Apostas
Plataforma de apostas esportivas gerida pelo banco público teve uma recepção negativa, com mais de 80% de desaprovação nas redes sociais
Uma proposta que nasceu com o objetivo de reforçar a arrecadação da Caixa Econômica Federal (CEF) se transformou em uma crise de reputação para o governo federal. A iniciativa de criar a “Bet da Caixa”, uma plataforma de apostas esportivas gerida pelo banco público, teve uma recepção virtual massivamente negativa, com mais de 80% de desaprovação nas redes sociais. Seu impacto atingiu diretamente a imagem do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A pesquisa é da Ativaweb que monitorou por 48 horas 891.071 menções sobre o anúncio da “Bet da Caixa”. Os dados foram coletados a partir das APIs das plataformas Meta (Facebook e Instagram), X, TikTok e YouTube, entre os dias 23 e 25 de outubro de 2025.
O projeto, que visava arrecadar até R$ 2,5 bilhões em 2026 para compensar perdas em outras receitas de loterias, falhou em convencer o público. Nas redes, rapidamente o debate foi de um eixo econômico para um campo ético e moral.
O monitoramento digital revela uma rejeição avassaladora. O Índice de Sentimento Ativaweb (ISA) registrou 81,4% de menções negativas sobre a “Bet da Caixa”, um sintoma claro de que a ideia de um banco público explorar apostas foi interpretada como uma profunda incoerência institucional.
Segundo Alek Maracajá, sócio da Ativaweb, a crítica se concentrou em narrativas que questionam a moralidade da proposta, dominando a esfera digital:
O campo semântico do debate foi dominado por termos de alto impacto emocional e moralizante, como “hipocrisia,” “vício,” “moral,” “contradição,” “jogatina” e “vergonha,” evidenciando que a discussão se fixou na dimensão ética em detrimento da justificativa de arrecadação.
A alta polarização digital e a rápida difusão das narrativas negativas garantiram que o dano reputacional atingisse diretamente o Palácio do Planalto.
O nome do Presidente Lula apareceu em 282.000 menções, o que representa 31,6% do total monitorado sobre o tema, e 90% dessas menções eram negativas. A percepção pública associou o presidente diretamente à autorização tácita do projeto, transformando o desgaste do banco público em um desgaste governamental de alta magnitude.
O caso expôs uma vulnerabilidade narrativa do governo em temas de moralidade pública, com o engajamento máximo sendo gerado por memes e conteúdos sarcásticos que exploravam a tese da incoerência. No ambiente polarizado, a coerência simbólica e moral do projeto se mostrou muito mais relevante para o público do que sua coerência fiscal.
Em suma, a “Bet da Caixa” não apenas falhou em ganhar a aprovação popular, mas se estabeleceu como um caso exemplar de como uma proposta econômica pode rapidamente se converter em uma intensa crise de reputação moral e política, desgastando a imagem da principal liderança do país.
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