Confira a coluna do Aquiles Reis nesta quinta-feira (08)
Hoje, mergulhamos no EP Ar, de Barbara Rodrix, lançamento do selo Pequeno Improviso. A capa, simples e marcante, traz apenas uma bela foto da cantora, refletindo a essência de uma compositora em fase luminar. Sua voz, sempre delicada e afinada, agora atinge novos horizontes, explorando ares ainda desconhecidos por seu público. Assim, confira um grande artista.
Cuidadosamente gravado, mixado e masterizado, o resultado é um verdadeiro “sonzão”. A engenharia sonora capturou a potência da voz de Barbara, a vibração do violão de seis cordas, o timbre singular do violão tenor e o sopro marcante do trompete. O conjunto é envolvente e preciso, ressaltando cada detalhe dos arranjos.
Radicada em Portugal, Barbara realizou uma temporada de shows no Brasil em 2024, que antecedeu o lançamento de um single e, posteriormente, das seis faixas inéditas de Ar, todas já disponíveis nas plataformas digitais. Foi em um desses momentos, no breve espaço de uma semicolcheia vibrando em minha alma, que conheci Ar. E a ele.
VEJA: O grito da natureza
Silêncio: A voz surge suave, amparada pelo violão. A capacidade interpretativa de Barbara expande a jovialidade que encantou desde Eu Mesma, seu primeiro álbum, lançado em 2016. Os versos, quase sussurrados, nascem em um terreno fértil, onde hoje habita uma voz amadurecida e inconfundível.
Santuário: Versos profundos emergem da garganta de uma artista que, sendo tão pop quanto introspectiva, se expõe por completo. O arranjo, marcado por acordes que se repetem nos violões, amplifica a poesia que balança o peito de quem escuta.
Ser: A faixa inicia de forma arritmada, com a voz de Barbara marcando o compasso ao lado dos acordes de violão e do improviso arrebatador do trompete, que ao final dobra o desenho melódico com intensidade brutal.
Não Quero Muito Mais: Trompete e violão tenor dialogam com a voz de Barbara, que explora, sem barreiras, o pensamento feminino em sua forma mais livre e verdadeira — tal qual seu pai, o inesquecível Zé Rodrix.
Ar: Na faixa-título, Barbara segue o fluxo rumo ao futuro. Respira, transforma e cria. A voz se destaca por sua entrega emocional, enquanto o trompete e o violão tenor emergem com ardor e força.
Medo: “Todo esse medo que eu carrego aqui no peito/ Do desconhecido, da morte e da solidão/ Todo esse medo que é tão meu e que eu conheço tão bem/ Me acompanha aonde vai meu coração (…)”. Aqui, Barbara se vale do trompete como um clarim, libertando seus demônios e assumindo um compromisso visceral com a vida e a música.
Ora, seus medos poderiam permanecer ocultos, não fosse ela uma mulher incendiária e libertadora — enfim, uma grande artista.
Composição, voz e violão em todas as faixas: Barbara Rodrix
Trompete: Diogo Duque
Produção musical e violão tenor: Raul Misturada
Mixagem e masterização: Tó Brandileone
Foto da capa: Lorena Dini
Comunicação e design/arte final da capa: Pamela Prudente
A&R Pequeno Improviso: Otávio Carvalho
Imprensa: Stella Sanches
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