Julgamento avança, mas Congresso articula anistia a Bolsonaro Plenário da Primeira Turma do STF, no primeiro dia de julgamento dos acusados de tentativa de golpe no país | Foto: Luiz Silveira/STF IMPUNIDADE

Julgamento avança, mas Congresso articula anistia a Bolsonaro

Foram três os movimentos nesse sentido: Motta admite votar, Tarcísio articula e União e PP deixam governo; e Lindbergh aponta “golpe”

Enquanto no Supremo Tribunal Federal (STF) avançava o julgamento do núcleo principal que arquitetou um golpe no país, no Congresso começou a ser articulada, para valer, a votação da anistia para os condenados pela trama. Dessa vez, essa manobra não envolve apenas bolsonaristas mais exaltados.

Foram três os movimentos que apontam para uma possível votação da anistia logo após o julgamento da Primeira Turma do STF: uma articulação do governador Tarcísio de Freitas, que esteve ontem em Brasília; uma inclinação forte do presidente da Câmara, Hugo Motta em colocar em pauta a proposta e o anúncio da Federação União Progressista em abandonar o governo.

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O líder do PT, Lindbergh Farias, percebeu a articulação e a atacou essa possibilidade de votação logo após o julgamento.

“Um golpe está sendo arquitetado dentro do parlamento. Os maiores partidos, de mãos dadas com Tarcísio de Freitas, já planejam pautar a anistia assim que terminar o julgamento de Bolsonaro. Isso é uma traição à Constituição, à democracia brasileira e um tapa na cara do povo brasileiro. Não podemos aceitar que apaguem os crimes da trama golpista e livrem Bolsonaro e generais golpistas da Justiça”, afirmou Lindbergh nas suas redes.

A sinalização de Motta a favor de pautar veio com a declaração de que “vamos conversar mais. Aumentou o número de líderes pedindo”.

Os partidos União Brasil e Progressistas não apenas estão deixando o governo, como aproveitaram o embalo e anunciaram o apoio à anistia. Em entrevista semana passada ao MyNews, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira revelou que está em curso um movimento para votar e provar a anistia nas duas casas logo após o julgamento no STF.

A possibilidade de se votar a anistia ocorre um dia depois também da visita de Arthur Lira (PP-AL) ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-presidente da Câmara o visitou no início da noite de segunda-feira, mas não deu declarações. Ele segue com muita influência na Câmara e foi quem articulou, por exemplo, que os bolsonaristas baderneiros desocupassem a Mesa Diretora da casa, quando sentaram nas cadeiras e impediram Motta de assumir os trabalhos.

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