Nome de Rodrigo Pacheco foi defendido por Alcolumbre para o tribunal | Foto: Agência Brasil
No centro do mal-estar entre Alcolumbre e o Planalto, Pacheco silencia, entendem os governistas, aflitos com risco de rejeição a Messias
No governo, na base de apoio no Congresso ou no Palácio do Planalto, ninguém vai dizer abertamente, mas: todos estes estão incomodados com o silêncio e o agir do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no episódio de sua não indicação para a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Recapitulemos: 1) Lula defende desde a época de Pacheco presidente do Senado que o queria, e o quer, candidato a governador de Minas e se aproximaram muito; 2) Alcolumbre volta ao comando do Senado, com apoio de Pacheco; 3) Barroso deixa o STF e Alcolumbre vira “padrinho” da candidatura de Pacheco para a vaga; 4) o presidente do Senado janta com Lula, pede por Pacheco, e o petista adia indicação de Messias; 5) fica claro que Pacheco quer mesmo é ir para a Corte, e não tentar o Palácio da Liberdade; 6) Lula indica Messias e ganha a fúria de Alcolumbre.
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Isso tudo aconteceu e não se viu ou se conhece alguma intervenção de Pacheco no sentido de apagar esse incêndio e auxiliar o Planalto nesse entrevero, ou agradecer o esforço de Alcolumbre e tocar a bola prá frente. Em ‘on’, que são as declarações públicas, disse o senador de Minas, antes da indicação, que cabe ao presidente da República a escolha, que será respeitada e que seguirá trabalhando por Minas.
Um personagem importante dessa história é senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado. Foi quem deu a cara e apareceu dizendo que Lula preferia Pacheco candidato em Minas e que a decisão é do presidente da República.
Claro que é uma posição delicada de Pacheco: se Alcolumbre briga por ele, como apareceria em público para se manifestar de alguma maneira. Evidente que endossava a atuação de seu sucessor no comando do Senado. Aí entra o aborrecimento do Planalto: Pacheco poderia ter abortado essa história lá atrás, antes de Alcolumbre iniciar seu périplo.
Agora, tudo pode acontecer: Messias pode ter seu nome aprovado, ou não; em qualquer desfecho, Alcolumbre pode voltar a ser próximo do Planalto, ou não; Pacheco pode vir a ser candidato de Lula a governador de Minas, ou não; até a sabatina e votação na CCJ e plenário todos podem estar fumando o cachimbo da paz, ou não.
Futuro duvidoso, diria o poeta.