Valeu, Thiago Amud! Foto: divulgação

Valeu, Thiago Amud!

Coluna do Aquiles Reis no MyNews

Minha missão neste espaço, sagrado para mim, é ouvir, alcançar e exaltar a música. Dito isto, vamos de Enseada Perdida (Rocinante), o novo álbum do compositor, cantor e instrumentista Thiago Amud. Trabalho lançado nas plataformas de música, no formato de CD e, atenção, também em LP, as músicas estão divididas como nas duas faces do long-play.

Vamos com todas do Lado A.

                        “Baía de Janeiro” (Thiago Amud): ótimo cantor que é, Amud toca e canta o samba exaltação. Embalado por seu arranjo enérgico, onde brilham o coro feminino, flautas, saxofones e uma sessão rítmica de arrepiar os pelos, ele nos dá a certeza de que o álbum será o máximo!

                        “Oração à Cobra Grande” (Luiza Brina / Thiago Amud): para sua letra “amazônida”, como ele diz, dada à melodia que considera mântrica, Amud fez um arranjo onde o coro feminino ganha força ao se ajuntar a berimbaus, marimba, vibrafone e xilofone (Natália Mitre); a caxixi, efeitos e moringa (Luizinho do Jêje); à flauta baixo (Aline Gonçalves) e ao clarone (Levi Chaves). O xilofone abre. Logo o som grave do clarone, somado ao da flauta baixo, dão a atmosfera de estranheza com a qual Amud mostra sua riqueza de recursos noutro bom arranjo.

                        “Se Você Pensasse” (Thiago Amud): o arranjo de Amud soa para aludir à sua letra. A guitarra expõe sua estridência. Flautas, trompetes e trombones, mais o som do Iberê Cello Emsemble, o melotrom e órgão Hammond, são suficientes para que só não entenda o sentido dos versos quem não quiser.

                        “Cidade Possessa” (Thiago Amud): Chico Buarque escolheu esta música para cantar com Amud. É uma marcha circense, embalada em esperança: “Levanta, que a vida te quer na avenida/ A cidade acordou possuída/ Pelo carnaval que baixou (…) Estrebucha, dança/ Dana de cantar, de batucar/ Até subir o santo/ Cai em si de tanto desbundar/ Morre um pouco e no entanto/ Levanta”. Mais uma vez o coro se agiganta junto a clarinetes, clarone, saxes, trompetes, trombones, tuba, guitarras e percussões. Convite irresistível, no momento em que as ruas parecem entender o papel que têm na conquista de seus direitos.

                        “Mapa-Múndi” (Thiago Amud): num arranjo suave, onde se sobressai o piano de Marcelo Galter e o piano preparado de Cláudia Castelo Branco, Amud canta como se fosse a primeira vez que percebesse a beleza de sua voz.

Gente, onde guardarei a perplexidade que sempre me colhe ao ouvir Thiago Amud? Bem, agora, sujeito à dureza da noite e às ilusões do dia, concluo. Música se completa na profundeza e na superfície da maneira como a ouvimos. Gracias, Amud!

 

            Aquiles Rique Reis

            Nossos protetores nunca desistem de nós.

 

            Ficha técnica: Direção artística: Thiago Amud e Sylvio Fraga; direção musical e arranjos: Thiago Amud; produção musical e edição: Alê Siqueira; gravação: Pepê Monnerat, Arthur Damásio e Flávio Marcos Batata; mixagem: Pepê Monnerat; masterização: Zino Mikore; coordenação artística: Jhê.

            Ouça o álbum:

https://open.spotify.com/album/7qsMtlpcPEAuPL3J3jgz5F?si=pE3mE8mTQY2HX903wqybAw

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