Moacyr Luz veio antes do samba Foto: divulgação

Moacyr Luz veio antes do samba

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Coluna do Aquiles Reis no site do MyNews

Assim como Noel Rosa, Moacyr Luz é predecessor do samba. Como o gênio de Vila Isabel, Moa também passou por perrengues em sua vida, mas tanto um como o outro criaram uma obra que nos representa: sambas de quem viu o gênero nascer e correr por suas veias, fazendo dele a gênese de épocas das quais Noel e Moa Luz são eméritos precursores.

Assim como Pelé e Zico, que também vieram antes do futebol, Rosa e Luz são unanimidades: ambos são guardiões do samba, o gênero que representa a todos nós.

Mas agora vamos ao CD Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador 20 anos (Biscoito Fino). Ao ligar seu nome ao samba e aos trabalhadores, Moa deu um zilhão de passos à frente, no sentido de criar um triunvirato de poder insofismável. E só quem já esteve na roda de samba, lá no Clube Renascença, no Andaraí, pode aquilatar o que rola por lá.

Sobre o Samba do Trabalhador, um breve relato: logo no dia seguinte à eleição do Lula, fui ao Rena com Paulinho Pauleira, meu companheiro de MPB4, e Sica, sua mulher. A energia que rolou por lá foi coisa doutro mundo: uma multidão, uníssona, saudando a Democracia!

Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador 20 anos não é um álbum qualquer, é o documento histórico de um momento de mudança. Mas, quando se trata de sacar mudanças, Moa Luz abraça o samba, coisa que faz com tamanha grandeza e amor que só resta reverenciar o trabalho desse carioca que cria, canta e toca sem respeitar obstáculos à sua saúde.

O álbum tem novas parcerias de Moa com Dunga, Pedro Luís e Xande de Pilares, além de seus clássicos interpretados por integrantes da roda, tais como Mingo Silva, em “Vila Isabel” (Moa e Martinho da Vila); Gabriel Cavalcante, em “Tudo o Que Vivi” (Moa e Wilson das Neves) e Alexandre Marmita, em “Cachaça, Árvore e Bandeira” (Moa e Aldir Blanc).

Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador – 20 anos conta ainda com composições inéditas dos próprios integrantes do Samba do Trabalhador, como “Vai Clarear”, de Moacyr Luz, Mingo Silva, Nego Álvaro e Alexandre Marmita, cuja letra fala do momento atual da saúde de Moa Luz; “Caboclo Para-Raios”, de Mingo e Anderson Baiaco), cantada por Mingo; “Roda de Partido”, de Gabriel Cavalcante e Roberto Didio), por Gabriel Cavalcante; e “Vou Tentando”, de Moa e Alexandre Marmita, por Marmita. Mais os convidados Marina Íris, Joyce Moreno e Pedro Luís, felizardos que são por participarem de um trabalho tão rico.

De fato, Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador – 20 anos não é um álbum qualquer, e sim, é o momento em que Moa busca o prumo, protegido por seus orixás.

 

Aquiles Rique Reis

Nossos protetores nunca desistem de nós.

 

Ficha técnica: Produção musical e arranjos: Leandro Pereira; diretor artístico: Gabriel Cavalcante; direção de produção executiva: Jacqueline Marttins; engenheiro de som e técnico de mixagem: Wiliam Luna; masterização: Arthur Luna; assistentes de mixagem: Enzo Menegazzi e Raphael Castro.

 

Ouça o álbum:

https://open.spotify.com/album/7ggxlxzH8XcZ2WTqkkcmR5?si=01Vx6InJQXWUBeitTnbJtQ

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