Jornalismo Independente
Foto: Reprodução/STF
Ex-presidente observa antigo aliado entregando planos de golpe de estado.
Ex-comandante da Força Aérea Brasileira depôs como testemunha de acusação no dia 21 de maio O ex-presidente da República Jair Bolsonaro, réu no processo da tentativa de golpe de Estado, assistiu, remotamente, ao depoimento de Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira, como testemunha de defesa arrolada pela Procuradoria-Geral da República, no dia 21 de maio deste ano.
Na ocasião, Baptista Júnior afirmou que houve reuniões destinadas a planejar um suposto golpe após o resultado do 2º turno das eleições de 2022 e que uma minuta com conteúdo antidemocrático foi apresentada aos comandantes das Forças Armadas.
“Nós voltamos, no dia 2 de novembro [de 2022], ao Palácio, nos reunimos no sofá da biblioteca […] só o ministro da Defesa [Paulo Sérgio Nogueira], os três comandantes [das Forças Armadas] e o presidente [Bolsonaro]”, confirmou a testemunha. “A partir do dia 11 [de novembro] eu comecei, pessoalmente, a entender que aquela Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que nós estávamos abordando não era o que eu estava acostumado a ver as Forças Armadas cumprirem.”
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Segundo Baptista Júnior, ele, Paulo Sérgio e o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes ficaram “desconfortáveis” com o rumo da reunião.
“Nós começamos a ficar desconfortáveis se a GLO que nós estávamos falando era para caminhoneiros [que estavam em greve], era para acampamentos [na frente de áreas militares] ou era para outro objetivos”, relatou.
Baptista Júnior confirmou, então, que, ao se darem conta das reais intenções dos réus, o general Freire Gomes ameaçou o ex-presidente de prisão.
“Ele falou lá com muita tranquilidade, com muita calma, mas colocou exatamente isso: ‘se o senhor tiver que fazer isso, eu vou ter o trabalho de lhe prender.”
Bolsonaro acompanhou todo o depoimento com uma expressão séria.
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