Apesar de divergir de Moraes em alguns pontos, Fux pode, com sua posição, determinar a maioria pela condenação de Jair Bolsonaro
O julgamento dos réus do núcleo principal da tentativa de golpe no país será retomado hoje com o voto “enigmático” de Luiz Fux. A essa altura parece descartada a possibilidade de o ministro pedir vistas no processo. Se acontecer, será uma surpresa. Esta quarta, dia que a sessão ocorrerá apenas na parte da manhã, será dedicada apenas à sua manifestação.
Fux, no primeiro dia da apresentação dos votos, mostrou e confirmou sua divergência com Moraes. O ministro já anunciou que irá divergir de Alexandre de Moraes nas questões preliminares, apresentadas pelos advogados, caso de relativização do conteúdo da delação de Mauro Cid.
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O ministro que hoje se manifestará irá também apresentar ponto de vista distinto do relator sobre a culpa de cada um na trama golpista. Há a expectativa de que até proponha absolvição de algum dos réus, e se especula que pode adotar essa posição em relação ao general Augusto Heleno.
Dificilmente Fux deverá deixar de considerar Jair Bolsonaro culpado. Se confirmado, já terá sido formada maioria contra o ex-presidente, faltando apenas o tamanho de sua pena.
O julgamento seguirá amanhã, quinta, quando pode ser encerrado após o conhecimento dos votos de Cármem Lúcia e Cristiano Zanin. Depois, será a fase da dosimetria da pena de cada um dos condenados. O caso está com data agendada para acontecer até sexta.