O presidencialismo de coalizão está em crise, mas ainda existe Foto: arquivo pessoal

O presidencialismo de coalizão está em crise, mas ainda existe

Você sabia que o presidencialismo de coalizão, tão citado nas análises sobre o Brasil, não morreu? Ele está em crise, mas segue operando — mesmo que de forma disfuncional.

O termo foi criado em 1988 pelo cientista político Sérgio Abranches, justamente no ano da promulgação da nossa Constituição. Naquele momento, regimes presidencialistas multipartidários eram raros no mundo, e o Brasil estava entrando em uma experiência inédita.

Conversei com o próprio Sérgio Abranches, e ele foi categórico:

“A crise não é do presidencialismo. A crise é da coalizão.”

Segundo ele, vivemos hoje um desalinhamento partidário. Partidos tradicionais como PSDB e MDB perderam força e representatividade. Em seu lugar, surgem partidos menores e bancadas temáticas — como a da Bala, do Boi e da Bíblia — que têm ocupado os espaços centrais da política.

O resultado disso é um Congresso fragmentado, sem projeto nacional e que só reage quando há pressão social extrema.

Também conversei com outro cientista político, Otávio Amorim Neto, que propõe caminhos para reconstruir o presidencialismo de coalizão:

  1. Redução do número de ministérios.
    Isso aumentaria o peso político e orçamentário de cada pasta, tornando as alianças mais significativas e eficientes.

  2. Coalizões com base em acordos programáticos.
    Inspirado no modelo alemão, Otávio propõe que, após as eleições, executivo e legislativo assinem juntos um documento com compromissos claros: políticas públicas, metas e prioridades do mandato. Isso daria coesão e previsibilidade à coalizão.

Não sabemos se essas sugestões serão colocadas em prática. Mas uma coisa é certa: entender o que está por trás da crise atual é essencial para imaginar saídas institucionais e políticas.


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