Estudo da Ativaweb expõe o colapso reputacional da XP após perdas em COEs e revela como a falta de transparência transformou uma crise financeira em emocional
A XP Investimentos viveu, entre os dias 6 e 8 de outubro, uma das maiores crises digitais do mercado financeiro brasileiro.
Levantamento da Ativaweb Data Insight, que analisou 287.115 menções nas principais plataformas (X, Instagram, Facebook, TikTok e YouTube), revelou um colapso reputacional com 78,7% de sentimento negativo impulsionado por expressões como “perdi 93%”, “garantia parcial” e “vencimento antecipado”.
O caso XP-COE é o retrato do descompasso entre a sofisticação do mercado e a falta de clareza na comunicação. Quando o investidor entende o risco depois da perda, a crise não é mais financeira é emocional.
O estudo da Ativaweb mostra que o público mais atingido está entre 25 e 44 anos, faixa de maior peso econômico e digital, e que o tema gerou repercussão em 100% dos estados brasileiros, com maior concentração em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Crise de confiança: do dado à indignação
O caso foi deflagrado após relatos de perdas de até 93% em Certificados de Operações Estruturadas (COEs) atrelados a Ambipar e Braskem, vendidos sob a promessa de “garantia parcial”.
O termo se tornou gatilho emocional e viralizou nas redes.
Entre as 10 expressões mais usadas no período, o nome “XP” aparece isolado em 100% das menções negativas, associado a narrativas de engano, risco mal explicado e falha na assessoria.
Segundo o levantamento, a XP perdeu cerca de 40 mil seguidores, enquanto o engajamento saltou +53,7% , um comportamento típico de crise ativa, quando a visibilidade cresce, mas a confiança evapora.
O algoritmo não protege reputações. Ele amplifica emoções. E a XP descobriu que, na economia da atenção, silêncio é a pior resposta possível.
A crise XP-COE acende um alerta em todo o mercado financeiro.
O estudo da Ativaweb identificou reação em cadeia entre investidores e influenciadores, que transformaram o caso em símbolo de alerta contra produtos complexos vendidos para públicos leigos.
O episódio também expôs fragilidades estruturais na linguagem do setor , excessivamente técnica, pouco empática e incapaz de lidar com a velocidade da narrativa digital.
Produtos financeiros podem ser sofisticados. A comunicação, não. O mercado precisa entender que transparência é estratégia, não obrigação.
287.115 menções públicas em redes e portais
78,7% de sentimento negativo
40 mil seguidores perdidos
+53,7% de aumento no engajamento
Faixa etária dominante: 25–44 anos
Gênero predominante: masculino (67%)
O caso XP-COE é mais do que uma crise: é um alerta para o futuro da confiança digital no sistema financeiro.
A distância entre o compliance técnico e a compreensão emocional do público tornou-se o ponto de ruptura.
E quando essa ruptura acontece, não é o dado que comanda a narrativa é o sentimento coletivo.
Crises financeiras passam. Crises digitais deixam cicatrizes.
*Estudo Ativaweb Data Insight –* Caso XP e COEs (6 a 8 de outubro de 2025, até 12h)
Coleta via APIs oficiais das plataformas Meta, X, TikTok e YouTube. Classificação AtivaAI 4.2. 287.115 menções analisadas. Índice de confiança: 97,5%.