Três vítimas foram confirmadas e mais casos seguem em investigação
O estado de São Paulo registrou, nos últimos dias, três mortes por intoxicação causada por metanol. A Polícia Federal informou que vai investigar os casos para identificar a origem da substância usada na adulteração de bebidas alcoólicas entregues às vítimas e verificar se a prática também ocorre em outros estados. Além dos óbitos, ainda estão em apuração seis casos de intoxicação.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, destacou que o número elevado de intoxicações em São Paulo chamou atenção. Segundo ele, a situação foge do padrão, já que a ingestão de metanol geralmente ocorre em pessoas em condição de vulnerabilidade, o que não se aplica às vítimas desse caso. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) também emitiu um alerta aos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas, recomendando atenção redobrada a possíveis falsificações, como rótulos ou embalagens diferentes das originais.
“Na segunda-feira, determinamos ao dr. Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, que abrisse um inquérito policial para verificar a procedência dessa droga e a rede possível de distribuição que, ao que tudo indica, transcende os limites de um único estado. Há indícios de que a distribuição vai além de São Paulo”, afirmou Lewandowski.
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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acrescentou que o país costuma registrar cerca de 20 casos de intoxicação por metanol ao ano. “A partir de setembro, já tivemos quase metade das notificações que costumam ocorrer no ano, concentradas apenas em São Paulo, o que chama atenção. É uma situação anormal”, disse.
Entre os investigados está o PCC, que pode ter expandido sua atuação para mais uma frente criminosa. Segundo Andrei Rodrigues, existe uma possível ligação entre o crime organizado e a adulteração de bebidas alcoólicas com metanol. Ele lembrou ainda que investigações recentes sobre a cadeia de combustíveis revelaram um esquema de importação de metanol pelo porto de Paranaguá, o que reforça a necessidade de aprofundar as apurações.
As três mortes confirmadas foram:
Homem de 58 anos, morador de São Bernardo do Campo;
Homem de 54 anos, morador da capital paulista;
Homem de 45 anos, cuja cidade de residência continua sendo investigada.
As falsificações ocorrem da seguinte forma: bebidas são adulteradas com metanol e colocadas à venda em estabelecimentos de São Paulo. Ainda não se sabe, porém, em qual etapa da produção ou distribuição ocorreu a adulteração, quem são os responsáveis pelo crime e quais outros tipos de destilados podem ter sido comprometidos.