Jornalismo Independente
Foto: Arquivo pessoal
Amor pelo Glorioso e entendimento da luta de classes fora de campo e do estádio, o movimento Alvinegro inicia a série do MyNews sobre Futebol e Política.
O MyNews inicia, em seu site nesta segunda-feira (24) de março, uma série de quatro reportagens sobre movimentos políticos ligados ao esporte de maior paixão entre os brasileiros. No primeiro relato dos futebol e política juntos, tivemos a oportunidade de falar com o Botafogo Antifascista.
O movimento destaca, inicialmente, sua criação, formação e o debate, seja na política ou nas arquibancadas do Nilton Santos e do Brasil. Aqui, Maria Isabel Rodovalho explica também sua entrada no Botafogo Antifascista.
R: “O coletivo existe desde 2016, virtualmente, e foi ganhando corpo durante o avanço da extrema-direita no Brasil. O coletivo sempre se colocou contra todo o retrocesso que Bolsonaro e sua corja significaram no país. Entrei oficialmente em 2021, num período pandêmico, quando sentia muita falta de fazer parte de algo em que acreditava.
Em pouco tempo, comecei a construir a comunicação do coletivo e trazer minha bagagem de movimento estudantil. Hoje, o Coletivo Botafogo Antifascista se coloca na linha de frente das torcidas antifascistas do Brasil, colocando não só a cara a tapa, mas fazendo questão de botar gente na rua na construção de uma sociedade mais justa.”
Neste ano, durante a final da Recopa entre Botafogo e Racing, um torcedor botafoguense que sempre frequenta o estádio Nilton Santos com uma bandeira da Palestina foi impedido pela polícia de permanecer no estádio, além de sofrer com a truculência policial. O movimento analisa esse tipo de situação e relembra algo que aconteceu com sua galera.
R: “Não é a primeira vez que isso acontece no Niltão. Nós mesmos já fomos impedidos de estender a faixa do coletivo pela Polícia Militar mais de uma vez. A polícia sempre age com muita truculência contra tudo que vai ao encontro do que eles acreditam. Apesar de não termos nos comunicado diretamente com o torcedor, estamos abertos para que ele se junte ao coletivo e some conosco.”
Postagem do movimento em novembro de 2024 pedindo final da escala 6/1 / Foto: Divulgação
Outra tristeza que ocorreu envolvendo a arquibancada do Botafogo, e que infelizmente se repete mês a mês no Rio de Janeiro, é a polícia atirar primeiro e perguntar depois. O botafoguense e jornalista Igor Melo Carvalho foi baleado ao ser confundido com um criminoso por alguém que nem sabia quem era o autor real. O movimento Botafogo Antifascista fala sobre como a polícia carioca costuma se comportar.
R: “Para nós, é importantíssimo que o máximo de pessoas esteja ciente da gravidade do que a polícia do Rio de Janeiro significa para a nossa sociedade e como devemos sempre nos posicionar contra isso. Igor é um companheiro de luta, e estamos acompanhando de perto ele e sua família para dar todo o suporte possível para o seu pleno restabelecimento.”
Por fim, em campo, o Botafogo voltou ao período de glórias e conquistou, em 2024, o Campeonato Brasileiro e a Libertadores. Já fora dele, os torcedores observam Textor, o americano que administra a SAF alvinegra, aumentar os valores dos ingressos, afastando torcedores mais populares.
R: “Até hoje, o clube não abriu diálogo sobre esse aumento dos ingressos. Dizem que é para ‘aumentar o passe’ do clube, mas isso só afasta as pessoas que sempre estiveram ali, ao lado do Glorioso. Pensando nisso, criamos e implementamos um projeto chamado Futebol para o Povo, onde doamos ingressos para pessoas em situação de vulnerabilidade financeira.
É muito importante para nós que o Nilton Santos seja um espaço de todos os alvinegros e que a pluralidade seja preservada nesses espaços”, concluiu o Botafogo Antifascista ao site MyNews.
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