Governo argentino orienta retirar documentos do sigilo sobre a Ditadura no país © REUTERS/Agustin Marcarian

Governo argentino orienta retirar documentos do sigilo sobre a Ditadura no país

Medida ocorre durante o Dia Nacional da Memória dos hermanos

Nesta segunda-feira (24), o governo Milei, na Argentina, retirou o sigilo e liberou para consultar documentos públicos de inteligência relacionados à atuação das Forças Armadas durante o regime autoritário, que completou 49 anos do golpe de Estado no país argentino.

Governo argentino declara crimes contra a humanidade

Além disso, o governo também declarou como crime contra a humanidade um ataque do Exército Revolucionário do Povo (ERP) contra a família do capitão Humberto Viola. Milei defende uma memória do regime que equipare os crimes militares à guerrilha, visão rejeitada por entidades de direitos humanos na Argentina.

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“O presidente instruiu a desclassificação total de toda a informação e documentação vinculada à atuação das Forças Armadas no período de 1976 a 1983, assim como qualquer outro documento produzido em outro período, mas relacionado às forças”, afirmou o porta-voz presidencial, Manuel Adorni.

Ainda de acordo com Adorni, a medida prevê a transferência dos arquivos da Secretaria de Inteligência do Estado para o Arquivo Geral da Nação, órgão responsável pela preservação e consulta de documentos históricos.

O anúncio ocorreu nesta segunda-feira, durante o Dia Nacional da Memória, que lembra o início da última ditadura militar no país, período que deixou cerca de 30 mil desaparecidos, segundo organizações de direitos humanos argentinas. No entanto, Adorni destacou que os arquivos devem ser preservados na memória, e não em relatórios de inteligência.

“O que aconteceu no passado deve estar nos arquivos da memória, não nos arquivos de inteligência”, afirmou Adorni. “Os arquivos passarão agora a estar a serviço da memória, e não da manipulação política”, complementou o porta-voz.

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