Entre o grito dos extremos e o silêncio dos resultados, ainda cabe o Brasil que dá certo.
“Tancredo, o que você diria a um jovem brasileiro que quer acreditar em política hoje?” — perguntou um jovem jornalista a Tancredo Neves.
“Que não se deixe instrumentalizar por ideologias, seja cada vez mais um democrata e faça realmente da sua convicção escudo e instrumento de luta em favor do Brasil.” — respondeu um dos políticos mais relevantes para a redemocratização brasileira, que morreu antes de assumir seu mandato como primeiro civil eleito depois da ditadura militar.
Tancredo faz falta.
Hoje, os extremos ideológicos parecem estar diretamente ligados a pessoas que entregam muito pouco a um país que precisa, merece e tem capacidade de ser muito mais. Muito mais.
Nesse cenário de polarização, as duas principais figuras políticas não justificam o nível de brigas e discussões que dominam a pauta dos veículos de comunicação, das redes sociais e até dos grupos de WhatsApp.
Nossa democracia perde com a falta de diálogo entre os lados, enquanto o Congresso, salvo raras exceções, prefere surfar na onda dessa divisão para aparecer e se projetar como representante de um dos polos.
Assim, ao invés de promover consensos, acaba muitas vezes alimentando ainda mais a disputa.
Que falta faz um Congresso em que qualquer brasileiro poderia citar, de cabeça, cinco ou dez nomes de senadores e deputados de grande relevância; um tempo em que o Jornal Nacional era um programa familiar e mostrava representantes debatendo temas que realmente importavam.
Cresci respirando política e ouvindo histórias em que, mesmo havendo interesses, o “negócio” em pauta era o País, e não apenas o benefício pessoal que alguém poderia obter com um “arranjo”.
Deputados divergiam em plenário, mas depois conseguiam dialogar sem ataques pessoais, conscientes de que havia algo maior em jogo.
Durante muito tempo, criticou-se a chamada “velha política”. Mas será que o que temos hoje é a “nova política” de que tanto falavam?
Eu me recuso a acreditar que seja apenas isso.
Assisti, no último dia 22/09, na Associação Comercial de São Paulo, uma palestra do governador do Paraná, Ratinho Jr. Foi a segunda vez que o ouvi falar.
Confesso que, na primeira vez, em 2023, fui com certo ceticismo. Mas, à medida que a apresentação avançava, com dados e resultados concretos, fiquei impressionado com a visão e o plano de governo para o Estado brasileiro.
Desde então, em muitas conversas, cito seu nome como possível presidenciável.
Durante a palestra, compartilhei o link ao vivo com algumas pessoas. A reação imediata de algumas foi: “Deus me livre”, apenas por associarem sua figura à direita. Recebi até matérias críticas: uma sobre o fechamento de 28 escolas e outra sobre um projeto de privatização.
Resolvi pesquisar.
Descobri que, na gestão atual, o Paraná saiu da 7ª para a 1ª posição no IDEB do ensino médio; que o piso salarial dos professores no Estado é 37,5% maior que o nacional; e que 32,28% da receita estadual é investida em educação, contra uma média nacional de 25%.
Esses dados, somados a outros indicadores positivos apresentados pelo governador, me fizeram refletir:
Por que uma gestão com esses resultados não é amplamente divulgada?
E como o nome de seu responsável ainda é tão pouco lembrado quando se discute o futuro do país?
Talvez, em um Brasil de extremos, as respostas não estejam em um dos lados. Talvez haja espaço para algo novo.
Não sei se essa seria “a solução”, mas certamente não é mais do mesmo.
Será que esse tipo de gestão não mereceria estar no centro do palco?
Como diria um grande sábio:
“Precisamos sair deste fla-flu.”
O Brasil precisa e merece mais.
Está na hora de buscarmos novas soluções para velhos problemas, não apenas repetir as mesmas respostas para os mesmos impasses.
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