Entenda os motivos da prisão do MC Poze do Rodo Foto: instagram Poze do Rodo

Entenda os motivos da prisão do MC Poze do Rodo

Cantor é acusado de fazer canções para enaltecer Comando Vermelho, no Rio de Janeiro

O cantor Poze do Rodo foi preso na última quinta-feira (29) por acusação de apologia ao crime organizado e por enaltecer uma facção no Rio de Janeiro. A prisão gerou polêmica, principalmente pela forma como foi conduzida: ele foi algemado e levado para a cadeia com uma força policial considerada, por muitos, excessiva. Inicialmente, Poze foi encaminhado para o presídio de Benfica, na zona norte.

Atualmente, o MC está detido em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, e solicitou permanecer em uma área destinada a presos ligados ao Comando Vermelho. Sua defesa argumenta que seria perigoso colocá-lo junto a integrantes de facções rivais, como o Terceiro Comando ou milicianos.

“Isso é perseguição, mané. Cara de pau, isso aí é perseguição. É indício, mas não tem prova com nada. Manda provar aí”, disse o MC, afirmando que a polícia deveria ir atrás dos criminosos e traficantes que estão nas comunidades, e não dele.

Poze é um cantor de sucesso no Brasil há mais de cinco anos, com músicas populares entre diversos públicos. No Rio de Janeiro, não é a primeira vez que um cantor é preso pelo mesmo motivo — há casos semelhantes há mais de 10 ou 15 anos.

Confira o que disse a defesa de Poze

“O sistema penitenciário divide presos provisórios e sentenciados por critérios determinados em relação a comunidades de origem ou supostas relações com determinações territoriais. Essa prática, por norma, garantirá a segurança e ordem de celas e galerias, evitando a ação de terceiros. Alguém que teme ser confundido ou tido como participante de determinada denominação, por norma, é orientado a dirigir-se à mesma para evitar tumulto, sendo medida de segurança para si e para outros.

Esta prática, todavia, em nenhuma hipótese, traz ou poderia trazer qualquer grau de certeza sobre afiliações, associações ou qualquer vínculo do gênero.
Até o momento, tem-se uma decisão judicial que terá seus fundamentos discutidos no Poder Judiciário por meio de um Habeas Corpus.

A preocupação maior é estar diante de uma ação policial completamente espetacularizada e diversos atos de abuso de autoridade cometidos pela Polícia Civil, como uso indevido e desnecessário de algemas, busca e apreensão fora dos limites legais com subtração de bens não especificados — como as joias que o próprio Poder Judiciário deixou na posse do artista em outra investigação —, assim como a exposição cinematográfica de uma prisão temporária, cujo objetivo ideal é garantir investigação, cujo sigilo e lisura, próprios do interesse de um serviço público que deve ser conduzido com inteligência, foram completamente escanteados com a realização de coletivas de imprensa e entrevistas sobre dados da investigação que sequer foram revelados no pedido cautelar.”

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