Daniela do Waguinho argumenta ter motivos para mandatário deixar o cargo
Nesta terça-feira (6), a deputada Daniela do Waguinho (União-RJ) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Em fevereiro de 2024, Ednaldo foi reeleito para o cargo em uma eleição sem concorrência, após a desistência de Ronaldo. Com isso, firmou-se um acordo que garantiu sua permanência no comando da CBF até 2030, com a homologação do STF.
Desde a eleição, Daniela do Waguinho afirma ter acesso a novos fatos que, segundo ela, são de extrema relevância para questionar a legitimidade da presidência de Ednaldo. A deputada diz ter conhecimento de “fortes indícios” de que a assinatura de uma das partes do acordo — a de Antonio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes — não foi feita de forma livre, consciente e em pleno uso das faculdades mentais. Ela contesta a autenticidade da assinatura.
Coronel Nunes é ex-presidente da CBF e ocupou a vice-presidência durante o último mandato de Ednaldo.
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“Como será demonstrado ao longo desta petição, existem evidências suficientes que apontam a ocorrência de simulação no âmbito do referido acordo”, afirmou a deputada.
Contudo, ela também destacou: “Considerando que o laudo que aponta a existência de déficit cognitivo é de pouco mais de um ano antes da assinatura do acordo impugnado por esta petição — sendo atestado pelo Dr. Jorge Pagura, chefe do Departamento Médico da Confederação Brasileira de Futebol —, isso demonstra que a própria CBF, uma das principais interessadas na homologação do acordo, tinha ciência das limitações cognitivas do Sr. Antônio Nunes.”
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Em 2023, Daniela foi a primeira ministra a deixar o governo Lula 3. Ela havia sido nomeada pelo próprio presidente. Com base eleitoral em Belford Roxo, município da Baixada Fluminense, a deputada enfrenta acusações de ter recebido apoio de milicianos locais durante as eleições. Um vídeo com denúncias circulou durante o pleito de 2022, mas foi apagado por ela após a repercussão e sua saída do ministério.
“A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reitera seu compromisso com a transparência, a legalidade e a boa-fé em todas as suas ações e decisões institucionais. Diante das recentes notícias veiculadas na imprensa sobre suposto vício de vontade na assinatura do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a legitimidade da eleição do presidente Ednaldo Rodrigues, a CBF esclarece que ainda não teve acesso formal ao laudo pericial, supostamente assinado por perito particular. O documento vem sendo utilizado de forma midiática e precipitada, numa espetacularização que atende a interesses nada republicanos e, aparentemente, está sendo questionado por terceiros sem qualquer ligação com o processo.
A CBF enfatiza que todos os atos relacionados ao acordo foram conduzidos dentro da legalidade e com a participação de representantes devidamente legitimados. O processo foi legítimo e teve o acordo homologado. É absolutamente inverídico que o processo tenha sido reaberto a pedido de uma parlamentar.
A CBF confia plenamente na Justiça brasileira e permanece à disposição das autoridades competentes para esclarecer quaisquer dúvidas que eventualmente surjam. A entidade segue focada em sua missão de promover o futebol brasileiro com seriedade, profissionalismo e respeito às instituições, convicta de que todos os princípios de boa gestão e probidade são respeitados diariamente.”