Governador aparece em São Paulo durante evento
O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), participou nesta segunda-feira (22) de uma reunião do Conselho Político e Social (COPS) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), onde fez uma palestra a empresários e dirigentes. No encontro, apresentou um panorama dos indicadores econômicos e sociais do Paraná e comentou temas nacionais, como os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos e as recentes votações no Congresso.
Impacto das tarifas
Ratinho Jr. destacou que o setor mais atingido no Paraná pelo chamado “tarifaço do Trump” foi o da madeira, já que o estado é o maior produtor de derivados de reflorestamento do país, desde celulose até compensados usados na construção civil. Para reduzir o impacto, o governo estadual liberou R$ 200 milhões do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), antecipou créditos tributários e promoveu diferimento de impostos.
“É um setor que realmente tem nos colocado bastante atenção. Por parte do governo do estado, damos amparo financeiro e tributário para amenizar esse problema”, afirmou.
O governador criticou a falta de empenho do governo federal em tentar reverter a medida e ressaltou que entidades do setor buscam alternativas jurídicas nos EUA.
Críticas à PEC da blindagem
Ratinho Jr. também comentou a PEC da blindagem, aprovada na Câmara e em discussão no Senado. Para ele, a proposta foi precipitada e pouco debatida:
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“Não dá para dar segurança jurídica para uma área específica e abrir flanco para que autoridades não possam estar expostas à Justiça. Se você comete um ato, tem que pagar como qualquer outro cidadão.”
“A sociedade por muito tempo lutou para acabar com o foro privilegiado e o que estamos vendo hoje é uma medida que muda toda essa lógica que a sociedade defende há tantos anos. Então, acho que foi precipitada a atitude da Câmara Federal, pouco discutir esse assunto, que é importante. Foi aprovada açodadamente. A ponto de muitos parlamentares que votaram, hoje, estarem dizendo que votaram sem saber de fato o que estavam votando. Acho que o Senado está certo nesse momento em fazer uma reflexão sobre esse tema.”
O governador defendeu que o Congresso não pode ser “reativo à rede social” e que deveria priorizar temas como a revisão do Código Penal.
Anistia e pacificação
Questionado sobre a possibilidade de uma anistia, Ratinho Jr. afirmou ser favorável a uma medida que pacifique o país:
“O mais importante não é achar certo ou errado, é achar a pacificação. O Brasil está gastando muita energia com esse tipo de pauta e não está colocando comida na mesa da Dona Maria, nem melhorando transporte, educação e atraindo investimentos.”
Sinais para 2026
O clima político também esteve presente na reunião. Muitos dos participantes do encontro manifestaram apoio a uma possível candidatura presidencial de Ratinho Jr. em 2026. Empresários e dirigentes abordaram diretamente o tema, chegando a pedir que o governador comece a viajar pelo país para levar suas propostas e ampliar sua presença nacional.
Embora pesquisas indiquem que Ratinho Jr. seria o único entre os governadores de destaque a transitar entre o centro e a esquerda, ele evitou antecipar qualquer movimento eleitoral:
“2026 vai ser discutido em 2026. Estou feliz e honrado de ver meu partido cogitar meu nome, mas minha prioridade é entregar aquilo que me comprometi com a população do Paraná.”
O governador ressaltou indicadores positivos do estado, como o título de melhor educação do país, quatro vezes eleito o mais sustentável e com o maior crescimento econômico do Brasil.
“O Brasil está perdendo muito tempo olhando para o retrovisor. Temos que olhar para o futuro”, concluiu.