Foi no vizinho Senado, de Alcolumbre, que Motta sofreu uma acachapante derrota | Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado NÃO BLINDADO

• Evandro Éboli
• 24/09/2025 17:07
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Motta acumula novo desgaste, quando ensaiava reação

Se a votação da PEC da Blindagem fosse para o plenário do Senado, onde a rejeição seria numericamente maior, seria bem pior para o presidente

A acachapante derrota da PEC da Blindagem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, por 26 a 0, só não foi mais desonrosa para o presidente da Câmara, Hugo Motta, porque o texto não foi levado ao plenário, onde o placar de rejeição seria mais elevado ainda.

Uma semana depois de a Câmara aprovar essa emenda com mais de 350 votos, o que se viu na CCJ foi o resultado da “voz rouca das ruas”, que pode ser entendido também como bom momento para se tirar proveito político, uma “casquinha”.

Foi o que fez, por exemplo, lideranças do PL, legenda que deu mais de 90% dos votos favoráveis à PEC na Câmara. Os senadores Carlos Portinho (RJ) e Rogério Marinho (RN) falaram em “enterrar de vez” o projeto e o “remédio foi amargo demais”. Ao todo, 31 senadores fizeram questão de usar a palavra, sinal que o momento era propício para se pensar em 2026.

Leia Mais: Por unanimidade, CCJ do Senado rejeita PEC da Blindagem

Voltando à Motta, o presidente da Câmara, que bancou a aprovação desse texto na sua Casa, além aprovar um famigerado voto secreto para essa situação, começou a semana reagindo do péssimo momento de popularidade nas redes. Negou a Eduardo Bolsonaro o posto de líder da Minoria. Entendeu que seria um “mandato simbólico”, além de ilegal. Esse gesto lhe deu pontos e irritou os bolsonaristas.

Mas impossível dissociar o “enterro” da PEC da Blindagem à sua imagem. Motta até que foi poupado na CCJ do Senado, mas seu nome foi lembrado por um ou outro, o que nunca é bom.

No rastro da bindagem, foi votada a urgência do projeto da anistia, que está empacado. Talvez uma boa para o presidente da Câmara seja meio deixar esse tema de molho. Para quem precisa pontuar em popularidade, esse não é o assunto mais aconselhável a ser abordado.