Arquivos jovens - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/tag/jovens/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Fri, 24 May 2024 14:40:13 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Apartheid e hipocrisia no Rio https://canalmynews.com.br/cidades/apartheid-e-hipocrisia-no-rio/ Sun, 17 Dec 2023 19:11:32 +0000 https://localhost:8000/?p=41804 Governador Cláudio Castro e o prefeito Eduardo Paes protestaram contra a decisão da juíza que proibiu detenção de adolescentes se flagrante

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É verdade que, nos últimos tempos, o mundo parece estar ficando de ponta cabeça. E no Rio de Janeiro, as coisas ficam também cada vez mais estranhas. Há o ensaio de um verdadeiro apartheid, em meio a um festival de hipocrisia, no qual despontam o governador Cláudio Castro e o prefeito Eduardo Paes.

No Oriente Médio, Israel imita métodos dos nazistas numa prática genocida de extermínio dos palestinos, transformando Gaza numa nova Guernica. E diz que chacina de crianças e bombardeio de hospitais são autodefesa…

Mais perto de nós, a Argentina, que tem um povo politizado e admirável, elege um presidente que promete se consultar por telepatia com seu cachorro morto, para buscar orientações no comando do país.

É de lascar. Mesmo para nós, brasileiros, que estamos vindo de quatro anos de um mandato de Bolsonaro e seus amigos milicianos…

Enquanto isso, o Rio começa a conhecer dias dignos da África do Sul do apartheid, onde os negros não tinham direitos de cidadania e sequer podiam frequentar as mesmas praias dos brancos.

Diante de ações da polícia, que, nos dias 25 e 26 de novembro, retirou de ônibus 47 adolescentes que se dirigiam a praias da Zona Sul, conduzindo-os a delegacias, a juíza Lysia Maria da Rocha Mesquita, da 1ª Vara da Infância, agiu de forma correta. Proibiu detenção de adolescentes sem flagrante delito e sem acusação específica. Afinal, não pesava nada contra os jovens alvos da ação policial, salvo, talvez, o fato de serem pobres e, em sua maioria, negros.

A doutora não fez mais do que garantir o direito constitucional de ir e vir dessas pessoas. Algo elementar.

Incrivelmente, porém, tanto o governador Cláudio Castro, como o prefeito Eduardo Paes, protestaram contra a decisão da juíza. Defenderam a discriminação.

O primeiro é um bolsonarista convicto, com pouco mais de duas moléculas de cérebro. Mas o segundo é integrante da “direita que toma banho”, para usar uma expressão cara aos franceses. Os dois usaram argumentos parecidos: a decisão tinha o objetivo de prevenir delitos. Como se pobres fossem, por antecipação, criminosos…

Paes disse: “Se eles (os jovens) estiverem acompanhados dos pais e com documentos, não serão incomodados”. Castro vai na mesma linha: “Quem quiser ir à praia, leve seu documento e vá com seu responsável”.
Maior hipocrisia, impossível.

Os filhos das duas autoridades e seus amigos adolescentes cumprem esses requisitos? Estão sempre acompanhados dos pais e levam documentos de identidade quando vão à praia? As exigências se aplicam a eles?

Qual o critério para a seleção dos jovens que serão recolhidos? A cor da pele?

É preciso que a parcela sadia da sociedade proteste contra essa discriminação inaceitável.

O Rio não pode ser palco de um apartheid.

Com a palavra o Ministério Público e as instâncias do Judiciário.

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Fiocruz divulga resultado de pesquisa sobre comportamento suicida entre jovens https://canalmynews.com.br/mais/fiocruz-pesquisa-comportamento-suicida-jovens/ Sat, 25 Sep 2021 02:16:03 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/fiocruz-pesquisa-comportamento-suicida-jovens/ Setembro Amarelo é uma oportunidade de falar de forma responsável sobre o suicídio e o comportamento suicida e ajudar as pessoas a encontrarem canais de atendimento. O Centro de Valorização da Vida (Ligue 188) é uma opção

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Segunda maior causa de mortes entre jovens com idades entre 15 e 29 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é um assunto ainda tabu e pouco discutido nas famílias, nas escolas e na sociedade como um todo. O Setembro Amarelo – campanha de prevenção ao suicídio, é uma oportunidade de conversar sobre o tema, na tentativa de ajudar as pessoas a encontrarem canais de serviços de atendimento, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), e informar como conseguir apoio nestas situações.

“O Setembro Amarelo é importante para desmistificar o tema, falar de forma responsável e dando informações que vão ajudar. Esse comportamento sempre existiu e nunca foi cuidado. É importante abordar o tema de forma responsável, oferecendo canais de atendimento”, considera a pesquisadora em saúde pública da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Joviana Avanci.

Ela é coordenadora da pesquisa “Violência autoprovocada na infância e na adolescência”, promovida pela Fiocruz, com apoio do CNPq, que identificou 15.702 atendimentos de comportamento suicida entre adolescentes nos serviços de saúde pública no Brasil, no período de 2011 a 2014, através da análise de dados do Sistema de Informação de Saúde. O estudo contou também com entrevistas em profundidade com 18 adolescentes com comportamento suicida das cidades de Porto Alegre (RS) e Dourados (MS), identificados através da indicação de profissionais de serviços de saúde de referência ou pelas delegacias de polícia das cidades.

Os resultados apontam que o comportamento suicida entre adolescentes é predominante entre pessoas com idades entre 15 e 19 anos (76,4%), do sexo feminino (71,6%), e raça/cor da pele branca (58,3%). A residência foi o local mais frequente das ocorrências (88,5% de 10 a 14 anos; e 89,9% na faixa entre 15 e 19 anos) e o meio mais utilizado foi envenenamento/intoxicação (76,6% – de 10 a 14 anos; 78%, de 15 a 19 anos). Ao todo, foram 12.060 registros de internações de tentativas de suicídio entre 2007 e 2016; também com predominância do sexo feminino (58,1%) e maior ocorrência na Região Sudeste (2,7 ocorrências por 100 mil habitantes na faixa entre 10 e 14 anos; e 7 notificações a cada 100 mil habitantes entre 15 e 19 anos).

“A gente fez essa pesquisa com o objetivo de investigar sobre o comportamento suicida, levando em consideração aspectos familiares, individuais e sociais e também o universo dos adolescentes. Tivemos atenção não apenas com os casos dos adolescentes que se suicidaram, mas também os que tentaram, na tentativa de entender o universo familiar e esses adolescentes”, explica Joviana.

As cidades de Porto Alegre e Dourados foram selecionadas por apresentarem índices mais elevados dessas ocorrências no país. Segundo Joviana, a Região Sul tradicionalmente registra taxas bastante elevadas. Entre as hipóteses estão questões relacionadas à imigração, às formas de lidar com os problemas – aspecto que perpassa outras faixas etárias, sendo uma questão intergeracional, e inclusive questões relacionadas ao uso de agrotóxico nas lavouras.

“A gente observa que no universo familiar são famílias reconstituídas, com a presença apenas de um responsável, muitas vezes histórias de rejeição e abandono, às vezes pais que estavam presos ou desaparecidos, e em função de muitas intercorrências, essas situações provocam uma sensação de desamparo para os adolescentes. Há relatos de sentimentos de rejeição, de experiência de abuso sexual na infância, conflito com os responsáveis, muitos residiam circulando entre várias casas da família. Essas situações acabavam afetando características muito próprias dos adolescentes, essa sensação de insegurança, que talvez precisasse de uma rede de apoio mais forte”, considera a pesquisadora da Fiocruz.

Imagem mãos - apoio prevenção ao suicídio
Suicídio é a segunda maior causa morte de jovens com idade entre 15 e 29 anos. É importante oferecer apoio e também procurar ajuda profissional para lidar com a questão/Imagem: Pixabay

Escola pode ser um ponto de apoio importante para identificar o comportamento suicida e oferecer ajuda

Joviana Avanci destaca que o ambiente escolar, que poderia ser um ponto de apoio nestes momentos, tem dificuldade de reconhecer as questões que afetam esses jovens, muitas vezes refletidas em problemas no desempenho escolar, na socialização, com mudanças recorrentes de instituições de ensino, ou mesmo de abandono/falta às aulas.

Entre as questões destacadas pela pesquisa estão histórias pregressas de suicídio de alguém da família, ou de pessoas próximas (amigos, vizinhos, conhecidos). A maioria dos casos estudados apontou histórico de problemas psiquiátricos, especialmente ansiedade e depressão, e metade dos adolescentes pesquisados tem familiares que abusaram do uso de álcool.

“Não é algo que está sempre relacionado, mas muitas vezes o comportamento depressivo pode estar associado ao comportamento suicida. Alguns jovens eram acompanhados por psicólogos e psiquiatras, mas é importantíssimo ressaltar a dificuldade de atendimento na rede saúde no país. Muitos tinham o atendimento de emergência, mas não conseguiam ter o acompanhamento posterior, com psicólogo e psiquiatra. A gente sabe que uma tentativa aumenta muito a chance de conseguir uma próxima vez. A rede de saúde não tem o suporte para atender esses adolescentes do jeito que eles precisariam”, ressalta.

As motivações estão relacionadas questões como sentimento de inadequação, violências, problemas familiares, rompimento de namoros, abuso sexual, bullying e ciberbullying, pressão para rendimento escolar, obesidade, interações em redes sociais, entre outras. Questionada sobre se a cobrança da sociedade para que as pessoas sigam padrões, sejam de um determinado jeito ou tenham famílias num modelo “ideal” pode também influenciar o sentimento de inadequação dos jovens, Joviana Avanci acredita que sim.

“Embora a gente já tenha avançado tanto nesses assuntos, ainda existem tantos rótulos, preconceitos. A escola tem um papel fundamental quando a gente fala de crianças e adolescentes, de poder identificar sinais precoces, pode ajudar a intervir e oferecer ajuda. É importante poder acolher os jovem do jeito que ele é, do jeito que a família pode ser”, destaca.

Ela ressalta que as redes sociais podem ser um gatilho para pensamentos que já existem, especialmente em situações de bullying e ciberbullying. “É importante oferecer ajuda e também que a família procure ajuda, porque pode não dar conta sozinha de lidar com a situação. Existem profissionais de saúde que podem dar esse suporte”, completa, lembrando que durante a pandemia houve a oferta de diversos serviços de atendimento psicológico e psiquiátrico solidários por todo o país.

Onde procurar ajuda?


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