Rodrigo Paz é eleito presidente da Bolívia

Neste domingo (19), a população da Bolívia elegeu seu novo presidente: Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC). De acordo com os resultados preliminares oficiais do segundo turno, ele obteve 54,49% dos votos em uma disputa contra candidatos com posicionamentos mais à direita. Paz já exercia o cargo de senador e é filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989–1993). Ele derrotou a direitista Aliança Livre, liderada pelo também ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, que alcançou 45,47% dos votos.

O Tribunal Supremo Eleitoral (Sirepre) divulgou o resultado preliminar às 20h45 (horário de Brasília), quando cerca de 95% das urnas já haviam sido apuradas. Assim, Rodrigo Paz está eleito e tomará posse no dia 8 de novembro, substituindo Luis Arce, que cumpriu um único mandato iniciado em 2020. Na família Paz, a vitória mantém uma tradição de poder: além do pai, o tio-avô de Rodrigo, Víctor Paz Estenssoro, também presidiu o país.

“Este é um momento de mudança, de renovação. Acredito que, neste ano bicentenário, o país encerra 200 anos de um ciclo e inicia um novo (…). Se o povo da Bolívia me der a oportunidade de ser presidente (…), minha abordagem será buscar consenso, concordar e fazer as coisas avançarem”, declarou Rodrigo Paz após a confirmação da vitória.

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Durante a campanha, Paz afirmou que pretende aproximar a Bolívia de uma agenda mais progressista, rejeitando o rótulo de país socialista. Mesmo com divergências em relação ao governo brasileiro de Luiz Inácio Lula da Silva, ele disse que manterá um bom diálogo com o Brasil. Já sobre os Estados Unidos, afirmou que, em relação a Donald Trump, buscará uma postura mais conservadora.

Fora da disputa, Evo Morales sinalizou que votou nulo

“Ambos representam um punhado de pessoas na Bolívia, não representam o movimento popular, muito menos o movimento indígena. Estamos aqui para cumprir a democracia. Votamos, mas não viemos para eleger”, disse Morales.

Desse modo, a vitória de Rodrigo Paz, que representa o campo de centro-direita, marca o fim de mais de 20 anos de domínio da esquerda no poder boliviano. Os desafios do novo governo são grandes, especialmente nas áreas de segurança e economia.

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