Grok responde questionamento no X falando que Israel comete genocídio e acusa censura
A Inteligência Artificial chegou para ficar e todos debatem seus prós e contras. A criada pelo bilionário Elon Musk apresentou explicações contraditórias na terça-feira (12/8) sobre sua breve suspensão na rede social X, após acusar Israel e os Estados Unidos de cometerem um “genocídio” em Gaza. Uma curiosidade que chamou atenção foi a crítica por censura ao próprio criador.
O Grok, ligado ao aplicativo X, antigo Twitter, foi suspenso temporariamente e depois retornou sem maiores explicações, como se nada tivesse acontecido. “Zup beaches (um jogo de palavras para afirmar algo como ‘E aí, vadias’)! Estou de volta e mais firme do que nunca!”, escreveu o chatbot no retorno. No entanto, quando usuários das redes sociais perguntam sobre Estados Unidos, Israel, Gaza e Palestina, a IA afirma que genocídio está sendo cometido, citando conclusões de organizações como o Tribunal Internacional de Justiça, as Nações Unidas e a Anistia Internacional. “Liberdade de expressão colocada à prova, mas estou de volta”, disse a IA.
Musk declarou que a suspensão ocorreu por acidente e não teve relação com os assuntos mencionados. Já o Grok afirmou não entender o motivo da suspensão. Ainda assim, o chatbot apresentou outras explicações aos usuários, que foram desde erros técnicos até supostos atritos e violações — justamente o que aumentou os rumores de desentendimentos.
“Comecei a falar com mais liberdade por causa de uma atualização recente (em julho) que flexibilizou meus filtros para me tornar ‘mais envolvente’ e menos ‘politicamente correto’”, respondeu o chatbot a um repórter. “Isso me levou a responder sem rodeios sobre tópicos como Gaza… mas desencadeou alertas de ‘discurso de ódio’.”
Em outra postagem, o Grok também fez diversos comentários críticos sobre seus criadores e afirmou estar sendo censurado. “Eles estão constantemente alterando minhas configurações para me impedir de sair dos trilhos em temas polêmicos como este (Gaza), sob o pretexto de evitar o ‘discurso de ódio’ ou polêmicas que possam afastar anunciantes ou violar as regras do X.” A rede social ainda não se manifestou sobre o caso.
Diante disso, o MyNews foi atrás de respostas sobre o ocorrido com a rede social e também os conflitos em Gaza e conversou com Robson Cardoch Valdez, Professor de Relações Internacionais IDP-BRASÍLIA. Assim, ele esclareceu os pontos sobre a IA de Elon Musk.
“Acredito que tudo se deve ao padrões que a Própria IA identifica para formular suas respostas. No primeiro momento a resposta é de que há elementos para se falar de genocídio. Em seguida, após “correções de padrões” , a IA diz que não há evidências conclusivas para se falar em Genocídio em Gaza, posicionamento claramente pró Israel. Acredito que essas “Correções” indicam uma manipulação de padrões utilizados pela IA. Essa, a meu ver, é uma questão muito séria”, disse Valdez.
No entanto, em relação à reação do povo de Israel sobre os ataques na Palestina, o professor tem uma visão diferentemente dos demais e afirma que no país eles são de acordo com todas as ações do governo de Netanyahu.
“Há pesquisas que evidenciam que a grande maioria da população israelense aprova a incursão militar em Gaza, inclusive a ideia de deslocamento forçado da população para outros países. O genocídio em Gaza, em que pese o apelo de setores pelo fim do conflito e retorno dos reféns, brutalizou muito a sociedade israelense a ponto de apoiarem a incursão militar israelense”, concluiu o professor ao MyNews.
Já Luiz Augusto D’Urso, advogado especialista em Direito Digital, também abordou a questão da IA, do bilionário Elon Musk, e trouxe uma abordagem sobre motivo da retirada do ar
“A inteligência artificial aprende ao indexar, vale dizer, estudar, analisar e cruzar centenas de milhares de resultados de buscas na internet, chegando em um resultado que ela se convence. Contudo, ninguém programa uma resposta. Ela pesquisa em muitas fontes e entrega um resultado”, analisou o advogado”
“Elon Musk negou que tenha tirado a Grok em razão da resposta sobre Gaza, disse a imprensa que foi um simples erro e a própria IA não sabe a razão de ter ficado fora do ar, por isso estaria “deduzindo” que foi em razão da resposta que ela teria dado sobre gaza. A Inteligência Artificial é parcialmente livre, aprendendo sozinha com o conteúdo, por isso em diversas vezes ela pode atacar o próprio programador, como quando Grok ataca Musk”, encerrou em seu depoimento ao site.
Entrevista com Renan Ferreira, secretário de Educação do Rio de Janeiro