Operação ocorre nesta sexta-feira (12) em Brasília e São Paulo
A Polícia Federal prendeu, na manhã desta sexta-feira (12), os empresários Antônio Carlos Camilo Antunes e também o “Careca do INSS”, Maurício Camisotti, suspeitos de participar de fraudes envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A operação faz parte de uma ação do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
Segundo as autoridades, os presos praticaram crimes como impedimento ou embaraço de investigação de organização criminosa, dilapidação e ocultação de patrimônio, além da possível obstrução da apuração por parte de alguns investigados. Ao todo, a PF cumpre dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão, autorizados pelo STF, nos estados de São Paulo e no Distrito Federal.
Antes de ser preso, o empresário Carlos Camilo Antunes foi levado para a Superintendência da PF em Brasília. As investigações apontam que ele movimentou cerca de R$ 9,3 milhões em repasses destinados a pessoas ligadas a servidores do INSS, entre 2023 e 2024. A defesa do empresário não se manifestou até o momento.
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Já Maurício Camisotti, o “Careca do INSS”, foi preso em São Paulo. Após a decisão da Polícia Federal, sua defesa alegou que “não há nenhum motivo que justifique sua prisão no âmbito da operação relacionada à investigação de fraudes no INSS” e afirmou que adotará “todas as medidas legais cabíveis para reverter a prisão e assegurar o pleno respeito aos direitos e garantias fundamentais do empresário”.
A Polícia também cumpriu mandados de busca na casa e no escritório do advogado Nelson Willians, suspeito de realizar transações financeiras com Camisotti e com uma das associações envolvidas no esquema de descontos indevidos. Durante a operação, os agentes apreenderam armas, réplicas de quadros e uma réplica da McLaren MP4/8, carro usado por Ayrton Senna na temporada de 1993. A defesa de Willians declarou que ele “tem colaborado integralmente com as autoridades” e ressaltou que a medida “é de natureza exclusivamente investigativa, não implicando nenhum juízo de culpa ou responsabilidade”.
Conforme as investigações, sindicatos e associações realizaram descontos indevidos e sem autorização de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. O prejuízo estimado chega a R$ 6 bilhões.
A PF afirma que o “Careca do INSS” atuava como intermediário das associações suspeitas: recebia os recursos desviados e, em seguida, repassava os valores a pessoas ligadas às entidades ou a servidores do INSS.
Maurício Camisotti, apelidado de “Careca do INSS”, ganhou notoriedade por ser o principal nome envolvido no escândalo. Em 2025, ele e outros suspeitos se tornaram alvos de uma operação da PF que apura desvios milionários. As apurações revelaram que Camisotti é sócio de diversas empresas de diferentes setores. Pessoas físicas e jurídicas ligadas a ele receberam R$ 53,5 milhões de entidades sindicais e de empresas relacionadas às associações.