Governo reconhece Vladimir Herzog como anistiado 50 após sua morte

Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania declarou o jornalista morto pelo Regime Militar como anistiado político

O Governo Federal reconheceu nesta semana Vladimir Herzog como anistiado político e oficializou a reparação econômica mensal vitalícia para sua viúva, Clarice Herzog. O jornalista foi torturado e morto durante o Regime Militar.

A publicação da decisão foi feita pelo Ministério dos Direitos Humanos e divulgada no Diário Oficial. Vladimir era jornalista e atuava na TV Cultura, onde exercia a função de diretor de jornalismo. O Exército o convocou para prestar depoimento sobre suas ligações com o PCB, partido contrário ao regime militar e que nunca defendeu a luta armada.

O comunicador compareceu ao prédio do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) e faleceu no local. Os responsáveis nunca foram identificados nem punidos pelo crime, ocorrido em 1975. Na ocasião, o Brasil era presidido por Ernesto Geisel, o quarto presidente da Ditadura.

A versão dos militares afirmava que o jornalista teria se enforcado com um cinto, o que logo foi desmentido. Vladimir Herzog foi torturado e assassinado por agentes do regime.

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Clarice Herzog lutou por anos pelo reconhecimento e esclarecimento da morte de seu marido. Em razão dessa luta, também foi perseguida pelo regime. Em abril do ano passado, a Comissão de Anistia aprovou, por unanimidade, o reconhecimento de sua condição de anistiada. Na decisão, o Estado brasileiro admitiu a perseguição sofrida pela família durante a Ditadura.

Nota do Instituto Vladimir Herzog

“A declaração foi publicada no Diário Oficial, junto à formalização pública da indenização de Clarice Herzog, reparação concedida em decorrência da perseguição política sofrida por seu marido, torturado e assassinado pela Ditadura Militar em 1975. Essa vitória é mais um desdobramento da decisão indenizatória para Clarice, proferida pelo juiz Anderson Santos da Silva, da 2ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, em 4 de fevereiro deste ano. O Instituto Vladimir Herzog (IVH) e a família Herzog celebram mais esta decisão, especialmente no contexto dos 50 anos do assassinato de Vlado.”