Hoje trataremos do EP Recado, do compositor, cantor, multi-instrumentista e arranjador macapaense Paulinho Bastos
Hoje trataremos do EP Recado (projeto contemplado pelo Edital Rumos, do Itaú Cultural), do compositor, cantor, multi-instrumentista e arranjador macapaense Paulo Bastos, mais conhecido como Paulinho Bastos. O álbum é um legítimo grito de alerta para chamar a atenção para as manifestações culturais da Amazônia e de seu povo.
Em Recado, Paulinho nos apresenta a vivênciaancestral das comunidades negras do Amapá, expressadapela força da dança, do canto e da percussão. O EP traz convidados especiais, como Oneide Bastos, mãe de Paulinho, e sua irmã Patrícia Bastos – a família Bastos não é brinquedo, não, viu? E ainda tem mais: tem Renato Brás, Marcelo Pretto, Sapopemba, Lucina Carvalho e Skipp, reforços de peso para reafirmar a qualidade da música de Paulinho.
E todos se entregaram com fervor aos marabaixos, além dos zouks, batuques e maxixes, gêneros que ele conhece como poucos, músico experiente que é. Quem quiser, é só chegar junto para ouvir o recado que vem lá do Norte. Sacudindo a poeira e dando a volta por cima, o couro come bonito!
Aliás, o título do EP faz referência ao modo como o povo do Amapá usa a palavra “recado”: uma lembrança, uma saudação carregada de boas notícias. Assim, Paulinhonos envia o convite para conhecer a musicalidade doAmapá.
Ao repertório.
O marabaixo “Ainda Índio” (Paulo Bastos) vem com caxixis e pela bela voz da Patrícia Bastos. A gentil“Igarapé” (Paulo Bastos) mostra todo o seu encanto pelavoz de Renato Brás, que a divide com Paulinho. Ora recitada, ora cantada por Marcelo Pretto, o marabaixo volta com “Pra Oca” (Paulo Bastos). Inspirado nas matrizes africanas, “Doce Rainha” (Paulo Bastos e Lucina Carvalho) é a minha favorita – Odoiá! –, vindo pelas vozes de Oneide Bastos e da Lucina Carvalho. Já o zouk diz presente em “Recado” (Paulo Bastos), suingue puro, que conta com a participação do cantor amapaense Skipp. E a tampa fecha com batuque e o maxixe “Eu Vim do Mar” (Paulo Bastos), rolando com a participação do ogã, percussionista e cantor Sapopemba.
Ouçam e comprovem a excelência das músicas e dos arranjos de um cara que tem no sangue a capacidade de criar belezas, enquanto louva sua terra e seu povo. O frescor que brota a cada faixa marca a alma do ouvinte que agradece e louva: salve Paulinho Bastos! Salve o Amapá! Salve o nosso país ainda carente de igualdade social para sua gente!
Clique aqui para ouvir o álbum!
Ficha técnica: Paulo Bastos: produção, arranjos, percussões, teclado, violão e voz; Hian Moreira: captação de áudio, edição baixo, batera e teclado; Fabinho Costa: violões; Bibí Carvalho: sax e flauta transversal; GorethBastos, Mary Bucher (lê-se búquer) e Margarete Lazarini: vocais; Luiz Lopez: mixagem e masterização; André Magalhães: mixagem e masterização da Música “Pra Oca”; Skipp: design gráfico e capa; Melissa Bastos: direção de arte.
Aquiles Rique Reis
Nossos protetores nunca desistem de nós.