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]]>Alto nível foi a primeira coisa que faltou, com a frase de abertura infantil do discurso. Aliás, a infantilidade na criação de um inimigo comum lembrou tempos da Guerra Fria, já longe no tempo: “Hoje estou aqui para dizer que o Ocidente está em perigo.” E explicou: “Está em perigo porque aqueles que supostamente deveriam defender os valores do Ocidente estão sendo cooptados por uma visão de mundo que inexoravelmente conduz ao socialismo e, consequentemente, à pobreza.”
Isso mesmo, Milei crê que surgiu para iluminar e avisar o poder econômico mundial que este vive o perigo do avanço do “socialismo” .
Para Milei, nas últimas décadas, “motivados por um desejo bem intencionado de querer ajudar os demais e por uma vontade de querer pertencer a uma ‘casta’ privilegiada, os principais líderes do mundo ocidental abandonaram o modelo da liberdade em troca de distintas versões do que nós chamamos de coletivismo”.
A repercussão dos principais diários do mundo foi variada, embora não pudessem esconder o espanto generalizado.
O El País, da Espanha, depois de conversar com vários líderes, afirmou que seu discurso “irritou” os mandatários e seus representantes:
“Cada vez mais apocalíptico, Milei expôs sua visão fundamentalista do mercado que nem mesmo é assumida em Davos, onde todas as empresas presentes estão acostumadas a colaborações público-privadas que são reivindicadas por outros presidentes, como o espanhol Pedro Sánchez, que falou logo depois no mesmo fórum. Milei defendia que os únicos que realmente fazem as coisas corretamente são os empresários.”
O El País segue: O discurso dele foi tão contundente que ele mesmo admitiu que “pode parecer ridículo dizer que o Ocidente se inclinou para o socialismo, mas essa é a tendência”
A agência EFE sinalizou que Milei atacou as agendas internacionais do feminismo e do meio ambiente, considerando-as parte da influência que o socialismo está exercendo sobre as políticas econômicas do Ocidente.
O jornal britânico The Guardian afirmou que Milei não apresentou razões firmes para criticar o feminismo. “Não explicou, no entanto, como essa visão libertária leva as mulheres no Reino Unido a trabalharem efetivamente dois meses sem remuneração devido à disparidade salarial de gênero, por exemplo.”
Já o Financial Times, aparentemente, gostou. Disse que a fala de Milei foi de “alto perfil”, e a “a primeira oportunidade dele apresentar sua visão ultraliberal à elite mundial após sua surpreendente vitória nas eleições”, escreveu em editorial.
Em geral, Milei irritou ao apontar a infantilidade dos próprios líderes por terem “deixado” o socialismo avançar em seus países.
Também disse que o mundo vive seu melhor momento.
“Não houve em toda a história da humanidade um momento de maior prosperidade do que o que vivemos hoje. O mundo de hoje é mais livre, mais pacífico e mais próspero… O capitalismo de livre empresa e a liberdade econômica têm sido ferramentas extraordinárias para acabar com a pobreza no mundo, e nos encontramos hoje no melhor momento da história”.
Apesar dos pedidos e perguntas, Milei não destrinchou nem expôs as polêmicas leis de ajuste, reforma trabalhista, cortes de subsídios e aposentadorias que nestes dias estão sendo votados em sessões extraordinárias do Congresso.” Tampouco deu respostas objetivas a seus planos para reduzir os 211% de inflação anual, os 55% de desvalorização da moeda e a pobreza dos argentinos, de mais de 40%.
Milei pôs o foco no país que, “no início do século 20, era o mais rico do mundo, hoje tem cerca de 50% da população abaixo da linha da pobreza e 10% de indigentes, sendo que a Argentina é um país que produz alimentos para 400 milhões. Para onde vai toda essa comida? A resposta é que o Estado fica com 70% dela.”
Milei disse que os líderes mundiais deveriam ser os comandantes, os heróis nessa luta contra o comunismo.
“O Ocidente está em perigo porque aqueles que supostamente deveriam defender os valores do Ocidente estão sendo cooptados por uma visão de mundo que inexoravelmente conduz ao socialismo e, consequentemente, à pobreza”, alertou, e em uma mensagem à seleta audiência enfatizou:
“Não se deixem intimidar nem pela casta nem pelos parasitas que vivem do Estado”
Por fim, como se faltasse alguém a quem desagradar, avançou contra o feminismo, a mudança climática e a “agenda globalista”.
Vozes internas e inclusive do espaço político de Mauricio Macri, como o ex-ministro da Cultura, Pablo Avelluto, também questionaram o discurso de Milei, segundo Avelluto, “baseado em falácias”.
“Ouvi o discurso do presidente em Davos. Uma mensagem reacionária baseada em falácias e atos de fé próprios da década de ’30. Posso ser coletivista, socialista, comunista, esquerdista ou o que parecer. Mas o liberalismo está muito longe de ser esse delírio fanático”, escreveu Avelluto em suas redes.
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]]>“Neste ano, especificamente, um dos destaques deste relatório é a gente ter pela primeira vez em 25 anos, ao mesmo tempo, um grande aumento da extrema riqueza e da extrema pobreza”, aponta Jefferson Nascimento, Coordenador de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil. A organização defende, portanto, “um amplo e sistêmico aumento na tributação dos super-ricos para recuperar parte dos ganhos obtidos por meio de lucros excessivos durante a crise iniciada em 2020, por conta da pandemia”.
A proposta é de um imposto anual de até 5% sobre a riqueza dos super-ricos. Segundo a Oxfam, esse percentual poderia arrecadar US$ 1,7 trilhão por ano. Entre as medidas possíveis de serem implementadas com esses recursos seriam: financiar apelos humanitários, desenvolvimento de um plano para acabar com a fome no planeta em 10 anos; apoiar países mais pobres que são devastados por eventos climáticos; e garantir saúde pública global e proteção social.
Nascimento destaca que o tema da tributação ganhou força com o avanço das desigualdades, especialmente no contexto da pandemia de covid-19. “A gente tem visto diversos países, inclusive com troca de governo por conta do debate sobre a reforma tributária, como o caso da Colômbia, o tema sendo pautado também no Chile, o próprio governo [Joe] Biden falando da necessidade de ter taxação de mais ricos. É um debate que está espraiando pelo mundo”, avaliou.
Os impactos climáticos como expressão da desigualdade global também é um ponto de destaque do relatório. De acordo com o documento, “um bilionário emite 1 milhão de vezes mais carbono do que uma pessoa média e tem duas vezes mais probabilidades do que o investidor médio de investir em indústrias poluidoras, como as de combustíveis fósseis”.
“A própria reunião de Davos é o maior trânsito de jatinhos que a gente vê no planeta naquele momento, mesmo quando alguns daqueles governos advogam por restrição em voos domésticos. E tem o elemento das pessoas que são impactadas por isso. Quem é impactado principalmente pelas emissões são as pessoas mais pobres que têm visto cada vez mais eventos climáticos extremos, enchentes, secas”, exemplifica.
Além de aumentar permanentemente os impostos sobre a renda de capital e trabalho do 1% mais rico do mundo, a Oxfam propõe que sejam introduzidas, extraordinariamente, taxas solidárias e únicas sobre riqueza e lucros extraordinários para acabar com a crise do excesso de lucros. Outra proposta é a taxação do patrimônio, incluindo a implementação de taxas sobre heranças, propriedades e terras, bem como riqueza.
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]]>A desigualdade é um dos temas abordados durante o Fórum Econômico Mundial que começou nesta segunda-feira (25) em Davos (Suíça), na modalidade virtual. E na abertura do encontro, a Oxfam, uma organização global que trabalha com o tema, divulgou um relatório sobre o impacto da pandemia de Covid-19 na desigualdade global.
O documento mostra que as mil pessoas mais ricas do mundo recuperaram em nove meses as perdas que tiveram com o novo coronavírus. Em novembro, esse grupo concentrador de riqueza já havia recuperado as perdas que tiveram com a pandemia e fecharam o ano com aumento de US $3,9 trilhões.
A fortuna dos bilionários encerrou 2020 em US$ 11,95 trilhões de dólares – o equivalente ao que os governos do G20, juntos, gastaram para combater a pandemia.
Enquanto isso, a Oxfam projeta que a população mais pobre no mundo leve pelo menos 14 anos para conseguir repor as perdas que tiveram com a pandemia. A estimativa é que o total de pessoas que vivem na pobreza, em 2020, tenha aumentado entre 200 milhões e 500 milhões de pessoas.
O documento aponta que, embora ainda seja cedo para determinar todos os impactos, afinal a pandemia ainda está ai, o relatório aponta que a desigualdade global deve chegar a níveis recordes.
A diretora da Oxfam Brasil, Kátia Maia, alertou que as políticas públicas devem considerar a redução da desigualdade.
“Fazer um planejamento que também considere a redução das desigualdades como prioridade, a inclusão daquelas populações que são discriminadas, é fundamental. É garantir esse investimento social em saúde, em educação, em proteção social e renda básica. É muito importante que a gente tenha uma reforma tributária de verdade, não é só simplificação de imposto. É uma reforma tributária baseada numa visão de justiça”, afirma.
Um relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que a pandemia causou a perda de 255 milhões de postos de trabalho em 2020.
Segundo o documento, 8,8% das horas de trabalho globais foram perdidas em todo o ano passado. A perda é quatro vezes maior do que o número perdido na crise financeira global de 2009 e equivale a US$ 3,7 trilhões. As mulheres foram mais impactadas que os homens e os jovens até 24 anos perderam mais os empregos.
A OIT prevê recuperação lenta, desigual e incerta em 2021, a menos que haja políticas de recuperação centradas no ser humano. O documento cita a proteção social, os direitos dos trabalhadores e o diálogo social.
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