Foto de: Cartier
Ao MyNews, a modelo internacional e hoje atriz, revela detalhes de sua carreira, próximos passo e também a batalha contra stalking.
A modelo internacional e hoje atriz Camila Travaglini veio ao MyNews, com exclusividade, contar sua trajetória profissional nas passarelas e a estreia no cinema, além do trabalho brilhante na causa animal. Ela também relata um momento difícil em que sofreu perseguição de um stalker.
Aqui, Camila começa explicando sua história até chegar ao momento atual e afirma que sempre foi um sonho.
Camila: Sempre foi meu sonho. A carreira de modelo acabou acontecendo naturalmente no processo. Enquanto modelava, estudava Artes Cênicas e, mesmo após formada, nunca parei de estudar. Acredito que o ator deve estar em constante movimento, sempre aprendendo. Quanto mais preparado você estiver, mais bagagem terá para interpretar um personagem.
Foi em um desses muitos cursos que me aproximei de um preparador de elenco que se tornou um grande amigo e a quem sou eternamente grata: Kleider Luciano. Ele nunca deixou de acreditar em mim e no meu potencial, mesmo quando eu pensava em desistir. O caminho não é fácil, e ainda há o estigma da “modelo que virou atriz”. Jamais deixarei de reconhecer o papel que a carreira de modelo teve na minha vida, devo muito a ela. Mas hoje estou 100% focada na atuação.
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Acredito que a vida é feita de ciclos: não foi uma porta que se fechou, mas uma janela que se abriu. Fazer cinema é viciante. Interpretar personagens, se desconectar de si mesma e viver alguém completamente diferente exige esforço, entrega e estudo, inclusive sobre o que acontece atrás das câmeras. Tenho me dedicado também a compreender esse outro lado da criação, quero trabalhar tanto na frente quanto atrás das lentes. Por isso, hoje prefiro concentrar minhas falas e energia na minha carreira de atriz e em tudo que continua por vir.
A atriz estará presente em A Mulher na Caixa, produção da ArteBarata Filmes. Ela conta os detalhes da produção.
Camila: Preciso pensar bem para não dar spoiler (risos). A Mulher na Caixa é um filme de suspense, mistério e terror psicológico em que interpreto a antagonista. A trama tem muitos plot twists e aborda, profundamente, o limite da arte, até onde você pode ir em nome dela. O roteiro fala também sobre extremismos e abusos nas relações humanas e traz até um olhar artístico sobre o tema do stalking. O projeto foi aprovado pela Lei Paulo Gustavo com nota máxima, o que me deixa muito orgulhosa. Acho importante falarmos sobre as leis de incentivo à cultura, que infelizmente acabaram se tornando um tema politizado, quando, na verdade, são fundamentais para o desenvolvimento artístico do país.
Na causa animal, a atriz e modelo tem grande participação em movimentos e no suporte aos animais. Ela explica a importância de estar nesse ambiente e se pretende participar de produções sobre o tema.
Camila: Meu sonho é ter uma casa enorme para acolher todos os bichinhos que encontro abandonados, quem sabe um dia até uma ONG. Sou madrinha da UIPA, a ONG mais antiga do Brasil, fundada em 1895, responsável por iniciar o movimento de proteção animal no país. Atualmente estou envolvida em um projeto com cães de segurança pessoal e cães-guia, e em breve poderei falar mais sobre ele. Sou apaixonada por felinos, tenho sete gatos hoje e três que infelizmente já viraram estrelinhas.
Falar sobre a causa animal é essencial, porque bicho não é lixo. Se você não pretende cuidar, não tenha. Sou totalmente contra a compra de animais; há tantos abandonados nas ruas, passando fome e frio. Vender vidas não é comércio, é crueldade. Tenho verdadeira repulsa por essa indústria que lucra com sofrimento. Inclusive, não frequento pet shops que vendem animais.
A UIPA realiza um trabalho incrível e sobrevive basicamente de doações. Quem quiser apoiar e ajudar a manter a ONG em funcionamento, eu ficaria muito feliz. O site é www.uipa.org.br
e o Instagram é @uipasp. As doações podem ser feitas via Pix pelo CNPJ 61.990.297/0001-74.
E se eu tiver a oportunidade de atuar em prol da causa ou participar de uma produção que aborde esse tema, eu nem pensaria duas vezes. Já estou pronta para isso.
Com o advento das redes sociais, diversos crimes aumentaram nos últimos anos, e um deles foi o de stalking. Camila explica o que aconteceu, as providências que tomou e como enxerga hoje o cenário de suporte e as leis relacionadas a esse tipo de crime, que se fortalece com as redes sociais.
Camila: Gostaria muito que meu caso servisse para dar visibilidade e ajudar outras vítimas. Infelizmente, o suporte das autoridades ainda é mínimo e muitas vezes tratado com descaso. O stalking é um crime recorrente, e tanto mulheres quanto homens sofrem com ele. Eu mesma guardei essa história por muito tempo, por vergonha, e não deveria. As vítimas não têm culpa, especialmente quando não sabem quem é o agressor.
No meu caso, até hoje não sei a identidade da pessoa, porque tudo acontece por mensageiros, perfis falsos e telefones frios. A Lei 14.132/2021, que tipifica o crime de perseguição, existe, mas, na prática ainda é muito menosprezada. As pessoas acham “chique” ter segurança ou veículo blindado, mas o verdadeiro luxo é ter liberdade, poder sair de casa sem medo.
Já ouvi perguntas cruéis, como “o que você aprontou?” ou “você se expõe demais nas redes”. Nenhuma exposição justifica ameaças ou perseguições. Desde 2023 convivo com esse medo e espero que meu caso ajude a conscientizar sobre a gravidade desse crime.
A pena hoje vai de seis meses a dois anos, com possibilidade de substituição por serviços comunitários, o que é muito pouco diante do impacto devastador que o stalking causa. Eu mesma cheguei a pesar 45 kg com 1,80 m e ainda ouvi julgamentos sobre meu corpo, sem que ninguém imaginasse o que eu estava passando. Espero um dia ter meu caso resolvido e recuperar minha segurança e minha saúde mental. Enquanto isso, sigo lutando e psolicitando se você está passando por algo parecido, grite por justiça. Só assim seremos levados a sério.
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