Foram pelo menos 7 mil indeferimentos na Comissão de Anistia aos que se julgaram perseguidos pela ditadura na gestão do capitão
Bolsonaristas vão às ruas pela anistia aos “patriotas” presos e condenados pelo 8 de janeiro, parlamentares fazem pressão e chantagem no Congresso por essa causa e ameaçam obstruir os trabalhos, principalmente se Jair Bolsonaro não for contemplado.
Mas concessão de anistia é algo não afeito ao universo da direita. Bem ao contrário. A Comissão de Anistia, que julga casos dos que se sentem atingidos pela ditadura, negou pelo menos 7 mil pedidos a esses anistiandos. Nesse grupo, está a ex-presidente Dilma Rousseff, em junho de 2022, decisão refeita neste ano no governo Lula.
No governo Bolsonaro, a comissão era composta por vários militares, entre os quais o general Rocha Paiva, muito próximo do coronel Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça como um torturador.
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Na época, o presidente da Comissão de Anistia era o advogado João Henrique Freitas, que foi à Justiça contra a indenização da família de Carlos Lamarca e também para reverter a condição de anistiado político do deputado federal Ivan Valente (PSOL-RJ), que foi preso e torturado pelo regime de exceção.
Freitas hoje atua na defesa de Bolsonaro e acompanhou dentro da Primeira Turma do STF o julgamento e condenação do ex-presidente a 27 anos e 3 meses de cadeia. Ele é um dos servidores que integram o grupo de auxiliares a que Bolsonaro, como ex-presidente, tem direito, pagos pelo erário.