos humanos.

A HRW ainda questionou o decreto de “conflito armado interno”, argumentando que não há elementos suficientes para afirmar que o país vive um conflito interno, devido a falta de organização e de poderio militar dos grupos criminosos.

“O governo equatoriano tem sistematicamente falhado na apresentação de provas suficientes de que o combate com qualquer um dos 22 grupos criminosos constitui um conflito armado não internacional”, disse a ONG.

O Equador viu a violência explodir no país nos últimos anos. Entre 2019 e 2023, os homicídios na nação sul-americana cresceram 574%, de acordo com o Observatório Equatoriano do Crime Organizado. Em janeiro deste ano, uma onda de violência colocou o país nas manchetes mundiais, quando narcotraficantes promoveram sequestros, explosões e até a invasão de um telejornal ao vivo.

Prisões

O governo então declarou guerra ao crime organizado e passou a classificá-los como “terroristas”. Desde de janeiro até 11 de março, o governo informou ter detido mais de 13 mil pessoas.

“Os militares, que controlam as prisões do Equador desde janeiro, mantiveram os detidos incomunicáveis, dificultando por vezes o seu direito de consultar advogados ou de obter assistência médica. Os soldados parecem ser responsáveis por vários casos de maus-tratos e alguns casos de tortura na prisão”, diz a organização.

A HRW disse que recebeu denúncias de que pessoas eram presas por simplesmente estarem passando por locais de operações da polícia. “De acordo com organizações de direitos humanos e advogados, estas detenções afetaram especialmente os jovens dos bairros pobres”, informou.

Um dos processos analisados pela organização é o da prisão de 22 pessoas no dia 20 de janeiro, todas acusadas de “terrorismo”. Os familiares relataram que passaram dias sem saber para onde os presos foram levados, até descobrirem que estavam em uma penitenciária há 180 quilômetros de distância do local onde moram.

“O processo, que a Human Rights Watch analisou, não fornece provas que liguem esta pessoa ao ‘terrorismo’ ou a qualquer outro crime. Em 4 de março, um promotor alterou as acusações para ‘tráfico de armas’”, destacou o comunicado.

A HRW entrevistou supostas vítimas de abuso, advogados e familiares, solicitou informações das instituições do país, analisou fotografias e vídeos e participou de audiências judiciais, além de revistar arquivos de vários casos.

“A militarização das ruas e prisões do Equador levou a graves violações dos direitos humanos por parte das forças de segurança”, afirma a ONG, que diz ter verificado vídeos “que mostram espancamentos e outros tratamentos abusivos durante as detenções”.

Execuções

Até 19 de abril, a Procuradoria-Geral havia aberto oito investigações sobre execuções extrajudiciais e a HRW analisou três casos, sendo que em um deles considera que há provas indicando que se tratou de execução extrajudicial.

É o caso do assassinato do jovem Carlos Javier Veja, de 19 anos, e do ferimento do seu primo Eduardo Velasco, em Guayaquil, no dia 2 de fevereiro. Ambos foram rotulados como “terroristas” pelo Exército. Segundo a ONG, os relatos colhidos e as imagens analisadas do incidente “contradizem o relato do Exército”.

“O caso aberto contra Eduardo, que foi analisado pela Human Rights Watch, não mostra nenhuma evidência de que eles pertencessem a um grupo criminoso ou mesmo portassem armas naquele dia”, disse a carta da HRW enviada ao presidente Noboa.

“No dia 22 de março o promotor pediu a um juiz que encerrasse a investigação contra Eduardo. O caso foi encerrado em 10 de abril e Eduardo foi libertado”, completou.

Impunidade

A organização internacional disse ainda que está preocupada com a impunidade dos casos de violação de direitos humanos promovidos pelo Estado devido às declarações do presidente Noboa e da Assembleia Nacional do Equador.

Em comunicado, o Parlamento do país informou que daria anistia e indulto para membros das forças de segurança “sempre que necessário para garantir o trabalho”. Já Noboa atacou um juiz que afirmou que militares teriam violado os direitos de sete pessoas presas.

“Que nenhum antipatriótico nos venha dizer que nós estamos violando os direitos de ninguém quando estamos protegendo os direitos da grande maioria”, afirmo Noboa em evento público no dia 15 de fevereiro.

Governo do Equador

Agência Brasil entrou em contato com assessores do governo equatoriano e aguarda o retorno sobre a posição oficial do país em relação ao comunicado da Human Rights Watch.

O post ONG relata torturas, execuções e prisões arbitrárias no Equador apareceu primeiro em Canal MyNews – Jornalismo Independente.

]]>
Equador dá salto para virar El Salvador https://canalmynews.com.br/coluna-da-sylvia/equador-da-salto-para-virar-el-salvador/ Mon, 22 Apr 2024 20:27:23 +0000 https://localhost:8000/?p=42947 No último domingo, o presidente Daniel Noboa saiu vitorioso em um plebiscito que lhe permitirá avançar com agenda agressiva em segurança pública

O post Equador dá salto para virar El Salvador apareceu primeiro em Canal MyNews – Jornalismo Independente.

]]>
O projeto do salvadorenho Nayib Bukele para a segurança em seu país _usando arbitrariamente o estado de exceção e prendendo 2% da população, sem julgamentos apropriados_ está já fazendo escola na América do Sul.

Se, até hoje, Bukele “apenas” havia transformado-se num símbolo de política pública de segurança que influenciou a campanha de vários candidatos de direita na região, agora já há um país que caminha em direção a ser o primeiro a aplicar políticas muito parecidas, e com amplo respaldo popular, aqui no Sul.

Trata-se de Daniel Noboa, o mais jovem presidente das Américas (tem 36 anos), e que hoje governa, num mandato-tampão, o Equador. Ele foi eleito numa votação emergencial, para terminar os 15 meses que faltavam do mandato de Guillermo Lasso, que vinha se desgastando, justamente, por conta de sua falência em combater rebeliões nas prisões e a intensa atividade de cartéis de narcotráfico, locais e estrangeiros, no país.

No último domingo, os equatorianos saíram a votar num plebiscito, proposto por Noboa, no qual estava em questão apertar ainda mais a pressão no combate à violência. Os equatorianos aprovaram 9 das 11 mudanças constitucionais que constavam da cédula.

As medidas aprovadas incluem: autorização para que militares atuem nas ruas, extradição de equatorianos que cometem delitos relacionados ao narcotráfico, sentenças maiores para crimes de terrorismo e assassinatos, fim das prisões domiciliares e permissão para que militares confisquem armas de civis, ainda que obtidas legalmente.

As duas medidas que foram reprovadas não tinham a ver com a questão da segurança, uma delas definia que seria possível para empregadores fazer contratos por hora, e outra reconheceria a arbitragem internacional em temas do país. 

Feliz, e com 67% de popularidade _uma das mais altas da região_ Noboa celebrou a vitória em declarações e em postagens nas redes sociais. Do mesmo modo como havia condecorado um ato que o mundo todo reprovou: a invasão da embaixada mexicana em Quito para resgatar o ex-vice de Rafael Correa, Jorge Glas, condenado por corrupção. Mesmo com a rejeição da comunidade internacional, Noboa declarou: “Se eu deixasse que ele pedisse asilo ao México, me veriam como um líder fraco, pois se trata de um criminoso sentenciado pela Justiça equatoriana. Como eu não deixei acontecer e o devolvi para a cadeia, estou mais forte”, disse o iludido e temerário Noboa.

Na verdade, tudo o que ele tem feito tem um só objetivo: que possa disputar e vencer com folga a reeleição, na nova votação presidencial, que terá lugar em fevereiro próximo, aí sim para um mandato completo. Jogando apenas para o eleitorado interno, está pouco se importando com o que dizem as organizações de direitos humanos, que veem como abusivas algumas dessas medidas.

A onda de violência no Equador é real. Antes um país considerado pacífico e sem se envolver no narcotráfico, sendo no máximo um território de passagem da droga dos países ao Sul para a Colômbia e, a partir daí, para os EUA ou, por barco, para a Europa, agora o Equador é centro de atuação de várias facções criminosas. A saber: os cartéis mexicanos de Sinaloa e de Jalisco, do Trem de Arágua (da Venezuela), do Clã do Golfo (Colômbia) e vários grupos menores, inclusive um da Albânia, e vários locais.

O aumento da violência no Equador é algo urgente e notório. No ano passado, o número de mortos de modo violento atingiu um recorde de 43 em cada 100 mil habitantes, mais do que países da América Central considerados muito violentos.

O salto nessas cifras se fez ver no mundo inteiro por meio de dois episódios: a invasão de uma TV equatoriana que estava transmitindo notícias ao vivo, e o assassinato do candidato eleitoral Fernando Villavicencio. Além disso, na mesma campanha eleitoral, pelo menos 12 políticos foram mortos, enquanto a violência nas prisões causou 460 vítimas fatais em três anos.

Obviamente, não é fácil lidar com um problema desse tamanho. Mas a solução mais fácil e mais eleitoreira, que são justamente as medidas tomadas por Noboa, não podem ser a única saída, até porque fechar o cerco e aprisionar ou matar mais criminosos são soluções paliativas de efeitos a curto prazo.

O mais indicado seria colocar o foco nas falências sociais do país, que saiu muito golpeado da pandemia, com desemprego e informalidades recorde, fazendo engrossar as filas dos cartéis e facções criminosas.

Tampouco é aceitável que, com a desculpa de lutar contra a violência, se avance tanto sobre o Estado de Direito e se cometam abusos notórios dos direitos humanos.

 

O post Equador dá salto para virar El Salvador apareceu primeiro em Canal MyNews – Jornalismo Independente.

]]>
Quem é o novo presidente do Equador? https://canalmynews.com.br/coluna-da-sylvia/quem-e-o-novo-presidente-do-equador/ Thu, 19 Oct 2023 17:04:29 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=40702 Daniel Noboa, 35, foi eleito o mais jovem presidente do Equador, no último dia 15 de outubro

O post Quem é o novo presidente do Equador? apareceu primeiro em Canal MyNews – Jornalismo Independente.

]]>
Uma vitória “improvável”. Assim descreveu Daniel Noboa, 35, o fato de ter sido eleito o mais jovem presidente do Equador, no último dia 15 de outubro.

Improvável porque seu nome não aparecia sequer nas listas dos cinco favoritos quando começou a campanha eleitoral. Em poucas semanas, porém, a história desse pleito deu um giro, houve um verdadeiro “plot twist” e Noboa galgou ao primeiro lugar, para sair vencedor no segundo turno.

Antes de mais nada, vale mencionar que esta foi uma eleição também bastante “improvável”. Não fazia parte do calendário eleitoral regular do Equador. Mas se tornou necessária depois que, em maio, o presidente Guillermo Lasso decretou uma “morte cruzada”. Trata-se de um recurso constitucional que existe no Equador para ser usado quando acabam todas as possibilidades de diálogo entre presidente e parlamento. Lasso diluiu o parlamento e ficou obrigado a convocar eleições e a deixar o palácio de Carondelet.

A “morte cruzada” foi um recurso criado recentemente no Equador para impedir que o país voltasse a viver tanta instabilidade institucional, uma marca de sua história, que ocorre desde o período da redemocratização. De lá para cá, sete presidentes não conseguiram cumprir seu mandato, principalmente por intrigas internas e conflitos com a Assembleia Nacional (o Congresso unicameral do país).

País com sérios problemas de desigualdade social, com uma racha racista em que descendentes de europeus menosprezam indígenas, pobreza e alta taxa de informalidade, o Equador viveu uma década de estabilidade e de melhora na vida dos mais humildes quando Rafael Correa chegou ao poder, em 2007, governando por três mandatos e estabilizando a economia e as tensões sociais. Correa, ainda muito popular, naquela época aumentou o gasto público do Equador e transformou em políticas de repasse, tirando milhões da pobreza e trazendo-os para a classe média.

Com o tempo, porém, seu autoritarismo, a perseguição à imprensa e denúncias de corrupção foram desgastando sua imagem, e ele então foi condenado pela Justiça local. Hoje, vive refugiado na Bélgica, de onde é sua mulher.

O pós-correísmo, a partir de 2017, voltou a conhecer a instabilidade institucional. Seu sucessor, Lenín Moreno, foi acusado de fraude pelo perdedor da eleição e quase perdeu o cargo nos protestos indígenas de 2019, que ficaram sem uma resolução clara. As eleições seguintes deram a vitória a Lasso, que não aguentou a pressão do aumento da violência e das rebeliões nas prisões, que o desestabilizaram. Ele dizia serem provocadas pelo correísmo.

A verdade é que o país entrou numa espiral de violência, potencializada por seus problemas de fundo, que já saiu do controle. Antes apenas rota para a droga que viaja para os EUA, hoje o país abriga cartéis mexicanos, venezuelanos e mesmo albaneses.

Um dos então candidatos, Fernando Villavicencio, resolveu enfrentar isso diretamente. E na campanha posicionou-se contra a ascensão dos cartéis. A consequência foi sua morte, encomendada por cartéis a sicários que o executaram a olhos vistos, em pleno comício de campanha.
Portanto, os equatorianos encaminharam-se para esse pleito tampão Noboa terá apenas 16 meses de governo, até terminar o mandato de

Lasso com desânimo, medo de sair na rua, sendo extorquido e vítima de demarcações de território. Tudo sem muita esperança. A figura mais forte da política, Corrêa, está exilado, sua apadrinhada política, Luiza González não se mostrou à altura das circunstâncias, um dos porta-vozes da luta contra o tráfico, Villavicencio, morto. Além de um candidato a prefeito e duas lideranças partidárias.

Foi nesse vácuo que Noboa apareceu. Pertencente a uma família importante de Guayaquil, o centro econômico do Equador, seu pai tentou ser presidente em cinco ocasiões. Fracassou, mas nunca deixou de ser o empresário bilionário que comercializa bananas e que segue sendo influente entre empresários e políticos.

Noboa já partiu, portanto, com vantagem. Com larga experiência acadêmica, estudou administração em Harvard e em Georgetown, a Noboa lhe falta experiência política. Apenas cumpriu parte do mandato de deputado, interrompido, justamente, pela “morte cruzada”.
É difícil imaginar que, em 16 meses, Noboa resolva os graves problemas do país. O mais provável é que se concentre em medidas mais populares, para angariar mais votos e, então, poder disputar um mandato de quatro anos.

Espera-se que o Equador consiga ao menos tranquilizar-se um pouco nesse período, ainda que Noboa aposte numa linha dura contra o crime organizado, algo que já não funciona na região desde a “guerra contra o narcotráfico” levado adiante desde 2006, no México de Felipe Calderón. Enquanto isso, vale seguir os passos de Correa, que certamente mirará para o pleito de 2025 como mais uma chance de voltar ao poder.

O post Quem é o novo presidente do Equador? apareceu primeiro em Canal MyNews – Jornalismo Independente.

]]>
Daniel Noboa é eleito presidente do Equador https://canalmynews.com.br/internacional/daniel-noboa-e-eleito-presidente-do-equador/ Mon, 16 Oct 2023 08:30:23 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=40540 Empresário obteve 52,30% dos votos com 92,98% das urnas apuradas

O post Daniel Noboa é eleito presidente do Equador apareceu primeiro em Canal MyNews – Jornalismo Independente.

]]>
O empresário Daniel Noboa, de 35 anos, venceu o segundo turno das eleições presidenciais deste domingo (15). Ele completará o mandato de Guillermo Lasso e se tornará, portanto, o chefe de Estado mais jovem da história do país.

Noboa conseguiu 52,30% dos votos, apuradas 92,98% das urnas apuradas, garantindo, assim, o posto no comando do país. Noboa, filho de um dos homens mais ricos do país, Álvaro Noboa, tem uma experiência curta na política. Foram apenas dois anos como deputado na Assembleia Nacional.

Com o resultado, ele conquista um sonho almejado e nunca alcançado pelo pai. Álvaro Noboa disputou cinco eleições presidenciais e perdeu todas. Seu filho governará o país até 2025.

Pelas redes sociais, Daniel Noboa afirmou que o país “fez história” neste domingo. “Hoje fizemos história, as famílias equatorianas elegeram um Novo Equador, elegeram um país com segurança e emprego. Lutemos por um país de realidades, onde as promessas não acabam na campanha e a corrupção seja castigada. Obrigado, Equador”.

Noboa assumirá em dezembro, o dia ainda não está definido, e enfrentará um cenário muito complexo: os inéditos índices de insegurança se somam a um difícil quadro socio-econômico, com altos níveis de pobreza e desemprego.

As eleições deste ano foram marcadas por episódios de violência durante a campanha. Nos últimos meses, políticos e candidatos a cargos governamentais foram mortos no país. Dentre eles, o candidato presidencial Fernando Villavicencio, antes do primeiro turno, em agosto.

O post Daniel Noboa é eleito presidente do Equador apareceu primeiro em Canal MyNews – Jornalismo Independente.

]]>