Foto: divulgação
Em somente dois dias, mais de cinco mil mulheres já estavam articuladas por grupos de WhatsApp em mais de 20 capitais brasileiras
Mais de cinco mil mulheres já organizadas em todo o país impulsionam movimento, que conta com o apoio de artistas como Ana Hickmann, Daniela Mercury, Miguel Falabella, Marjorie Estiano e Alessandra Negrini.
Diante da escalada da violência contra mulheres no Brasil, um novo movimento nacional começa a ganhar força e mobilizar cidades em todo o país. O Levante Mulheres Vivas, criado de forma orgânica por mulheres indignadas com os recentes casos de feminicídio e agressões brutais, realiza neste domingo (7), às 14h, um grande ato no vão livre do Masp, em São Paulo. O ato faz parte de uma mobilização simultânea em várias cidades brasileiras.
O movimento surgiu a partir de um vídeo publicado pela atriz Rachel Ripani, que comentava manifestações semelhantes realizadas na África do Sul. A repercussão imediata entre mulheres motivou Ripani e a também atriz e roteirista Livia La Gatto a convocar um ato nacional. Em somente dois dias, mais de cinco mil mulheres já estavam articuladas por grupos de WhatsApp em mais de 20 capitais brasileiras.
A mobilização ganha espaço num momento em que o país enfrenta números recordes de violência de gênero. Em 2024, o Brasil registrou 1.450 feminicídios, o maior índice já contabilizado. São quatro mulheres assassinadas por dia, em crimes marcados pela misoginia e pela desigualdade estrutural. A subnotificação, segundo especialistas, torna o cenário ainda mais grave.
Casos recentes chocaram o país e impulsionaram o levante. Em São Paulo, Tainara Souza Santos, 31, foi atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro por um homem. Em Recife, Isabely Gomes de Macedo, 40, e seus quatro filhos — de 7, 4, 3 e 1 ano — morreram após o marido incendiar a casa da família. No Rio, duas funcionárias do Cefet, Allane de Souza Pedrotti Matos e Layse Costa Pinheiro, foram mortas por um colega que rejeitava a liderança feminina.
Para Ripani, o levante nasce “do nosso luto coletivo diante da chacina diária de mulheres no Brasil” e busca dar visibilidade à violência de gênero como uma emergência nacional. A iniciativa conta com o apoio de Maria da Penha, referência histórica no combate à violência doméstica.
Pauta nacional e reivindicações
O movimento organizou uma Pauta Nacional de Referência com oito eixos prioritários, que incluem delegacias da mulher 24h, ampliação da rede de acolhimento, resposta rápida do sistema de Justiça, proteção integral a filhos de vítimas, paridade feminina no poder público, regulação das plataformas digitais e orçamento obrigatório para políticas de prevenção.
Apoio de artistas e personalidades
A mobilização reúne apoio de nomes como Ana Hickmann, Daniela Mercury, Miguel Falabella, Isabel Fillardis, Marjorie Estiano, Alessandra Negrini, Mateus Solano, além de diversas ativistas e lideranças feministas. A presença de figuras públicas busca ampliar o alcance da pauta e fortalecer a pressão por ações concretas do Estado.
Ato em São Paulo
O protesto deste domingo deve reunir milhares de mulheres na Avenida Paulista, com leitura de manifestos, intervenções artísticas e homenagens às vítimas da violência.
Ato Mulheres Vivas — São Paulo
🗓 7 de dezembro, domingo
⏰ A partir das 14h
📍 Vão livre do Masp — Avenida Paulista, 1578

Rachel Ripani, uma das criadoras do Levante Mulheres Vivas / foto: arquivo pessoal
Mais informações estão disponíveis no Instagram oficial do movimento: @levantemulheresvivas
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