Agência Senado
Câmara
Deputada diz que má gestão é sentido na ponta, onde o povo vive, com falta de recursos para saúde, educação e segurança
Heloísa Helena está de volta e não veio para ser coadjuvante. Como um Hércules moderno no centro do poder, a deputada assume o mandato enfrentando dois “monstros” colossais: o Orçamento Secreto e o Banco Master. Em sua visão, essas estruturas formam uma Hidra de Lerna contemporânea, onde a corrupção e a especulação financeira se alimentam do suor do povo brasileiro. Ela não busca apenas o debate; ela busca a investigação profunda através de uma CPI do Banco Master e a criação do observatório da execução do orçamento.
A parlamentar coloca a abertura dessa CPI como prioridade máxima. O motivo é claro: combater o que chama de “promiscuidade criminosa” entre o Estado e o capital financeiro. Segundo Heloísa, os indícios de gestão fraudulenta são graves e afetam diretamente a aposentadoria de idosos e fundos de pensão e outras fraudes, como explicou no Café do MyNews, veja vídeo abaixo. Portanto, apenas uma CPI teria o “poder de fogo” judicial. Com ela, seria possível quebrar sigilos bancários e fiscais, expondo as entranhas de um esquema que comissões comuns não conseguem tocar.
Além do setor bancário, o foco de Heloísa recai sobre o Orçamento Secreto. Ela descreve esse sistema como um instrumento de chantagem operado por Arthur Lira. Para desmantelar essa engrenagem, a deputada propõe investigar o “tridente da safadeza”: quem indicou o recurso, quem executou a obra e quem realmente lucrou. Nesse sentido, ela denuncia que metade do orçamento nacional é desviada para a especulação, enquanto o governo impõe um arrocho fiscal que asfixia os mais pobres.
A parlamentar define a situação como o “crime organizado de terno e gravata”. Para ela, esse é o tipo de bandido mais perigoso, pois ele detém a caneta oficial. Apesar disso, Heloísa reconhece as dificuldades para colher assinaturas no Congresso. Ela atribui os obstáculos aos “interesses medíocres” e ao medo de ferir conveniências partidárias. No entanto, ela reforça que a impunidade é o que permite que bancos e políticos continuem operando contra a sociedade.
O reflexo dessa má gestão é sentido na ponta, onde o povo vive. Heloísa cita o colapso de serviços vitais como o SUS e a segurança pública. Por exemplo, ela denuncia que verbas para combater o feminicídio são retidas e transformadas em “restos a pagar”. Para combater isso, ela anuncia a criação de um Observatório da Execução Orçamentária. A ideia é monitorar quinzenalmente se o dinheiro está chegando aos hospitais ou se ficou preso nas “panelinhas” políticas.
O retorno de Heloísa ocorre em substituição a Glauber Braga, parlamentar que ela defende arduamente. Ela afirma que Glauber foi punido por incomodar o sistema. Relembrando que Lira já articulou derrotas políticas contra ela no passado, Heloísa encara o momento como uma “roda da vida”.
Por fim, o mandato será curto, mas intenso. Definindo-se como “mais madura e mais dura”, a deputada promete não ceder ao moralismo de fachada. Sua “espada de combate” será a tribuna e projetos de lei que garantam dignidade na saúde e previdência. Em resumo, Heloísa Helena encara seus “12 trabalhos” com a coragem de quem não teme o sistema. Ela quer expor a verdade para o Brasil real e provar que a ética não pode ser uma questão de conveniência.