Arquivos Escala 6x1 - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/tag/escala-6x1/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Thu, 14 Nov 2024 18:27:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 O fim da escala 6×1 e a barreira da realidade https://canalmynews.com.br/outras-vozes/o-fim-da-escala-6x1-e-a-barreira-da-realidade/ Thu, 14 Nov 2024 18:21:36 +0000 https://localhost:8000/?p=48542 População certamente não merece viver só para trabalhar; até hoje, no entanto, nenhuma proposta similar à PEC discutida nesta semana se mostrou viável

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“Comissão Especial da Câmara aprova redução de jornada sem redução salarial.”

Não, essa manchete não se refere a uma tramitação expressa da PEC do fim da escala 6×1, tão discutida na última semana, mas a uma notícia de 2009. Naquele ano, após quase 15 anos de tramitação, a PEC 231/1995 – apoiada por intensa mobilização das centrais sindicais – foi aprovada em 30 de junho pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados dedicada a debatê-la. A proposta, cuja tramitação se iniciou há quase 30 anos, previa a redução da jornada semanal de 44 para 40 horas, sem corte de salários.

A etapa seguinte para a PEC seria sua votação em dois turnos no plenário da Câmara. Caso recebesse o apoio de 3/5 dos deputados, seguiria para o Senado. No entanto, a votação no plenário nunca ocorreu, e a proposta foi finalmente arquivada em janeiro de 2023.

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O debate sobre a redução da jornada de trabalho no Brasil, portanto, não é novidade. Inclusive, diversas outras propostas semelhantes já tramitam no Congresso, como a PEC 221/2019, que prevê a redução da jornada semanal para 36 horas.

Mas seja em 1995 ou agora em 2024, a narrativa é a mesma: o trabalhador não merece viver só para o trabalho, uma demanda certamente louvável, e parlamentares surgem com soluções milagrosas que prometem menos horas de trabalho, mantendo o salário. Contudo, ao menos até aqui, essas propostas acabaram barradas pelo mesmo obstáculo: a realidade.

E a explicação é simples. Ao contrário do que os defensores dessas propostas sugerem, não existe fórmula mágica para reduzir a carga horária e aumentar a renda do trabalhador. Reduções de jornada e aumentos salariais não se garantem por canetadas.

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Se aprovada, uma PEC dessa natureza causaria impactos na economia que levariam a uma junção de três consequências prováveis: a diminuição das vagas de trabalho (pela redução da atividade econômica ou pela automação), o aumento da informalidade ou o repasse dos custos ao consumidor, pressionando os preços.

O motivo é claro: nenhuma proposta milagrosa substitui o que realmente pode melhorar a renda e o bem-estar da população, que é o aumento da produtividade. E produtividade depende de uma força de trabalho mais qualificada e da redução dos custos de produção, o chamado “Custo Brasil” – discussões que seguem em segundo plano nos debates brasileiros.

E entre os altos custos de produção no país, está justamente o custo trabalhista, já elevado devido ao excesso de obrigações impostas ao empregador, tornando a contratação formal cada vez mais em baixa. Acabar com a escala 6×1 só aumentaria ainda mais esses custos e a complexidade da contratação pela CLT, acelerando a pejotização e a escalada da informalidade.

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Felizmente, até o momento, propostas desse tipo não prosperaram. Em 2009, as centrais sindicais conquistaram uma vitória parcial com a aprovação na comissão, mas o tema esfriou – até mesmo em governos que tendem a atender pressões sindicais, como os do PT. O impacto econômico era grande demais para ser ignorado, mesmo para aqueles que frequentemente relativizam lições básicas de economia.

Nem tudo, porém, está perdido. Se o objetivo for realmente aumentar o número de empregos e oferecer aos brasileiros opções de relação de trabalho mais flexíveis, temos a oportunidade de avançar na construção de um modelo alternativo à CLT, que permita uma maior negociação entre empregado e empregador, semelhante ao modelo de contratação por hora dos EUA. Esse modelo, aliás, também entrou em pauta no Congresso, com parlamentares apresentando uma PEC nesta linha como contraponto ao debate simplista do fim da escala 6×1.

Mesmo em tempos de polarização e populismo, é possível que o retorno da discussão abra espaço para que a sociedade e o Congresso discutam soluções com potencial real de melhorar a vida dos trabalhadores. E estas soluções passam, invariavelmente, pela revisão de premissas presentes na CLT. Que ao menos a entrada do tema na agenda permita a exploração de alternativas mais viáveis – e mais benéficas – do que a que iniciou a discussão, e possamos trazer melhorias concretas para as condições de trabalho e a produtividade no Brasil.

‘Eu quero conseguir desmontar qualquer argumentação de inviabilidade’, diz Erika Hilton sobre PEC do fim da escala 6×1:

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Fim da escala 6×1: Boulos cobra que sociedade exerça pressão para aprovação da PEC https://canalmynews.com.br/politica/boulos-pressiona-sociedade-sobre-escala-6x1/ Wed, 13 Nov 2024 20:58:25 +0000 https://localhost:8000/?p=48467 Ao MyNews, deputado federal do PSOL afirmou que aqueles que se opõem à proposta estão contra os interesses da classe trabalhadora

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O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) cobrou que a sociedade exerça pressão sobre os deputados para conseguir a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da jornada de trabalho 6×1 — aquela em que o trabalhador tem direito a uma folga a cada seis dias trabalhados. Ao MyNews, ele afirmou que aqueles que se opõem à proposta estão contra os interesses da classe trabalhadora.

“O mundo todo está discutindo isso. Quem é contra está defendendo os interesses dos patrões contra os trabalhadores. Simples assim. Quem é contra joga num pânico de que isso vai prejudicar a economia, de que as empresas vão falir”, disse.

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Ainda segundo Boulos, a mudança na jornada de trabalho não deve afetar a produtividade dos funcionários, pelo contrário. Para ele, o novo modelo deve proporcionar, inclusive, mais tempo para o trabalhador investir na sua capacitação profissional e no seu bem-estar, o que deve refletir em maior rendimento no trabalho.

A PEC, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), reuniu assinaturas suficientes para começar a tramitar no Congresso Nacional. Até o final da tarde desta quarta-feira, o texto contava com 206 assinaturas. O mínimo necessário eram 171, que equivale a um terço da casa legislativa.

A discussão que levou à criação da PEC foi iniciada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), encabeçado pelo vereador recém-eleito Rick Azevedo (PSOL-RJ). Antes de entrar para a política, ele era ex-atendente de farmácia e questionava nas redes sociais a carga horária exaustiva das pessoas que trabalhavam na escala 6×1.

*Sob supervisão de Sofia Pilagallo

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