 Ministra Macaé Evaristo (Direitos Humanos) em visita a familiares de mortos na ação no Rio | Foto: Divulgação/PSol
                           Ministra Macaé Evaristo (Direitos Humanos) em visita a familiares de mortos na ação no Rio | Foto: Divulgação/PSol 
                                                    Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos, visitou familiares dos mortos pela operação, prometeu perícia independente e fez críticas
Uma certa cautela que o governo federal vinha adotando até agora, de não partir para cima do governador Cláudio Casto e sua operação em complexos do Rio que deixou 121 mortos, está sendo deixada de lado com o passar dos dias. Em visita ontem a familiares das vítimas mortas na maior ação letal ocorrida no Rio, que supera o massacre de Carandiru em números de mortos, a ministra Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania) subiu o tom, anunciou perícia independente a ser feita pelo governo federal e adjetivou assim a ação celebrada pelo governador: “uma tragédia, um horror, algo inominável”.
Macaé estava cercada de parlamentares da esquerda – do PT e do PSol – e também da colega da Esplanada, Aniele Franco (Igualdade Racial) na sua visita ao Rio, além de familiares dos mortos e representantes das comunidades. E falou em perícia independente:
“A perícia local está muito prejudicada”, disse. Essa também é a crítica da Defensoria Pública da União (DPU) no Rio, que critica a falta de acesso até mesmo aos corpos das pessoas, para poder realizar a perícia, Esse tipo de análise permite muitas conclusões: se foi uma morte com um tiro próximo, se houve tortura e reação da vítima. A ministra colocou peritos da Polícia Federal à disposição.
A ministra disse ainda:
“Se quisermos combater o crime organizado, temos que começar por cima. Não adianta chegar em nossas comunidades expondo crianças, pessoas idosas e com deficiência a esse pavor.” E ofreceu também apoio psicossocial.
“Tem demanda de sociedade para uma perícia autônoma e independente”.
O PSol entrou com um pedido, no âmbito da ADPF das Favelas, no STF, para que seja garantido aos familiares dos mortos na ação no Rio acesso imediato aos corpos das pessoas, “com possibilidade de reconhecimento acompanhadas por advogado, defensor público ou representante de direitos humanos, além da desburocratização dos procedimentos de reconhecimento e liberação dos corpos”.
Em visita ao complexo da Penha, a deputada Talíria Petrone (PSol-RJ), líder do partido na Câmara, conversou com familiares dos mortos, acompanhada de outros parlamentares da esquerda e das ministras Macaé e Anielle.
“Ouvi relato da mãe sobre a cabeça do filho em cima de uma árvore, de pessoas amarradas, dois irmãos abraçados com tiro de fuzil na nuca. Desde quando a gente não para tudo diante de uma chacina que tem um número de mortos maior que o do massacre do Carandiru? Temos que entender que esse é um trauma que nós, enquanto país, teremos que enfrentar”, disse Talíria.
Clique neste link e seja membro do MyNews — ser inscrito é bom, mas ser membro é exclusivo!