O alvo de Fux: o Palácio Guanabara Ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal (STF) | Foto: Fellipe Sampaio/STF

O alvo de Fux: o Palácio Guanabara

Coluna da Mara Luquet no MyNews

Nesta quarta-feira (10), o ministro Luiz Fux surpreendeu o meio político e jurídico ao apresentar um longo voto no Supremo Tribunal Federal que absolveu o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, o almirante Almir Garnier e condenou o tenente-coronel Mauro Cid pelo crime de abolição do estado democrático de direito. O texto, denso e detalhado, foi interpretado por juristas como fruto de um trabalho de meses. “Um voto dessa envergadura não se improvisa. É claramente pensado, amadurecido e amparado em sólida construção jurídica”, avaliou um advogado próximo ao STF.

Nos bastidores de Brasília, a leitura é de que a decisão teve um alvo além da Corte: a eleição para o governo ou Senado no Rio de Janeiro em 2026. Fux completará 73 anos no próximo ano, ficando a dois da aposentadoria compulsória, mas pode antecipar a saída do Supremo para entrar no jogo eleitoral.

VEJA: Fux inocenta Bolsonaro de todas acusações da trama golpista

Políticos experientes já calculavam que seu voto seria diferenciado, justamente por conta dessa possibilidade. Ainda assim, foram surpreendidos pela contundência e abrangência da decisão. “Foi mais do que um posicionamento jurídico, foi um ato político”, resumiu um veterano parlamentar.

Se confirmadas as projeções de sua candidatura, Fux embaralha completamente o tabuleiro fluminense. Hoje, Eduardo Paes aparece como favorito, mas a entrada de um ministro do Supremo com forte capital jurídico que agradou aos bolsonaristas poderia tirar do prefeito carioca o posto de principal nome da disputa.

No Rio, onde a política é marcada por escândalos e crises de governabilidade, a figura de Fux pode ser apresentada como alternativa de renovação, unindo setores do centro e da direita, além de contar com apoio de elites jurídicas e empresariais.

Confira: Clima pesado no STF após voto de Fux

Para muitos analistas, o voto desta quarta-feira já não pode ser lido somente como uma decisão judicial. Foi, também, o primeiro ato de campanha.

Clique neste link e seja membro do MyNews — ser inscrito é bom, mas ser membro é exclusivo!

Relacionados